18.6.13

1946: Fim da Liga das Nações



No dia 18 de abril de 1946, foi dissolvida formalmente a Liga (ou Sociedade) das Nações. Surgida em consequência dos horrores da Primeira Guerra Mundial, na prática ela deixara de existir alguns anos antes.


Palácio das Nações, em Genebra


A dissolução da Liga das Nações, no dia 18 de abril de 1946, não passou de uma formalidade. Na prática, ela deixara de existir alguns anos antes. Além disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) já havia iniciado suas atividades a 24 de outubro de 1945, como organismo sucessor da Liga.

A Liga (ou Sociedade) das Nações surgiu em consequência dos horrores da Primeira Guerra Mundial e foi a primeira tentativa de consolidar uma organização universal para a paz. Acreditava-se que futuros conflitos só poderiam ser impedidos se fosse criada uma instituição internacional permanente, encarregada de negociar e garantir a paz. O principal precursor da ideia fora o presidente norte-americano Woodrow Wilson (1856–1924).

Proposta do presidente dos EUA

Em janeiro de 1918, Wilson apresentou uma proposta de paz revolucionária, contida em 14 pontos: exigência da eliminação da diplomacia secreta em favor de acordos públicos; liberdade nos mares; abolição das barreiras econômicas entre os países; redução dos armamentos nacionais; redefinição da política colonialista, levando em consideração o interesse dos povos colonizados; e retirada dos exércitos de ocupação da Rússia.

Pretendia também a restauração da independência da Bélgica; restituição da Alsácia e Lorena à França; reformulação das fronteiras italianas; reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo dos povos da Áustria-Hungria; restauração da Romênia, da Sérvia e de Montenegro, assim como o direito de acesso ao mar para a Sérvia; reconhecimento da autonomia da Turquia a abertura permanente dos estreitos entre o Mar Negro e Mediterrâneo; independência da Polônia; e criação da Liga das Nações (League of Nations).

Após complicadas negociações, sobretudo com a França, que exigia da Alemanha reparações de guerra, foi aprovada em Paris uma versão reformulada do programa de 14 pontos, em 28 de abril de 1919. O estatuto da Liga das Nações foi assinado a 28 de junho do mesmo ano, como parte do Tratado de Versalhes, firmado com a Alemanha. A primeira conferência da nova organização, fundada pelos 32 países vencedores da Primeira Guerra Mundial, foi realizada em 1920, em Genebra.

Razões do fracasso

A Liga das Nações, porém, fracassou por defeitos de origem. Não dispunha de um poder executivo forte, nem contava com representantes da União Soviética e dos Estados Unidos – a nação de seu idealizador. O governo de Moscou não era aceito, e Washington não ingressou na organização por rejeitar o Tratado de Versalhes. Mesmo nos melhores tempos, o número de membros não passou de 50. Já em 1923, tornou-se evidente a fraqueza da Liga, quando os franceses invadiram a região alemã da Renânia, para cobrar reparações de guerra.

Um dos poucos êxitos da organização foi o pacto de segurança firmado entre Alemanha, França, Grã-Bretanha e Bélgica, além da resolução diplomática de alguns conflitos internacionais. Genebra, porém, nada pôde fazer para impedir a crise econômica mundial, no final da década de 20. A miséria geral impulsionou as forças nacionalistas que se opunham ao Tratado de Versalhes.

A invasão da Manchúria pelo Japão, em 1931, foi uma prova do fracasso da Liga das Nações. Condenado um ano e meio depois pelo ato de agressão, o Japão abandonou a organização. A Alemanha seguiu o mesmo caminho a 14 de outubro de 1933. Adolf Hitler, interessado apenas em armar seu país, usou uma série de pretextos para abandonar a conferência de desarmamento e ridicularizar a Liga das Nações.

As invasões da Abissínia pela Itália, em 1935, e da Finlândia, pela União Soviética, em 1939, revelaram que a Liga das Nações não passava de uma organização de fachada. Seu último ato foi expulsar a URSS, que havia sido admitida como membro em 1934. A esta altura, porém, a Segunda Guerra Mundial já estava a pleno caminho, o que frustrou de vez as intenções pacifistas dos idealizadores da Liga das Nações.

