10.1.12

Os 14 pontos de Wilson

Woodrow Wilson ofereceu um acordo interessado em evitar outras grandes guerras.


Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o mundo observou uma devastação sem precedentes em toda a História. Visando atender suas intenções imperialistas, as mais poderosas nações da Europa se envolveram em um conflito causador de centenas de milhares de mortes. Com a observação desse quadro de grande destruição, muito se questionava se aquele derramamento de sangue teria valido a pena.

Em 1918, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, realizou uma proposta que pretendia resolver a questão de forma definitiva. Para ele, era mais importante selar a paz e evitar outra guerra do que apontar as punições destinadas aos perdedores e as compensações dos vencedores. Em outros termos, o presidente norte-americano abraçava uma espécie de “paz sem vencedores”.

No meio tempo em que os tratados de paz que selariam a Primeira Guerra eram discutidos, Woodrow Wilson redigiu os catorze pontos que pretendiam selar um equilíbrio pacífico entre os europeus. Conhecido como “14 pontos de Wilson” ou “14 pontos para a Paz”, esse documento seria de grande importância para que a Liga das Nações, uma espécie de embrião da atual ONU, fosse criada.

Segundo o tratado, as nações não deveriam mais firmar acordos diplomáticos que não fossem reconhecidos publicamente. Além disso, acreditava que a livre navegação e o comércio deliberado entre as nações reforçassem o elo e a cooperação internacional. No que tange ao militarismo, acreditava que os aparatos militares deveriam se restringir somente àquilo que fosse necessário para a manutenção da segurança nacional.

No tocante ao imperialismo, acreditava que as nações colonizadas deveriam ter acesso a algum meio representativo que expusesse os seus interesses. Paralelamente, o mesmo acordo indicava que as nações invadidas ou vitimadas por alguma perda territorial deveriam ser desocupadas ou terem as suas terras devolvidas. Dessa forma, se buscava apagar todas as rivalidades que, durante o século XIX, alimentaram a deflagração da Primeira Guerra Mundial.

O último e mais importante conteúdo do tratado norte-americano sugeria a formação de uma “associação geral” (ou seja, internacional) que tivesse a missão de resguardar a autonomia política e territorial das grandes e pequenas nações. Através desses princípios, eram lançadas as bases para a construção da Liga das Nações. Apesar de a ideia ser norte-americana, a participação dos Estados Unidos acabou sendo vetada pelos congressistas daquele país.

Por fim, apesar de buscar o equilíbrio e o fim das revanches, os elementos fundamentais do projeto de Woodrow Wilson foram refutados pelas nações envolvidas na guerra. No lugar dos “14 pontos para a Paz”, prevaleceram as pesadas sanções estipuladas pelo Tratado de Versalhes. Em 1919, Woodrow Wilson ganhou o Nobel da Paz pelos seus esforços. Duas décadas mais tarde, uma nova guerra mundial trouxe mais horror e destruição ao mundo.

Por Rainer Sousa
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