29.12.08

REVOLUÇAO CUBANA

A Revolucão Cubana é um movimento popular que consistiu na derrubada do governo de Fulgencio Batista pelo movimento de 26 de Julho e o estabelecimento de um novo governo, liderado por Fidel Castro, no início de 1959 durante o período da Guerra Fria

Crise do sistema neocolonial

O governo de Washington, preocupado pelos freqüentes transtornos políticos de sua neocolônia, havia desenhado uma política de verdadeira tutela, chamada diplomacia preventiva, que alcançou seu ponto culminante com a designação do general Enoch Crowder para supervisionar e fiscalizar ao governo de Alfredo Zayas (1921-1925), quarto presidente cubano, cuja administração sería cenário de transcendentais movimentos políticos;

O repúdio generalizado à ingerência norte-americana e a corrupção governamental deram lugar a diversas correntes de expressão das reivindicações nacionalistas e democráticas. O movimento estudantil manifestava um forte radicalismo que, estruturado no propósito de uma reforma universitária, extravasaria rapidamente o marco em que havia surgido para assumir francas projeções revolucionárias sobre a direção de Julio Antonio Mella

O movimento operário, cujas raízes se remontavam às décadas finais do século XIX, havia seguido também um curso ascendente – marcado pela greve dos aprendizes em 1902 e a da moeda em 1907 entre as mais importantes -,que mais tarde chegaram a constituir uma verdadeira investida devido a inflação gerada pela I Guerra Mundial.

O avanço ideológico e organizativo do proletariado, na qual se deixavam sentir os ecos da Revolução de Outubro na Rússia, cristalizaria na constituição de uma central operária nacional em 1925.

Coincidentemente, e como expressão da conjunção das correntes políticas mais radicais do movimento, personificadas em Mella e Carlos Baliño, se constituiria em Havana o primeiro Partido Comunista.

Os mal-estares político e social tinham causas muito profundas. A economia cubana havia crescido muito rapidamente durante as primeiras décadas do século, estimulada pela reciprocidade comercial com os Estados Unidos e a favorável conjuntura criada pela recente guerra mundial. Não obstante esse crescimento era extremamente unilateral, baseado de modo quase exclusivo no açúcar e nas relações mercantis com os Estados Unidos.

Por outro lado, os capitais norte-americanos que haviam afluído à Ilha com ritmo ascendente eram os principais beneficiários do crescimento, tendo em vista que controlavam 70% da produção açucareira além de sua infra-estrutura e os negócios paralelos.

O bem-estar econômico derivado deste processo – do qual dão testemunho as luxuosas casas de El Vedado -, além de muito desigualmente distribuído, revelaria uma extraordinária fragilidade. Ele se pôs em manifesto em 1920, quando uma brusca queda no preço do açúcar provocou um crack bancário que despejou com as instituições financeiras cubanas. Pouco depois, quando a produção açucareira do país alcançava os 5 milhões de toneladas, ficou evidente a saturação dos mercados, claro indício de que a economia cubana não podia continuar crescendo sobre a base exclusiva do açúcar. A opção era o estancamento ou a diversificação produtiva, mas essa última alternativa não era possível, pois não era permitido pela monopolização latifundiária da terra e a dependência comercial dos Estados Unidos.

A ascensão de Geraldo Machado à presidência em 1925 representa a alternativa da oligarquia frente à crise latente.

O novo regime, intenta conciliar em seu programa econômico os interesses dos distintos setores da burguesia e o capital norte-americano, oferece garantias de estabilidade às classes médias e novos empregos às classes populares, todo ele combinado com uma seletiva mas feroz repressão contra adversários políticos e movimentos opositores.

Sob uma auréola de eficiência administrativa, o governo conseguiu impor limites ás lutas dos partidos tradicionais, assegurando-lhes o desfrute do pressuposto estatal mediante a fórmula do cooperativismo. Com o consenso que obteve, Machado decidiu reformar a constituição para perpetuar-se no poder.

Não obstante os êxitos parciais alcançados durante os primeiros anos de mandato, a ditadura machadista não conseguiu silenciar a dissidência dos políticos excluídos e muito menos conter o movimento popular. Acusados pelos excessos cometidos pelo regime e a rápida deteorização da situação econômica sob os efeitos da crise mundial de 1929 (Grande Depressão), essas forças mostraram crescente beligerância. Com os estudantes e o proletariado como suportes fundamentais, a oposição a Machado desencadeou uma interminável sucessão de greves, intenções insurrecionais, atentados e sabotagens.