Fonte:DW.DE

1907: Criação da Corte de Haia



No dia 15 de junho de 1907, a segunda Conferência da Paz de Haia decidiu instaurar uma corte permanente para ajudar na resolução de conflitos internacionais.


Palácio da Paz, sede da corte


Já em 1899 o czar Nicolau 2° da Rússia havia convocado 26 países para uma conferência em Haia. Nesta Primeira Conferência da Paz, ele sugeriu a criação de uma corte arbitral, que mediaria conflitos antes que os países pegassem em armas. Neste sentido, uma "corte permanente" assume seus trabalhos em 1902. Mas ela seria insuficiente.

Somente na segunda Conferência da Paz em Haia é que foi decidida a criação de uma instância jurídica superior, que impusesse sentença aos acusados.

O tribunal seria constituído de juízes que representariam os diferentes sistemas jurídicos do mundo. Sua tarefa seria resolver conflitos entre países, baseando-se nos princípios do Direito Internacional.

A conferência de 1907 teve a participação do brasileiro Rui Barbosa, que em virtude de seu pronunciamento em defesa dos direitos dos países menores, propondo a igualdade entre todas as nações, ganhou o apelido de "Águia de Haia".

Criação da Corte Internacional de Justiça

Os trabalhos foram suspensos durante a Primeira Guerra Mundial, sendo retomados em 1922, ano de criação da Liga das Nações. Depois da Segunda Guerra Mundial, a Liga deu lugar à Organização das Nações Unidas, e em 1946 a Corte Internacional de Justiça foi integrada à ONU.

Os temas que ocupam a corte são tão amplos que atingem desde questões legais da ocupação do espaço sideral até a exploração do mar profundo, sem contar a quantidade de leis que regulam o comércio, o transporte e as comunicações internacionais. O tribunal também ocupava-se do julgamento de criminosos de guerra, mas estes ganharam um novo fórum, o Tribunal Penal Internacional (TPI), empossado em março de 2003.

Autora: Catrin Möderler (rw)

Fonte: DW.DE

1492: Colombo inicia a viagem do descobrimento



No dia 3 de agosto de 1492, Cristóvão Colombo içou velas para iniciar sua viagem em busca do caminho para as Índias, a terra do ouro e das especiarias.


Cristóvão Colombo viveu de 1451 a 1506


O navegador Cristóvão Colombo, morto há mais de 500 anos, ainda hoje é considerado um herói. E isso embora seu ato heróico tenha sido fruto de um engano. Ele nada sabia da existência do novo continente quando partiu rumo ao Ocidente em busca de uma nova rota marítima para a Índia. Até a morte, acreditou que encontrara tal rota.

Em 30 de abril de 1493, Colombo escreveu a seguinte carta ao tesoureiro real da Espanha: "Conseguimos o que nenhum outro mortal conseguiu até hoje. Por isso, agora, o rei e a rainha devem louvar e agradecer a Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos conduziu à vitória e nos presenteou com ricas dádivas".

Filho de um tecelão genovês, Cristóvão Colombo (1451–1506) tornou-se navegador por necessidade. Com a falência da empresa do pai, descobriu no comércio marítimo um novo meio de vida. Em 1477, estabeleceu-se em Lisboa, junto com o seu irmão Bartolomeu, que era cartógrafo. Seu destino era a Índia, a terra do ouro e das especiarias. Para chegar até lá, nessa época, era necessário contornar a África.

Dados totalmente falsos

Colombo sonhava encurtar essa rota, embora tenha se baseado em dados totalmente falsos, enganando-se quanto à distância prevista. Depois que a coroa portuguesa rejeitou o seu plano de alcançar as Índias pelo Atlântico, apresentou o mesmo projeto ao rei espanhol, em 1485.

