30.10.08

O TRATADO DE TORDESILHAS



A 5 de Setembro de 1494, eram ratificados os termos do acordo do Tratado e Tordesilhas, por Portugal


O Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de Junho de 1494, partilhava o chamado Novo Mundo entre Portugal e Castela.

O Tratado de Tordesilhas, assim denominado por ter sido celebrado na povoação castelhana de Tordesillas, oi assinado em 7 de Junho de 1494, entre Portugal e Castela (parte da atual Espanha), definindo a partilha do chamado Novo Mundo entre ambas as Coroas, um ano e meio após Colombo ter reclamado oficialmente a América para Isabel a Católica. Para seguimento das suas instruções para negociação deste tratado e sua assinatura o Príncipe Perfeito designou como embaixador à sua prima de Castela (filha de uma infanta portuguesa) a D. Rui de Sousa Antecedentes Conforme o historiador brasileiro Delgado de Carvalho, transcrevendo Oliveira Lima: "(...) subsistia ainda a tradição medieval da supremacia política da Santa Sé, que reconhecia a Roma o direito de dispor das terras e dos povos: Adriano IV, papa inglês (1154-59), havia dado a Irlanda ao rei da Inglaterra e Sisto IV as Canárias ao rei da Espanha (1471-84). Baseava-se isso, em parte, sobre o fato de um Édito de Constantino ter conferido ao papa Silvestre a soberania sobre todas as ilhas do globo; ora, isso porque as terras a descobrir eram todas, então, supostas serem exclusivamente ilhas (LIMA, Oliveira. Descobrimento do Brasil. Livro do Centenário (v. III), Rio de Janeiro: 1900 apud: CARVALHO, Delgado. História Diplomática do Brasil.) O início da expansão marítima portuguesa, sob a égide do Infante D. Henrique, levou as caravelas portuguesas pelo oceano Atlântico, rumo ao Sul, contornando a costa africana. Com a descoberta da Costa da Mina, iniciando-se o comércio de marfim, ouro e escravos, a atenção da Espanha foi despertada, iniciando-se uma série de escaramuças no mar, envolvendo embarcações de ambas as Coroas.




Tratado de Alcáçovas, in A Monarquia Portuguesa, Reis e Rainhas na história de um povo.




Portugal, buscando assim proteger o seu investimento, negociou com Castela o Tratado de Alcáçovas (1479), obtendo, posteriormente, do Papa Inocêncio VII em 1481 a bula Æterni regis, que dividia as terras descobertas e a descobrir por um paralelo na altura das ilhas Canárias, dividindo o mundo em dois hemisférios: a Norte, para a Coroa de Castela; e a Sul, para a Coroa de Portugal. Somando-se a duas outras bulas anteriores de 1452 e 1454, de Nicolau V e de Sisto IV, Portugal e a Ordem de Cristo haviam recebido todas as terras conquistadas e a conquistar ao sul do cabo Bojador e da ilha Grande Canária. Preservavam-se, desse modo, os interesses de ambas as Coroas, definindo-se, a partir de então, os dois ciclos da expansão: o chamado ciclo oriental, pelo qual a Coroa portuguesa garantia o seu progresso para o Sul e o Oriente, contornando a costa africana (o chamado "périplo africano"); e o que se denominou posteriormente de ciclo ocidental, pelo qual a Espanha se aventurou no oceano Atlântico, para Oeste. Como resultado deste esforço espanhol, Cristóvão Colombo alcançou terras americanas em 1492. Ciente da descoberta de Colombo, mediante as coordenadas geográficas fornecidas pelo navegador, os cosmógrafos portugueses argumentaram que a descoberta, efetivamente se encontrava em terras portuguesas. Desse modo, a diplomacia espanhola apressou-se a obter junto ao papa Papa Alexandre VI, espanhol, uma nova partição de terras. Não podia deixar o Papa de conceder aos Reis Católicos os mesmos direitos outorgados aos reis portugueses! Assim, em 3 de maio de 1493, a Bula Inter Coetera estabelecia uma nova linha de marcação, um meridiano que separaria as terras de Portugal e de Castela. O meridiano passava a cem léguas a oeste dos Açores e de Cabo Verde. As novas terras descobertas, situadas a Oeste do meridiano a 100 léguas das ilhas do Cabo Verde, pertenceriam à Espanha. As terras a leste, pertenceriam a Portugal. A bula excluía todas as terras conhecidas já sob controle de um estado cristão.