A ditadura respondeu com um aumento da repressão, que chegou a níveis intoleráveis. Em 1933, o cambaleante regime de Machado estava a ponto de dar espaço a uma revolução. Alarmada pela situação cubana, a recém-estreada administração de Franklin D. Roosevelt designou B. Summer Wellesembaixador em Havana, com a missão de encontrar uma saída para a crise, dentro dos mecanismos tradicionais de dominação neocolonial. Mas a mediação de Welles se viu ultrapassada pelos acontecimentos: Em 12 de agosto, Machado fugia do país, derrotado por uma greve geral.

O governo provisório que criaram os setores direitistas da oposição, sob os auspícios do embaixador norte-americano sobreviveria apenas um mês. Um levantamento das classes e soldados do exército, junto ao Diretório Estudantil Universitário e outros grupos insurrecionais levou ao poder um governo revolucionário presidido por Ramon Grau San Martín.

Este governo, principalmente pela iniciativa de Antonio Guiteras, secretário de Governo, aprovou e pôs em prática diversas medidas de benefício popular, mas, hostilizado pelos Estados Unidos e pela oposição e vítima em grande medida de suas próprias contradições internas, só pode sustentar-se alguns meses no poder. Fator fundamental na queda desse governo sería o ex sargento Fulgencio Batista – promovido obscuramente do dia para a noite, coronelchefe do exército -, quem exerceu sua influência negativa no processo político.

Os partidos oligárquicos restaurados ao poder, a pesar do irrestrito apoio norte-americano expressado na abolição da Emenda Platt, e as medidas de estabilização econômica – principalmente o sistema de cotas açucareiras e um novo tratado de reciprocidade comercial-, mostraram uma franca inaptidão no exercício do governo.

Por esta razão, os destinos do Estado seriam efetivamente regidos por Batista e seus militares. Mas esta forma autoritária se revelou incapaz de oferecer uma saída estável à situação cubana. O que conduziu a uma transação com as forças revolucionárias e democráticas – debilitadas por divisões internas – que seriam plasmadas na Constituição de 1940. Com essa nova Carta Magna, que recolhia importantes reivindicações populares, se abriu um novo período de legalidade institucional.

O primeiro governo desta etapa esteve presidido por Fulgencio Batista, cuja candidatura havia sido respaldada por uma coalizão de forças que participavam os comunistas. Esta aliança, todavia reprimiu importantes conquistas ao movimento operário, não foi compreendida por outros setores populares, e se converteu em fator histórico de divisão entre as forças revolucionárias.

Durante o governo de Batista, a situação econômica experimentou uma melhoria propiciada pela estourada da II Guerra Mundial, conjuntura que beneficiaría ainda mais seu sucessor, Ramón Grau San Martín, que foi eleito em 1944 graças ao amplo respaldo popular que lhe adiquiriam as medidas nacionalistas e democráticas ditadas durante o governo anterior. Nem Grau, nem Carlos Prío Socarrás (1948-1952) – ambos líderes do Partido Revolucionário Cubano (autêntico) – foram capazes de aproveitar as favoráveis condições econômicas de seus respectivos mandatos.

As tímidas e escassas medidas reformistas apenas afetaram as estruturas de propriedade agrária e de dependência comercial que bloqueavam o desenvolvimento do país.Aproveitaram-se, em troca, da bonanza econômica que reportava a recuperação açucareira para saquear os fundos públicos em magnitudes sem precedentes.

A corrupção administrativa se complementava com o auspicio de numerosas quadrilhas gângsteres, que os autênticos utilizaram para expulsar os comunistas da direção dos sindicatos em meio a propícia atmosfera da guerra fria. O repúdio à vergonhosa situação imperante foi canalizado pelo movimento cívico político da ortodoxia, cujo carismático líder, Eduardo Chibás, se suicidaria em 1951 em meio de uma fervente polêmica com personagens governamentais.

Todavia, todos prognosticavam o triunfo ortodoxo nas eleições de 1952, as esperanças foram frustradas por um golpe militar.