Economicamente debilitada pela expulsão dos mouros e dos judeus, a Espanha precisava urgentemente de novas fontes de riqueza. Até mesmo a vaga perspectiva de encontrar ouro no novo caminho marítimo era bem-vinda.

A família real obrigou a cidade portuária de Palos, que caíra em desgraça junto à coroa por pagamento irregular de impostos, a entregar três embarcações tripuladas a Colombo. A 3 de agosto de 1492, as caravelas Pinta, Nina e Santa Maria partiram de Palos com destino incerto.

Em 11-12 de outubro de 1492, Cristóvão Colombo escreveu em seu diário de bordo: "Pode ser que esta seja minha última anotação; que eles joguem o diário de bordo na água. Talvez eles o esqueçam e, um dia, a rainha saberá que eu não era um fantasista, um sonhador fora da realidade. Eu vi uma luz. Como se alguém movimentasse uma tocha".

Colombo, vice-rei

Colombo desembarcou numa ilha das Bahamas, hoje chamada Samana Cay. Convicto de que havia chegado ao planejado destino, batizou a nova terra de Índias Ocidentais. Com a permissão da coroa espanhola tomou posse de tudo como "vice-rei".

Em seu livro Nascimentos, o escritor uruguaio Eduardo Galeano descreveu assim a chegada de Colombo ao Novo Mundo: "Cai de joelhos, chora, beija o solo. Avança tremendo, pois há mais de um mês dorme pouco ou nada, e a golpes de espada derruba uns arbustos. Depois, ergue o estandarte. De joelhos, os olhos no chão, pronuncia três vezes os nomes de Isabel e Fernando. Ao seu lado, o escrivão Rodrigo de Escobedo, homem de letra lenta, levanta a ata. Tudo pertence, desde hoje, a esses reis distantes: o mar de corais, as areias, os rochedos verdíssimos de musgo, os bosques, os papagaios e esses homens de barro que ainda não conhecem a roupa, a culpa, nem o dinheiro, e que contemplam, atordoados, a cena. (...) Em seguida, correrá a voz pelas ilhas: 'Venham ver os homens que chegaram do céu!'".

Na falta de ouro, escravos

Colombo escreveu em seu diário, no dia 12 de outubro de 1492: "Acredito que os nativos me consideram um deus, e os navios são para eles monstros que emergiram do fundo do mar durante a noite. A aparência deles igualmente nos surpreende, porque são diferentes de todas as raças humanas que vimos até agora. Sem dúvida, são bondosos e pacíficos. Acredito que não conhecem o ferro. Eles tampouco sabiam o que fazer com as nossas espadas".

A falta de defesa provou-se fatal para os nativos. Colombo não encontrou nem ouro, nem outras mercadorias. Para poder apresentar um êxito à coroa espanhola, decidiu escravizar a população da ilha. "Levarei seis desses homens na viagem de volta, para apresentá-los ao rei e à rainha. Eles devem aprender a nossa língua", anotou Colombo em 12 de outubro de 1492.

Os seis transformaram-se em centenas de milhares. No final da conquista espanhola, a população das Índias Ocidentais estava dizimada. Colombo realizaria mais três viagens ao Novo Mundo, sem saber que não se tratava da Índia e, sim, do continente que um cartógrafo alemão batizou com o nome do navegador italiano Américo Vespúcio: América.


Autoria Catrin Möderler
Fonte: http://www.dw.de/1492-colombo-inicia-a-viagem-do-descobrimento/a-319728

Cristóvão Colombo, a América e a música



Grande e benfeitor da humanidade ou primeiro responsável por terríveis atos de exploração e extermínio? Mais de 500 após sua "descoberta", Colombo permanece ambivalente. E figura irresistível para a arte.


Colombo, retrato de Ghirlandaio


Embora cerca de 500 anos antes dele, vikings provenientes da Islândia já tivessem chegado ao continente americano, Cristóvão Colombo continua sendo considerado, via de regra, o "descobridor" da América. Isto porque somente a partir de suas viagens iniciou-se uma colonização duradoura e o povoamento contínuo do "Novo Mundo" com habitantes de outros continentes.