A linha imaginária, a leste da qual todas as terras descobertas ou a descobrir pertenceriam a Portugal.

Os termos da bula não agradaram a João II de Portugal, julgando já ter direitos adquiridos que a Bula vinha ferir. E a bula criava confusão, pois um meridiano vinha anular o que um paralelo tinha estabelecido. A execução da Bula, na verdade, era impossibilitada por sua imprecisão e pela imperfeição dos meios científicos da época para a fixação do meridiano escolhido. Assim sendo, D. João II abriu negociações diretas com os reis católicos Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela para mover a linha mais para Oeste, argumentando que o meridiano em questão se estendia sob todo o globo, limitando assim as pretensões espanholas na Ásia. D. João II propôs, por uma missão diplomática aos reis católicos, estabelecer um paralelo das Ilhas Canárias como substituto ao meridiano papal. Os espanhóis recusaram a proposta mas se prestaram a discutir o caso. Reuniram-se então em Tordesillas.




Os termos do tratado


América do Sul em 1650.



As cidades estão assinaladas apenas a título indicativo, pois muitas ainda não existiam à época.Diz Rodrigo Otávio em 1930 que o Tratado teria «um efeito antes moral do que prático». O meridiano era fixado não mais a 100, mas a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde, mas persistiam as dificuldades de execução desta demarcação. Os cosmógrafos divergiam sobre a dimensão da Terra, sobre os pontos de partida para a contagem das milhas, sobre a própria extensão das léguas, que diferia entre Espanha e Portugal! Já se disse que os espanhóis cederam porque esperavam, por meio de sua política de casamentos, estabelecer algum dia a união ibérica, incorporando Portugal... O que é mais provável é que os negociadores portugueses, na expressão de Bartolomé de las Casas, tenham tido "mais perícia e mais experiência" do que os espanhóis.




Tratado de Tordesilhas.



A divisão das terras descobertas e a descobrir era estabelecida a partir de um semi-meridiano estabelecido a 370 léguas (1.770 km) a oeste das ilhas do Cabo Verde, que se situaria hoje a 46° 37' a Oeste do Meridiano de Greenwich. Os termos do tratado foram ratificados pela Espanha a 2 de Julho e por Portugal em 5 de Setembro do mesmo ano. Esta linha de Tordesilhas, apesar de nunca ter existido, serviu ao menos para que Portugal tomasse pé no continente americano, em vésperas de ser "descoberto", ou ocupado, por Pedro Álvares Cabral. E, de imediato, o tratado garantia a Portugal o domínio das águas do Atlântico Sul, essencial para a manobra náutica então conhecida como volta do mar, empregada para evitar as correntes marítimas que empurravam para o Norte as embarcações que navegassem junto à costa sudoeste africana, e permitindo a ultrapassagem do cabo da Boa Esperança. E o Tratado nunca foi esquecido, pois figurou nas negociações da Junta de Badajoz em 1524, quando se falou sobre as Ilhas Molucas e as Filipinas, situadas na órbita portuguesa, consideradas espanholas em troca do Brasil (Luciano Pereira da Silva, «História da Colonização Portuguesa no Brasil», t. I, Porto, 1922). Conseqüências do tratado Em princípio, o tratado resolvia os conflitos que seguiram à descoberta do Novo Mundo por Cristóvão Colombo. Embora contrariasse a bula de Alexandre VI, foi aprovado pelo Papa Júlio II em uma nova bula, em 1506. Muito pouco se sabia das novas terras, que passaram a ser exploradas pela Espanha. Nos anos que se seguiram Portugal prosseguiu no seu projeto de alcançar a Índia, o que foi finalmente alcançado pela frota de Vasco da Gama, na sua primeira viagem de 1497-1499.