O descrédito em que a experiência autêntica havia sumido nas fórmulas reformistas e as instituições republicanas, assim como a favorável disposição fazia um governo de “mão dura” por parte dos interesses norte-americanos e alguns setores da burguesia mestiça, favoreceram as ambições deFulgencio Batista, quem assomado a uma frente militar, tomou o poder em 10 de março de 1952.

[editar] Movimento revolucionário 1953-1958

A inércia e incapacidade dos partidos políticos burgueses para enfrentar o regime batista – ao qual aderiram alguns destes partidos – contrastou com abeligerânciados setores populares, em especial da jovem geração que recém nascia para a vida política.

[editar] Nasce um movimento

De suas fileiras nasceu um movimento de novo tipo, encabeçado por Fidel Alejandro Castro Ruz (Birán, 1926), um jovem advogado, formado pela faculdade de Havana, cujas primeiras atividades políticas haviam se desenvolvido no meio universitário e às filas da ortodoxia.

Preconizando uma nova estratégia de luta armada contra a ditadura, Fidel Castro se pôs à silenciosa e tenaz preparação dessa batalha.

[editar] Ataques a Moncada

As ações se desencadeariam em 26 de julho de 1953, com os ataques simultâneos aos quartéis de Moncada, em Santiago de Cuba e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo, concebidos como estopim de uma vasta insurreição popular. Ao fracassar a operação, dezenas de combatentes que foram feitos prisioneiros terminaram assassinados. Outros sobreviventes, entre os quais se encontrava o comandante Fidel Castro, foram julgados e condenados a severas penas de prisão.

[editar] "La História me absolverá"

No julgamento que se seguiu, o líder revolucionário pronunciou uma alegação de auto-defesa – conhecido como La História me absolverá -, no qual fundamentava o direito do povo à rebelião contra a tirania e explicava as causas, vias e objetivos da luta empreendida. Essa alegação se converteu no programa da revolução.

[editar] Cuba durante a ditadura de Fulgencio Batista

Entretanto, a ditadura enfrentava crítica conjuntura criada pela queda dos preços do açúcar com a fórmula (escrita em entrelinhas) de restrição produtiva. Para combater seus efeitos depressivos, o governo inicia uma mobilização compulsiva de recursos financeiros que, em proporção apreciável, terminariam nos bolsos dos personagens do regime. Não obstante o fomento de novos renglones produtivos nas décadas precedentes, a economia cubana, ungida ao açúcar, não alcançava um crescimento satisfatório. Evidência máxima disto era a massa de desempregados e sub-empregados que já, a meados da década de 50, chegaria a constituir a terça parte da força trabalhista do país. Na miséria vivia a maioria dos trabalhadores rurais cubanos durante a república neocolonial, vitimas das expulsões, a falta de trabalho e a enorme exportação por latifundiários e colonos estrangeiros e da platéia com o respaldo dos governos burgueses dependentes.

[editar] Eleições ilegítimas de 1954

O desejo da tirania por legalizar seu status mediante ilegítimas eleições em 1954, serviria ao menos para aplacar sua vontade repressiva. A circunstancia foi aproveitada pelo movimento de massas que em 1955 ascendeu de maneira significativa e logrou a anistia dos presos políticos – entre eles, os combatentes de Moncada – e representaram greves operárias de grande importância, sobretudo no setor açucareiro.

[editar] Nasce o Movimento Revolucionário 26 de Julho

No mesmo ano, foi fundado o Movimento Revolucionário 26 de Julho, constituído por Fidel Castro e seus companheiros, e um ano mais tarde se cria oDiretório Revolucionário, que agrupa os elementos mais combativos dos estudantes universitários.

[editar] Conspiração no exército

A desacertada política de ascensões, o estímulo a exaltar o nepotismo, o favoritismo, a bajulação e a falta de preparação técnica e profissional de alguns dos principais chefes e oficiais do exército, constituíram elementos que influíram na decisão de um grupo de oficiais com preparação acadêmica conspirar por melhorar a profissionalidade da instituição. Esses oficiais chamados “Puros” podiam ser localizados principalmente no Acampamento Militar de Columbia, a Fortaleza da Cabana e nas escolas militares. Entre eles se destacavam: José Ramón Fernández, José Orihuela, Enrique Borbonet, Ramón Barquín, Manuel Varela Castro, entre outros. Uma denúncia provocou a detenção de todos os conspirados e o aborto do plano revoltoso.

