21.8.07

A Colonização Francesa no Canadá

INTRODUÇÃO

Podemos considerar o movimento de colonização francês na América como extremamente atrasado, posterior aos movimentos de Portugal e Espanha e mesmo de Inglaterra e Holanda, e isso deve-se a vários fatores, internos e externos.No século XV, enquanto Portugal e Espanha já haviam formado um Estado Nacional e iniciavam a expansão ultramarina, a França enfrentava a Inglaterra na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e sofreria as conseqüências dessa guerra ainda até o início do século XVI . Após a guerra, os reis procuraram aumentar a centralização do poder, mas enfrentaram problemas financeiros, a oposição de setores da nobreza feudal, ao mesmo tempo em que o país envolveu-se em diversas guerras. Ainda no século XVI desenvolveram-se as "guerras de religião" envolvendo o Partido Papista dos católicos, apoiados pela realeza, e o Partido Huguenote, onde reuniam-se os protestantes calvinistas.Do ponto de vista externo, a França teria que chocar-se com a Espanha, maior potência da época, por ser detentora de um vasto império colonial.

AS TENTATIVAS FRANCESAS

O rei Francisco I contestou o Tratado de Tordesilhas e os direitos de espanhóis e portugueses, porém não teve condições de confrontar-se com esses países na disputa por terras na América. A França ainda estava envolvida nas Guerras da Itália (1494-1516) e ao mesmo tempo priorizava os laços de comércio com os turcos otomanos no Mediterrâneo, garantindo lucros a uma parcela da burguesia.

Nesse período as expedições realizadas por Jacques Cartier foram financiadas pelo rei, que pretendia encontrar metais preciosos na região do atual Canadá, chamada então Nova França, mas que ainda não seria colonizada no século XVI.Na Flórida houve uma tentativa de colonização comandada por Jean Ribaut entre 1563-67, onde foi fundada a cidade de Charlesfort, posteriormente destruída pelos espanhóis, assim como ocorreu no Rio de Janeiro, com a França Antártica, fundada por Nicolau de Villegagnon entre 1555-67, destruída pelos portugueses. Por trás das duas tentativas estavam os calvinistas; porém as guerras de religião fizeram com que essa política colonial fosse efêmera.As disputas políticas internas, marcadas principalmente pelas "Guerras de Religião", que se prolongaram pela Segunda metade do século XVI, impediram o desenvolvimento de uma política de expansão ultramarina.


A CENTRALIZAÇÃO POLÍTICAO

início da Dinastia Bourbon, com o reinado de Henrique IV, possibilitou maior centralização política, em um processo de formação do absolutismo, tendo na política mercantilista sua base econômica. O Estado concedeu o monopólio de colonização e de comércio à empresas privadas, responsáveis pela instalação dos primeiros núcleos de colonização efetiva, destacando-se Quebec, as margens do Rio São Lourenço. Porém durante as décadas seguintes o interesse no comercio de peles com os indígenas suplantou a política de colonização.

Durante o governo do Cardeal Richelieu, a colonização do Canadá foi estimulada, apesar da participação da França na Guerra dos 30 anos, contra os Habsburgos. Richelieu incentivou a formação da Companhia da Nova França, que recebeu o monopólio do comércio de peles, isenção de impostos, tendo a obrigação de transportar colonos católicos para a região e estimular a catequese.Os principais problemas enfrentados foram as guerras envolvendo tribos indígenas rivais, e as tentativas dos jesuítas em isolar os indígenas em missões, interferindo no comércio


Durante o reinado de Luis XIV, a colonização ganhou grande impulso, a partir da política desenvolvida pelo ministro Colbert: O Canadá foi transformado em colônia real, submetida ao poder de Estado, e seria responsável por gerar lucros para a metrópole. Diversa medidas foram tomadas para aumentar a ocupação da região, que manteve-se porém pequena, dispersa, ligada principalmente ao comércio de peles.