Réplica do marco de Tordesilhas, na Ilha do Cardoso (Brasil) .


Com a expedição de Pedro Álvares Cabral à Índia, a costa do Brasil foi descoberta (Abril de 1500) pelos europeus, o que séculos mais tarde viria a abrir uma polêmica historiográfica acerca do "acaso" ou da "intencionalidade" da descoberta. Observe-se que uma das testemunhas que assinaram o Tratado de Tordesilhas, por Portugal, foi o famoso Duarte Pacheco Pereira, um dos nomes ligados a um suposto descobrimento do Brasil pré-Cabralino. Por outro lado, com o retorno financeiro da exploração americana (o ouro espanhol e o pau-brasil português), outras potências marítimas européias (França, Inglaterra, Países Baixos) passaram a questionar a exclusividade da partilha do mundo entre as nações ibéricas. Esse questionamento foi muito apropriadamente expresso por Francisco I de França, que ironicamente pediu para ver a cláusula no testamento de Adão que legitimava essa divisão de terras. Cedo apareceram no Brasil aventureiros e especuladores, franceses principalmente, que promoviam o comércio clandestino. Floresceram o corso, a pirataria e o contrabando, pois os armadores de Honfleur, Ruão e La Rochelle, em busca de pau-brasil fundavam feitorias e saqueavam naus. O mais célebre foi um armador de Dieppe, Jean Ango ou Angot. Adaptaram-se facilmente aos índios e foram seus aliados contra os portugueses. Antes que o mercantilismo e o absolutismo se fortalecessem na Europa. Nesse contexto, eclodiu a Reforma Protestante, esvaziando a autoridade do Papa enquanto mediador das questões de relações internacionais.


Fernão de Magalhães .




Concluída a volta ao mundo iniciada por Fernão de Magalhães (1519-1521), uma nova disputa se estabeleceu, envolvendo a demarcação do meridiano pelo outro lado do planeta e a posse das ilhas Molucas (atual Indonésia), importantes produtoras de especiarias. Para solucionar esta nova disputa, celebrou-se o tratado de Saragoça (22 de abril de 1529). Posteriormente, durante a Dinastia Filipina (União Ibérica), os portugueses se expandiram de tal forma na América do Sul que, em 1680, visando o comércio com a bacia do rio da Prata e a região andina, fundaram uma colônia à margem esquerda do Prata, em frente a Buenos Aires: a Colônia do Sacramento. A fixação portuguesa em território oficialmente espanhol gerou um longo período de conflitos armados, conduzindo à negociação do Tratado de Madrid (1750)



FONTE: FORUM TRAS-OS-MONTES


DISPONIVEL EM: http://www.trasosmontes.com/forum/viewtopic.phpt=2169&sid=19407703cabc0a1030473328fe455133

29.10.08

Textos e imagens da História do Brasil. Fonte de pesquisas históricas

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Fonte: Historia do Mundo.
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Mapa do Império Persa e da Mesopotâmia

Mesopotâmia, região situada na região do atual Iraque e a leste da Síria entre os rios Tigre e Eufrates. Seu nome é de origem grega e significa "entre rios". As comunidades mais antigas datam de 7000 a.C., e aí floresceram diversas civilizações. No século VI a.C. foi incorporada ao Império Persa.