Laboratório espacial que leva o nome do explorador genovêsOs méritos de Colombo são, até hoje, objeto de debates acalorados. De um lado, seu ímpeto desbravador, sua coragem de explorar águas e terras totalmente desconhecidas. Do outro, exploração, escravização, mesmo extermínio de povos indígenas.



Mas é justamente esta ambivalência que torna Colombo uma figura tão interessante para as artes. Também os músicos descobriram o tema para si, ainda que só 200 anos após o mítico 12 de outubro de 1492.

Italianos e um neto de Bach

A primeira obra sobre o tema de que se tem notícia é de Alessandro Scarlatti (1660-1725), cuja ópera Il Colombo ovvera L'India scoperta (Colombo ou a Índia descoberta) estreou na Itália em 1690. Entre as obras italianas que se seguiram, citem-se as de Vincenzo Fabrici, em 1788, e de Francesco Morlacchi em 1828. O mestre do belcanto Gaetano Donizetti (1797-1848) e o contrabaixista virtuoso Giovanni Bottesini (1821-1889) também compuseram, cada um, seu Cristoforo Colombo. A estréia da ópera de Bottesini deu-se em 1848, no Teatro Havana de Cuba.

Porém, a saga do genovês não inspirou apenas seus compatriotas. O primeiro músico alemão a se ocupar do tema foi Wilhelm Friedrich Ernst Bach (1759-1845), único neto de Johann Sebastian a alcançar fama como compositor.

Sua cantata Columbus oder die Entdeckung Amerikas (Colombo ou a descoberta da América) baseia-se num poema de Louise Brachmann (1777-1822). Ele enfatiza o suspense dos estágios finais da frota de Colombo: quando a viagem já ameaça revelar-se um fracasso e a tripulação amotinada está prestes a lançar seu comandante ao mar, vem o grito de terra à vista: "Und Land! Und Land!".

Obsessão custosa

A data e o local precisos do nascimento de Cristoforo Colombo, nome original do aventureiro, são desconhecidos: estima-se que nasceu em 1451 em Gênova, Itália. Em 1477 mudou-se para Lisboa, na época, um dos principais centros de navegação da Europa.


Réplica da nau Niña parte em 2005 de Maysville, EUAA partir de 1480, se tornou obcecado pela ambição de encontrar um caminho para as Índias, navegando para o ocidente. Após verdadeira campanha para financiar seu projeto, recebeu dos reis da Espanha a missão oficial de procurar a preciosa rota marítima. Em caso de sucesso, uma série de privilégios lhe estaria garantida.



Colombo içou velas em 3 de agosto de 1492, a bordo da caravela Santa Maria. Após inúmeros perigos, catástrofes naturais imprevistas e ameaças de motim, a pequena frota sob seu comando alcançou em 12 de outubro uma ilha nas atuais Bahamas, à qual deu o nome de San Salvador.

Até sua morte, em 1506, o delírio de explorador custou a Colombo pelo menos nove de seus numerosos navios. Sem falar nas vidas de tantos que o acompanharam, por entusiasmo, necessidade, ou ambição.

Carlos Gomes, Milhaud e outros


Idealização: Colombo e seus homens chegam a San SalvadorNo século 19, Colombo foi celebrado, sobretudo, como herói patriótico, mito da era moderna, pioneiro da navegação – e da globalização, se empregarmos um termo contemporâneo. Neste espírito é a cantata Colombo, do brasileiro Antônio Carlos Gomes (1836-1896), natural de Campinas.



Alberto Franchetti (1860-1942), em Cristoforo Colombo, estreada em 1892 na Ópera de Gênova, o apresenta, pela primeira vez, como personagem trágica, no fundo, um herói inativo. Para evitar derramamento de sangue, no terceiro ato o protagonista ordena a seus seguidores que deponham armas e se deixa prender.

A ópera de Franchetti granjeou a admiração do colega Giuseppe Verdi e do maestro Arturo Toscanini. Ao final, seu Colombo morre em plena consciência do êxito de seus descobrimentos, mas também das crueldades da colonização por ele iniciada.