[editar] Ataque ao quartel de Domingo Goicuría

Outro feito que preocupou ao regime batistiano foi o ataque ao quartel “Domingo Goicuría” em 29 de abril de 1956. Uns 50 homens por volta das 12:00 atacaram e tentaram ocupar o quartel “Goicuría”. A imensa maioria dos combatentes eram militantes da organização autêntica (AO) e estavam sob comando de Reinold García.

A ação resultou em fracasso porque eram esperados, a prova esta no saldo da ação: 17 combatentes mortos sem nenhum ferido, enquanto o exército não teve baixas. O ataque a esse quartel, sede do Regimento nº 4 da Guarda Rural, em Matanzas, constituiu um elemento que estimulou os órgãos de inteligência e repressão atuar com mais energia e, em particular, a desarticular, neutralizar e não subestimar aos grupos conspiradores pertencentes aos autênticos.

[editar] Expedição libertadora

Diante da impossibilidade de uma luta legal contra a tirania, Fidel Castro foi exilado no México, onde funda alí o MR-26 (Movimento Revolucionário 26 de julho - data do fracassado ataque ao quartel Moncada) com o propósito de organizar uma expedição libertadora e iniciar a guerra revolucionária. Por sua vez, os partidos burgueses da oposição, ensaiam uma nova manobra conciliadora com Batista em busca de uma saída “política” para a situação. O fracasso ocasiona desprestígio junto ao resto da sociedade.

[editar] Desembarque do navio Granma

Yate Granma.
Yate Granma.

A 2 de dezembro de 1956, Fidel Castro desembarca a frente da expedição do iate Granma, nas Coloradas, província do Oriente.

Dois dias antes, os combatentes clandestinos do MR-26, a mando de Frank País, haviam levado a cabo emSantiago de Cuba um levantamento contra o desembarque.

Ao não coincidirem ambas as ações, o levantamento terminava em um fracasso. Após o revéz do lugar chamadoAlegria de Pio, que dispersava o contingente expedicionário, Fidel Castro e um punhado de combatentes conseguiram conquistar o território da Sierra Maestra para constituir o núcleo inicial do Exército Rebelde.

Sua carta de apresentação seria, um mês depois, a tomada do pequeno quartel de La Plata, ação que serviria para desmentir as versões propagadas pela ditadura acerca do total extermínio dos expedicionários.

Granma é hoje o nome do maior diário impresso em circulação em Cuba vinculado ao orgão oficial de imprensa do comitê central do Partido Comunista de Cuba

[editar] A concentração revolucionária e a revolta popular

Em 1957, enquanto o Exército Rebelde se concentrava nas montanhas com uma série de ações – entre as mais importantes se encontra o combate de El Uvero -, nas cidades se desenvolvia com grande ímpeto a luta clandestina. Em 13 de março desse mesmo ano, um destacamento do Diretório Revolucionário realiza um ataque ao palácio presidencial em Havana, com o propósito de executar o tirano, mas fracassam.

Nesta ação cairia o valente combatente José Antonio Echeverría, presidente da Federação Estudantil Universitária.

Aos atentados e atos de sabotagem, a tirania responderia com um incremento das torturas aos detentos e uma investida de crimes.

No mês de julho, o assassinato de Frank País provocaria uma greve espontânea que paralisou grande parte da nação cubana.

Pouco depois, em setembro, a revolta do posto naval da cidade de Cienfuegos poria em evidência as profundas fendas nas forças armadas do batistato.

Ao final do ano, o exército fracassa em sua ofensiva contra Sierra Maestra, onde já haviam se consolidado duas colunas guerrilheiras.

No início de 1958, o movimento revolucionário decide acelerar a queda do tirano mediante uma greve geral com características de insurreição.

[editar] A ofensiva contra Sierra Maestra

Em Sierra Maestra, Fidel Castro cria duas novas colunas a mando dos comandantes Raúl Castro – seu irmão – e Juan Almeida, respectivamente, os quais devem abrir duas frentes guerrilheiras em outras zonas montanhosas do Oriente. A greve convocada em 9 de abril se frustra com graves perdas para as forças revolucionárias. Batista crê ter chegado o momento de liquidar a insurreição e no verão, lança uma ofensiva de 10.000 homens sobre Sierra Maestra.

