9.4.13

1896: Jogos Olímpicos da Era moderna



Em 6 de abril de 1896 começava em Atenas, na Grécia, a primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna. O renascimento do espírito olímpico, interrompido no ano 392, deveu-se ao francês Barão de Coubertin.


Charles Freddye Pierre, o Barão de Coubertin, pai da Olimpíada Moderna


Charles Freddye Pierre era o nome do Barão de Coubertin, pai da Olimpíada Moderna. Motivado pelo ideal da educação através do esporte, Coubertin queria propagar seu uso como um instrumento de aproximação entre os povos, em benefício da paz. A célebre frase "o importante é competir" é atribuída ao barão francês.

Em junho de 1894, apoiado pelo norte-americano William Sloane e pelo inglês Charles Herbert, e na presença de representantes de 15 países, Coubertin fundou em Sorbonne, na França, o órgão precursor do Comitê Olímpico Internacional. Até hoje, esse organismo controla todo o mundo olímpico.

Coubertin planejava a primeira edição dos Jogos para 1900, em Paris, durante a Exposição Mundial, mas o príncipe Constantino da Grécia ficou tão empolgado com a ideia de recomeçar a competição no mesmo país onde ela havia terminado 16 séculos antes, que conseguiu organizá-los em dois anos. Em 6 de abril de 1896, então, foram inaugurados os primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna.

Abertura virou marca registrada

A improvisada frase do Rei George 1º da Grécia ("Declaro abertos os primeiros Jogos Olímpicos em Atenas") tornou-se marca registrada para todas as cerimônias de abertura seguintes. Em Atenas, as mulheres ainda eram proibidas de participar dos jogos. Competiram 285 atletas de 13 países, nas provas de atletismo, ciclismo, luta, esgrima (era a única que admitia profissionais na época), ginástica, halterofilismo, natação e tênis.

Os atletas dos Estados Unidos venceram 11 provas. A Alemanha ficou em terceiro lugar, com quatro vitórias de Carl Schuhman. O destaque ficou para o grego Spiridon Loues, vencedor da maratona, criada especialmente para os Jogos Olímpicos modernos.

Adotou-se o termo "olimpíadas", no plural, pois cada modalidade é vista como um jogo em separado, e "olimpíada" como o espaço de quatro anos entre elas. Aliás, o nome vem da cidade de Olímpia, na Grécia antiga. Criados em cerca de 2.500 a.C., os Jogos Olímpicos eram uma festa esportiva em homenagem a Zeus. Tão importantes que até interrompiam guerras em andamento, as competições aconteciam no santuário de Olímpia.

Teodósio proibiu festas pagãs

As provas disputadas eram atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo (incluía luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os campeões recebiam uma coroa de louros. As Olimpíadas perderam prestígio quando os romanos tomaram a Grécia, no século 2º a.C. Em 392, o imperador Teodósio 1º converteu-se ao cristianismo e proibiu todas as festas pagãs, inclusive os Jogos Olímpicos, que homenageavam Zeus.

O sonho do Barão de Coubertin de aproximar os povos através do esporte demorou a se concretizar. Em 1936, na Alemanha, Hitler se negou a reconhecer as quatro vitórias do negro norte-americano Jesse Owens, por exemplo.

Em Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro matou 11 atletas israelenses. Em 1980, os Estados Unidos boicotaram os Jogos de Moscou, em protesto à invasão do Afeganistão. A revanche viria quatro anos depois, com os soviéticos ausentes em Los Angeles.

Nos últimos anos, as Olimpíadas estão se tornando sinônimo de superlativo. Os Jogos em Sydney, na Austrália, em setembro de 2000, tiveram a participação de mais de 10 mil atletas, 40% dos quais mulheres, representando 200 nações e buscando 300 medalhas de ouro.

Quatro anos depois, na capital grega, em 2004, os organizadores repetiram o refrão dos "maiores e mais caros Jogos de todos os tempos", com uma verdadeira paranoia em torno da segurança, devido ao temor de ataques terroristas.

As Olimpíadas de 2008, realizadas na China, foram acompanhadas de fortes protestos internacionais contra o desrespeito aos direitos humanos no Império do Meio, sobretudo contra a repressão no Tibete.


Autoria Hanspeter Detmer (rw)
Fonte: DW