Literatura Persa - História da Literatura Persa

Introdução.
Literatura em língua persa, escrita em caracteres árabes, incluindo, além do Irã, a Turquia e o norte da Índia. A literatura persa pré-islâmica inclui os ghatas ou cantos divinos, os textos sagrados mais antigos agrupados pelo nome de Avesta, os textos de Avesta e as epopéias para serem recitadas na corte. A poesia persa, que adaptou as formas árabes, nasceu na Pérsia oriental durante o século IX. No século X surge o poeta Rudaki, conhecido como o papa da poesia persa. Poucos anos depois de sua morte começou a tradição épica persa, que têm suas fontes nos Avesta e nos textos escritos em persa médio. Os principais poetas épicos são Marvazi, Daqiqi e Firdusi, autor da grande epopéia nacional persa. O primeiro autor que cultivou a qasida (poema didático) foi Rudaki, seguido de Unsuri, Asjadi e Farruji, que destacam-se entre os maiores poetas dos 400 instalados na corte do sultão Mahmud de Ghazna. Entre os muitos poetas que escreveram panegíricos cabe citar Anvari, e um importante autor de qasidas filosóficas é Naser-e Josrow. O famoso poeta Omar Khayyam é o maior autor de ruba’i (quartetos). A segunda metade do século XIII e a primeira parte do século XIV é considerada a idade de ouro da poesia persa graças a três dos maiores poetas da Pérsia: Sadi, Rumi masnavi (longo poema narrativo) foi obra extraordinário o ghazal, uma forma lírica apaixonante e mística. A primera masnavi (largo poema narrativo) mística foi obra de Sana’i. Posteriormente destacou-se Attar, expoente da doutrina mística do sufismo. Os versos dedicados ao amor de Rumi são considerados os mais profundos de toda a literatura islâmica. Outro destacado autor de masnavi românticas foi Nezami. O período de decadência começou no século XIV e o último grande poeta clássico foi Jami, ainda se destacam as masnavi românticas do poeta indiano Amir Josrow. Durante o século XV, e especialmente no século XVI, muitos poetas persas instalaram-se na corte dos imperadores mongóis indianos. O principal representante do estilo indiano (sabk-e hindi) foi Sa’ib, cujos poemas destacam-se por sua extraordinária imaginação. Em prosa a importante tradição persa inclui obras de Firdusi e uma tradução para o persa do comentário árabe sobre o Alcorão escrito pelo historiador Tabari. O gênero mais popular foi Espelhos para príncipes, livros de conhecimentos práticos e normas de conduta, entre os que figuram o escrito pelo governante de Gurgan do século XI Kaikavus ibn Iskandar. O maior prosista da literatura didática posterior foi Sadi, autor do famoso livro de máximas (algumas em verso) Gulistan (Jardim de rosas, 1218). Tendências Modernas Perto do final do século XVIII a literatura persa começou a experimentar importantes transformações como resultado de diversas influências, entre outras a ocidental. O principal autor do começo do século XIX foi Qi’im Maqim. No final do século a produção literária gozou de extraordinário vigor e tendo surgido, deste modo, alguns dos primeiros sérios dramas de tema nacionalista e patriótico. A partir de 1919, começaram a surgir relatos em persa, mais dramáticos do que românticos. Nesta época, os autores mais conhecidos são M. A. Jamalzadeh, Sadiq Hidayat, Buzurq Alavi y Jalal Al-e Ahmad Hidayat. A poesia persa recebeu novo impulso após a II Guerra Mundial e o teatro, que no sentido ocidental do termo começou no século XIX, conta com os dramaturgos Malkam Jan e Sa'edi.
Fonte: Historia do Mundo.
Disponivel em:http://www.historiadomundo.com.br/persa/literatura-persa/

Língua Persa - História da Língua Persa

É a mais significativa do ramo iraniano, subfamília das línguas indo-iranianas, que pertencem ao conjunto indo-europeu. É o idioma do Irã (antes Pérsia), também falado no Afeganistão e, em sua forma arcaica, no Tajiquistão e na região de Pamir. O persa (ou iraniano) moderno emprega o alfabeto árabe e tem uma literatura rica e extensa. O iraniano antigo está representado pelo avéstico e o persa antigo. O primeiro foi a língua empregada para redigir o livro sagrado dos zoroastristas, o Avessa. Arqueólogos encontraram inscrições, no sudoeste do Irã, escritas em caracteres cuneiformes. O persa moderno apareceu no século XIX e sua grafia é a árabe-persa (uma variante da escrita árabe). Foi sempre a língua oficial e cultural da Pérsia.