[editar] A vitória revolucionária nas montanhas

Exército Rebelde e o povo: Unidade e Ação
Exército Rebelde e o povo: Unidade e Ação

Em ferozes combates e batalhas – Santo Domingo, El Jigüe, Vegas de Jibacoa, e outras – as tropas rebeldes derrotam os batalhões da tirania que tentam penetrar na Sierra Maestra e os obriga a se retirar.

Esse e o tom definitivo. Os partidos da oposição burguesa, que até então tem manobrado para capitalizar a rebeldia popular, se apressam em reconhecer a indiscutível liderança de Fidel Castro.

Colunas rebeldes partem de diversos pontos do território cubano, entre elas as colunas dos comandantes Ernesto Che Guevara e Camilo Cienfuegos, as quais avançam a província de Lãs Villas.

Nesta zona já operam diversos grupos de combatentes, entre outros os do Diretório Revolucionário e o Partido Socialista Popular (Comunista). Em 20 de novembro, o Comandante em Chefe das tropas rebeldes, Fidel Castro, dirige pessoalmente a batalha de Guisa, que marca o começo da definitiva ofensiva revolucionária.

Em ações coordenadas, as já numerosas colunas de II e III frentes orientais vão tomando os povoados adjacentes para fechar o cerco sobre Santiago de Cuba.Che Guevara, em Lãs Villas, conquista um, após outro os povoados ao longo da estrada central e ataca a cidade de Santa Clara, capital provincial, enquanto que, por sua vez, Camilo Cienfuegos rende em tenaz combate o quartel da cidade de Yaguajay.

Em 1º de janeiro de 1959, Batista abandona o país.

Em uma manobra de última hora, abençoada pela embaixada norte-americana, o general Eulogio Cantillo tenta criar uma junta cívico-militar. Fidel Castropede à guarnição de Santiago de Cuba que se renda e ao povo que façam uma greve geral que, apoiada massivamente por todo o país, asseguraria a vitória da Revolução.

[editar] Cuba após vitória da Revolução

O programa do Moncada começava a cumprir-se: Os proprietários de terras perdem suas propriedades
O programa do Moncada começava a cumprir-se: Os proprietários de terras perdem suas propriedades

Apenas instalado no poder, o governo revolucionário iniciou o desmantelamento do sistema político neocolonial. Dissolveram os corpos repressivos e garantiram aos cidadãos, pela primeira vez em muitos anos, o exercício pleno de seus direitos.

A administração pública foi saneada e se confiscaram os bens malversados. Desta maneira se erradicou essa tão funesta prática da vida republicana.

Os criminosos de guerra batistianos foram julgados e sancionados, se varreu a corrompida direção do movimento operário e se dissolveram os partidos políticos que haviam servido à tirania.

A designação do Comandante em Chefe Fidel Castro como primeiro-ministro no mês de fevereiro, imprimiria um ritmo acelerado às medidas de benefício popular.

Aprovou-se uma diminuição geral de aluguéis; As praias, antes privadas puseram-se a disposição do povo para seu desfrute e intervieram as companhias que monopolizavam os serviços públicos.

Um marco transcendental neste processo seria a Lei de Reforma Agrária, aprovada em 17 de maio, a qual eliminava o latifúndio ao nacionalizar todas as propriedades de mais de 420 hectares de extensão, e entregava a propriedade da terra a dezenas de milhares de camponeses, arrendatários e precaristas.

Fidel trata de assegurar o seu poder. A revolução cubana, ao contrário do que muitos pensam, não era socialista, e sim formada por vários grupos descontentes com a ditadura. Após o sucesso da revolução Fidel executa seus companheiros, líderes dos outros grupos da revolução, e se torna o único comandante.

Empossa Che Guevara como ministro, mas este não obtém sucesso no cargo e Fidel o afasta do governo e da ilha.

[editar] Estados Unidos contra a revolução

Esta medida, que eliminava um dos suportes fundamentais do domínio neocolonial, promoveu a colérica resposta dos interesses afetados.

O governo dos Estados Unidos não havia ocultado seu desgosto pelo triunfo da Revolução e, adotou uma política de perseguição sistemática contra Cuba, alentando e apoiando - inclusive financeiramente - a movimentos contra-revolucionários com o propósito único de desestabilizar o regime de Fidel Castro.

Os obstáculos interpostos pelo presidente Manuel Urrutia às transformações revolucionárias provocaram em julho a renúncia de Fidel Castro ao cargo deprimeiro-ministro ao qual retornaria dias depois em meio de manifestações da multidão em apoio as quais formam a causa da renúncia do presidente e de sua sucessão por Osvaldo Dorticós.

Em outubro aborta um levante militar em Camagüey orquestrado pelo chefe deste posto, o comandante Hebert Matos, em aberta associação de elementos contra-revolucionários locais.

Entretanto, os crescentes atos de sabotagem e o terrorismo começaram a cobrar vítimas inocentes.

Para enfrentar a investida contra-revolucionária, se criaram as Milícias Nacionais Revolucionárias e os Comitês de Defesa da Revolução, organizações que, junto à Federação de Mulheres Cubanas, a Associação de Jovens Rebeldes e outras constituídas com posterioridade, possibilitaram uma participação mais ampla do povo na defesa da Revolução. Assim como aumentava a repressão. Nesta época "O Paredão" já começava a ficar famoso.

A permanente hostilidade norte-americana (já que Cuba era ideológicamente hostil aos EUA) se materializa em sucessivas medidas encaminhadas a desestabilizar a economia cubana e isolar o país do resto da comunidade internacional.

A ela a Revolução responde com uma dinâmica política exterior que tenta ampliar as relações e convênios com outros países – principalmente os socialistas – em uma prova de sua firme decisão de romper a tradicional dependência comercial.

Em julho de 1960, após tomar conhecimento da supressão da cota açucareira cubana pelo governo de Washington, Fidel Castro anuncia a nacionalização de todas as propriedades norte-americanas na Ilha.

A esta medida, seguiria, poucos meses depois, a decisão de nacionalizar as empresas da burguesia cubana.

[editar] Retaliações norte-americanas a Cuba

Mas as retaliações norte-americanas não se limitaram ao âmbito da economia, mas também tinham dimensões belicosas.

Enquanto fomentava a criação de organizações e grupos contra-revolucionários em distintas regiões do país, às quais provia armamento e outros abastecimentos, a administração Eisenhower – que rompe relações com Cuba em janeiro de 1961 – havia iniciado a preparação de uma brigada mercenária composta de dissidentes cubanos, com o propósito de invadir a ilha.

A invasão se iniciaria em 17 de abril pela área de Playa Girón, após um bombardeio surpresa às bases aéreas cubanas.

A invasão fracassou com a falta de apoio da marinha dos EUA a força de desembarque a ilha.

No sepultamento das vítimas deste ataque, Fidel Castro proclamou o caráter socialista da Revolução, algo que se percebia já a partir das medidas tomadas nos meses finais de 1960.

[editar] Derrota norte-americana em Girón

Girón, derrota do contigente de invasão
Girón, derrota do contigente de invasão

Foram emboscados na Baía dos Porcos, então, bastaram menos de 72 horas para que o exército cubano esmagasse à brigada de dissidentes cubanos que a Agencia Central de Inteligência (CIA) havia levado meses para treinar. O sucesso cubano foi possível graças ao auxílio do serviço secreto soviético (KGB) que informou antecipadamente a Cuba sobre a invasão. Devido a esta derrota, Estados Unidos não conseguiram esmagar a Revolução Cubana.

[editar] Crise dos mísseis

A crise do mísseis consistiu em um enfrentamento entre as duas superpotências, Estados Unidos e URSS, quando esta última decidiu instalar mísseis nucleares em Cuba. Os EUA efetuaram um bloqueio naval a ilha e a URSS desistiu e voltou atrás.

Mediante o “Plano Mangosta”, os EUA dispuseram uma sucessão de operações de agressão que não descartava a intervenção militar direta.

Isto conduziria a uma grave crise internacional no mês de outubro de 1962, ao conhecer a instalação de foguetes soviéticos na Ilha.

Os compromissos mediantes os quais se deu solução à crise, não puseram fim às praticas de agressão dos Estados Unidos.

[editar] As gangues anti-revolucionárias

Captura dos içados no Escambray
Captura dos içados no Escambray

Assim mesmo, a ação decidida do povo cubano, organizado nas Milícias Nacionais Revolucionárias e também nas Forças Armadas, enfrentou às gangues armadas contra-revolucionárias. A bandidagem foi liquidada definitivamente em 1965, quando a última gangue organizada que atuou no país, a de Juan Alberto Martinez Andrades, foi capturada em 4 de julho. Outros bandidos dispersos que fugiam da justiça revolucionária foram capturados durante os meses seguintes.