Fonte: Historia do Mundo.
Disponivel em: http://www.historiadomundo.com.br/persa/lingua-persa/

Civilização Persa - História da Civilização Persa

Introdução
O termo Pérsia é originário de uma região do sul do Irã conhecida como Persis ou Parsa. Seu nome foi gradualmente utilizado pelos gregos clássicos e pelo mundo ocidental para ser aplicado a toda a planície iraniana. Entretanto, os próprios iranianos a denominaram durante muito tempo Irã, que significa, a ‘terra dos ários’. Em 1935, o governo solicitou a utilização do nome Irã em vez de Pérsia. Primeiro Império A planície iraniana foi ocupada por volta de 1500 a.C. por tribos árias, das quais a mais importante era a dos medos, que ocuparam a parte noroeste, e os parsas (persas). Estes foram dominados pelos medos até a ascensão ao trono persa, em 558 a.C., de Ciro o Grande, um Aquemênida. Este derrotou os governantes medos, conquistou o reino da Lídia, em 546 a.C., e o da Babilônia, em 539 a.C., tornando o Império Persa o poder dominante na região. Dario I subiu ao trono em 521 a.C., ampliou as fronteiras persas, reorganizou todo o império e esmagou a revolta dos jônios gregos. Suas forças foram derrotadas na batalha de Maratona, em 490 a.C. Seu filho Xerxes I também tentou invadir a Grécia, mas foi derrotado na batalha naval de Salamina, em 480 a.C., assim como na batalha terrestre de Platea e na naval de Micala (ou Micale), em 479 a.C.




Este relevo em pedra representa Dario I, o Grande (à direita), e seu filho e sucessor, Xerxes I. Dario I governou o império persa de 521 a 486 a.C.



Durante o reinado de Artaxerxes I, segundo filho de Xerxes, os egípcios se rebelaram com a ajuda dos gregos. Embora a revolta fosse contida em 446 a.C., ela representou o primeiro ataque importante contra o Império Persa e o começo de sua decadência. Alexandre Magno e os Selêucidas Durante o século IV a.C., o império foi esfacelado em conseqüência de numerosas revoltas, mas o golpe final foi dado por Alexandre Magno, que anexou o Império Persa a seu domínio mediterrâneo depois de derrotar as tropas de Dario III numa série de batalhas, entre 334 e 331 a.C. À morte de Alexandre, em 323 a.C., seguiu-se uma longa luta, entre seus generais, pelo trono. O vencedor foi Seleuco I, que anexou o resto do antigo Império Persa a leste, até o rio Indo, assim como a Síria e a Ásia Menor. Desse modo, a Pérsia foi transformada numa unidade subordinada ao domínio dos Selêucidas, até que estes foram expulsos pelos partos, no século II a.C. Os Sassânidas Em 226 d.C., Ardachir I, rei vassalo persa, rebelou-se contra os partos, derrotando-os na batalha de Ormuz (224), e fundou uma nova dinastia persa, os Sassânidas. Instituiu o zoroastrismo religião oficial. Foi sucedido, em 240, por seu filho Sapor (ou Sahpur) I, que enfrentou duas guerras contra o Império Romano. Entre 260 e 263 perdeu as conquistas para Odenat, príncipe de Palmira e aliado de Roma. A guerra contra Roma foi retomada por Narsés, cujo exército foi aniquilado em 297. Sapor (ou Sahpur) II (reinando de 309 a 379) reconquistou os territórios perdidos. O governante seguinte foi Yazdgard I, que reinou pacificamente de 399 a 420. Seu filho e sucessor, Bahram IV, declarou guerra a Roma em 420. Dois anos mais tarde, os romanos o derrotaram. Em 424 os persas cristãos declararam sua independência da Igreja ocidental. No final do século V, a Pérsia foi atacada por um novo inimigo, os bárbaros heftalitas, ou ‘ hunos brancos’, que atacaram o rei persa Firuz (ou Peros) II, em 483, e durante alguns anos exigiram enormes tributos. Em 498, Kavad foi deposto por seu irmão ortodoxo Zamasp, mas, com a ajuda dos heftalitas, foi restaurado ao trono em 501. O filho e sucessor de Kavad, Cosroes I, teve êxito em suas guerras contra o imperador bizantino Justiniano I e estendeu seu domínio, tornando-se o mais poderoso de todos os reis Sassânidas. Seu neto, Cosroes II, iniciou uma longa guerra contra o imperador bizantino em 602 e, por volta de 616, havia conquistado praticamente todo o sudoeste da Ásia Menor e Egito. O último rei Sassânida foi Yazdgard III, em cujo reinado (632-641) os árabes invadiram a Pérsia, destruíram toda a resistência, substituíram gradualmente o zoroastrismo pelo islamismo e incorporaram a Pérsia ao califado. Persépolis (em grego, ‘cidade dos persas’), uma das antigas capitais da Pérsia; suas ruínas estão localizadas em Takht-i Jamshid, próximo a Sirâz, Irã. Denominada Parsa pelos persas, foi, desde o reinado de Dario I, no final do século VI a.C., residência dos reis Aquemênidas.
O local correspondente à antiga cidade de Persépolis guarda ruínas de diversos prédios monumentais. A imagem mostra a grande escada que leva ao Tripylon, cujas balaustradas têm esculturas em baixo-relevo que remontam ao século VI a.C.
Fonte: Historia do Mundo.
Disponivel em:http://www.historiadomundo.com.br/persa/civilizacao-persa/