Assim chegou o enfrentamento armado que se estendeu durante quase seis anos e afetou a todas as províncias do país.

Nesta onda de revolta, entre 1959 e 1965, atuaram em todo o território cubano 299 gangues com um total de 3.995 efetivos.

Entre os combatentes das tropas regulares e milicianas que participaram nas operações, somadas as vítimas dos crimes desses bandidos, perderam a vida 549 pessoas e muitas outras ficaram incapacitadas. Cuba teve que gastar aproximadamente um bilhão de pesos nesses anos difíceis para a economia nacional cubana.

A combinação das ações militares com as de caráter político e ideológico desempenharam um papel decisivo na vitória sobre os bandidos..

[editar] Bloqueio à Cuba

Os Estados Unidos estabelecem um bloqueio econômico contra Cuba.

No âmbito internacional, os Estados Unidos conseguia expulsar Cuba da Organização de Estados Americanos (OEA) e a maior parte das nações latino-americanas, com exceção do México, romperam relações com Cuba.

Não obstante, a Revolução Cubana fortalecia seus vínculos com o campo socialista e os países de Terceiro Mundo, participa na constituição doMovimento de Países Não Alinhados e desenvolve uma ativa política de solidariedade para com os movimentos de liberação nacional e de apoio aos mesmos.

A nação que resistira decididamente a todo tipo de agressões armadas devia sobreviver também ao ferrenho cerco econômico.

Os Estados Unidos haviam suprimido todo comércio com a Ilha e se esforçava por conseguir que outros países aderissem ao bloqueio.

Cuba se via assim, privada de fornecimentos vitais para sua agricultura e sua indústria.

Mas a ativa solidariedade da União Soviética (URSS) e outros países socialistas, unida ao tenaz esforço trabalhista e a criatividade do povo, possibilitaram que a economia nacional não só se mantivesse funcionando, senão que também crescesse.

2005 - A Assembléia Geral das Nações Unidas condenou o bloqueio pela 14º vez por uma larga margem. Apenas três países votaram contra a resolução da ONU que pedia o fim do bloqueio norte-americano a Cuba. Foram eles: as Ilhas Marshall, Israel e os Estados Unidos.

2006 - Pela 15º vez, a Assembléia Geral das Nações Unidas condenou o bloqueio por uma margem ainda maior do que a de 2005. Apenas dois países votaram A FAVOR do bloqueio. Foram eles: Estados Unidos e Israel que claramente, têm uma dependência vital dos norte-americanos em sua posição noOriente Médio.


Os Estados Unidos continuam desrespeitando as definições da ONU e mantendo o bloqueio considerado por todos os outros países do mundo comocriminoso.

[editar] Periodo Especial

Com a queda da União Soviética, que na década de 1990 era principal comprador de cana-de-açúcar e principal exportador de petróleo, contribuindo para a economia cubana, a ilha entra no chamado 'Período Especial'. A agricultura passa a ser o meio de subsistência mais valorizado e com maior investimento. Infelizmente Cuba viveu um período de seca nos anos seguintes o que fez a economia reduzir seu crescimento ainda mais. Neste sentido o governo tomou uma série de medidas,entre elas investir no turismo.

Vítima do bloqueio norte-americano, Cuba teve milhões de dolares de prejuízo, uma vez que os EUA vendiam os bens necessários a um preço elevadissimo bem como proibiram o envio de bens a familiares.

Em 1995 é criada a lei Helms-Burton que proíbe qualquer investimento de empresas estrangeiras em Cuba. Ainda assim nos anos seguintes a economia cresceu sobretudo na área da agricultura e turismo. Atualmente Cuba tem desenvolvido sua indústria turística com alguma abertura ao capital estrangeiro, grandes redes de hotéis possuem instalações em Cuba; este plano tem sido bem sucedido graças à excentricidade da Ilha Caribenha que atrái turistas de todo o mundo para conhecer o país.

Fonte:http://saber.sapo.ao/w/index.phptitle=Revolu%C3%A7%C3%A3o_Cubana&printable=yes