Arte e Arquitetura Persa - História da Arte e Arquitetura Persa

Introdução

Manifestações artísticas do Irã. Embora a arte e a cultura do ocidente desse país sejam tradicionalmente conhecidas como persas, já faz muito tempo que o país é denominado Irã e os seus habitantes são chamados de iranianos, não mais persas. No entanto, recorreremos ao termo mais difundido e mais popular para nos referirmos ao período anterior à chegada do Islã, que remonta ao século VII d.C., ou seja, à época do antigo Império persa, bem como a sua pré-história.



Capital do Irã desde 1788, Teerã foi modernizada durante a dinastia Pahlavi, que governou o país entre 1925 e 1979


Período Antigo Os principais trabalhos artísticos da pré-história foram as peças de cerâmica e as pequenas figuras de argila, apesar do predomínio da arquitetura e da escultura ao longo dos dois impérios persas: o aquemênida e o sassânida (séculos VI a.C. - VII d.C.). Depois da conquista árabe e da introdução do Islã no século VII d.C., a escultura perdeu lugar para a arquitetura, que conheceu a partir de então um período de grande esplendor. A pintura chegou a ter alguma importância entre os séculos XIII e XVII. No século XX, essas antigas formas artísticas foram recuperadas, combinando os modelos tradicionais com a tecnologia ocidental e os novos materiais. Entre os primeiros exemplos da arquitetura persa, destacam-se pequenas casas feitas à base de argamassa e tijolos de barro cru e secos ao sol, descobertas em várias obras neolíticas do ocidente do Irã. As escavações realizadas em Tal-i Bakun, próximo a Persépolis, e em Tal-i Iblis e Tepe Yahya, próximo a Kerman, mostram como as construções eram feitas em torno de 4000 a.C., agrupadas em povoados ou pequenas cidades. O primeiro momento de grande desenvolvimento da arquitetura persa tem lugar com a dinastia dos Aquemênidas (550 a 331 a.C.). Os indícios são numerosos, sendo os mais antigos as ruínas de Pasárgada, a capital do reinado de Ciro II, o Grande. Dario I, o Grande construiu uma nova capital em Persépolis, cidade que mais tarde seria ampliada por Xerxes I e Artaxerxes I (465-425 a.C.). Após a conquista da Pérsia por Alexandre Magno em 331 a.C. e a chegada ao poder da dinastia selêucida, a arquitetura persa imitou o estilo característico do mundo grego. Com a dinastia sassânida, que governou a Pérsia de 226 d.C. até a conquista do Islã em 641, teve lugar um importante renascimento arquitetônico. Entre os principais vestígios conservados, estão as ruínas dos palácios cupulados de Firuzabad, Girra e Sarvestan e as amplas salas abobadadas de Ctesifonte. No primeiro grande período da arte persa, durante o reinado dos Aquemênidas, a escultura ganhou uma característica monumental. Perto de 515 a.C., Dario I, o Grande mandou esculpir um grande painel em baixo-relevo e uma inscrição gravada na rocha das encostas de Behistun. O segundo grande período da arte persa começa com o advento da dinastia sassânida em 226 a.C. Desse período, sobreviveu apenas um único exemplo de escultura livre ou de forma redonda, que é a colossal figura de um rei fantasma próxima de Bishapur. Os primeiros exemplos das artes decorativas persas remontam ao final do VII milênio a.C. e consistem em desenhos de animais e figuras femininas modeladas em argila. Iniciado em fins do segundo milênio e com um desenvolvimento cronológico que alcança até meados do primeiro milênio, teve lugar em toda a região montanhosa ao sul do Cáspio e em Luristão um importante florescimento dos trabalhos em bronze fundido. Foram feitas grandes quantidades de arneses, arreios e rédeas para os cavalos, além de machados e objetos votivos, refletindo, todos eles, um complexo estilo criado com base na combinação de partes de animais com criaturas fantásticas de variadas e estranhas formas. Durante o período aquemênida, as artes decorativas passaram a ser empregadas nos artigos de luxo, como ornamentos e vasilhas de ouro e prata, jarros de pedra e jóias trabalhadas. A produção de tecidos foi uma importante indústria do período sassânida. Os desenhos incluíam sobretudo motivos animais, vegetais e de caça dispostos de forma simétrica, situados dentro de medalhões. Período Islâmico Depois da conquista da Pérsia pelos árabes no ano 641, o Irã passou a fazer parte do mundo islâmico. Seus artistas tiveram que se adaptar à cultura islâmica, a qual, por sua vez, foi influenciada pela tradição iraniana. A arquitetura continuou sendo a principal forma artística. Devido à tradição islâmica, que condenava como idólatra a representação tridimensional de seres vivos e outros tipos de objetos, a escultura entrou em decadência. A pintura, por outro lado, não foi afetada por essa proibição de representar a figura humana, conhecendo a partir de então um período de grande efervescência. A mesquita foi a principal tipologia arquitetônica do Irã. Entre os exemplos mais importantes da primeira fase da arquitetura islâmica do Irã, estão a mesquita de Bagdá (764), a grande mesquita de Samarra (847) e a primeira mesquita de Na’in (século X). Com a expansão do império mongol, boa parte da arquitetura islâmica se concentrou no Irã, mas, depois da conquista de Bagdá pelos mongóis em 1258, renovou-se um tipo de construção mais apegada às tradições iranianas e foram erguidos vários dos melhores edifícios de toda a história da arquitetura no Irã, como a grande mesquita de Veramin (1322), a mesquita do Imã Reza em Meshad-i-Murghab (1418) e a mesquita azul de Tabriz. Outras obras importantes são o mausoléu do conquistador mongol Tamerlão e sua família em Samarcanda. A pintura de afrescos e os manuscritos com miniatura fizeram parte da tradição artística da Pérsia desde o período sassânida, embora restem apenas alguns fragmentos desses primeiros exemplos. Foram feitas cópias do Alcorão em letra cúfica, forma de escritura dos primeiros árabes, nos pergaminhos e rolos de al-Barah e al-Kufah, em fins do século VII. O retrato como gênero pictórico chegou a ser muito importante ao longo de todo o século XVI. Um dos principais retratistas foi Ali Reza Abbasi, que delineou suas figuras com sobriedade, mas com expressivos toques de pincel. As técnicas de produção de tecidos, metaloplastia e cerâmica desenvolvidas durante o período sassânida foram utilizadas ao longo de toda a história do Irã. A elaboração de tapetes, na qual o Irã sempre teve um papel de destaque, continua sendo uma importante atividade artística até o presente.
Fonte: Historia do Mundo.