Igualmente consciente da ambivalência da personagem é o libreto de Paul Claudel, sobre o qual se baseia a ópera do francês e entusiasta do Brasil Darius Milhaud (1892-1974). Seu Christophe Colomb é descobridor, mas também colonizador, vendedor de escravos e sedento de ouro. A primeira montagem realizou-se me 1930, na Ópera Unter den Linden, em Berlim. Dois anos antes, Erwin Dressel estreara sua Armer Kolumbus (Pobre Colombo) em Kassel.

O rádio, Caballé e a Coca-Cola

Columbus, ópera para o rádio de Werner Egk (1901-1983), é a primeira a utilizar, em 1933, citações de fontes originais, num esforço de apresentar os eventos com fidelidade histórica. Nove anos mais tarde, por ocasião dos 450 anos do descobrimento, o poeta britânico Louis MacNeice escreve a peça radiofônica Christopher Columbus: A musical journey, uma irônica prestação de contas com o espírito imperialista, com música de William Walton (1902-1983).

Em Atlántida, o espanhol Manuel de Falla (1876-1946) encontrou naturalmente um lugar de herói para Colombo. A cantata cênica, a que se dedicou durante os últimos 20 anos de sua vida, é uma glorificação do passado colonizador de seu país e de uma Igreja Católica triunfante.


Soprano espanhola Montserrat CaballéO controvertido herói retorna ao palco em 1982, em Cristóbal Colón, de Leonardo Balada (1933). Estreada em Barcelona, ela foi saudada como homenagem espetacular ao descobridor, utilizando todos os registros do teatro musical. A ópera deveu certamente boa parte de seu sucesso de público às participações da soprano Montserrat Caballé e do tenor José Carreras.



O papa da música minimalista Philipp Glass tampouco deixou de homenagear Colombo no 500º jubileu da chegada à América, em 1992, com a ópera The voyage, com estréia no Metropolitan de Nova York.

Porém o título de "versão mais irreverente" vai provavelmente para Christopher Columbus, de Don White e Patric Schmid. Negando totalmente qualquer idealização do explorador genovês, os fundadores do teatro Opera Rara criaram em 1976 uma opereta a partir da reciclagem de peças de Jacques Offenbach (1819-1880). O final é surpreendentemente feliz: Cristóvão descobre a árvore da Coca-Cola na ilha de Manhattan e se torna multimilionário.

Fonte: DW.DE

1946: Indonésia luta pela independência



No dia 8 de junho de 1946, o presidente da Indonésia, Sukarno, conclamava seu povo a resistir contra os holandeses, que tentavam reconquistar sua antiga colônia.


Sukarno, primeiro presidente da Indonésia


A Indonésia percorreu um longo e penoso caminho para se livrar do domínio colonial da Holanda. A sangrenta luta pela independência durou quatro anos: da proclamação da República Independente da Indonésia, em 1945, até seu reconhecimento e a retirada dos holandeses, em 1949.

O maior arquipélago do mundo, com mais de 17 mil ilhas, foi dominado pela Índia no início da era cristã e islamizado a partir do século 15. No século 16, esteve em poder dos portugueses, que ali estabeleceram centros comerciais. No século seguinte, foi conquistado pelos holandeses e tornou-se colônia da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Depois da falência da mesma, as ilhas passaram a ser administradas diretamente pelo governo holandês.

Obstáculos no caminho para a liberdade

Os quatro séculos de colonização holandesa e a Segunda Guerra Mundial determinaram a luta pela independência. As manifestações anticolonialistas começaram no século 19, mas o nacionalismo ganhou impulso no século seguinte. Em 1918, as autoridades holandesas criaram o Conselho do Povo, contudo os nacionalistas não aceitaram a participação de indonésios numa administração controlada pelos Países Baixos. Uma rebelião liderada pelo Partido Comunista Indonésio explodiu em 1926 e foi sufocada no ano seguinte.

O Japão ocupou a Indonésia em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, e expulsou os holandeses. A 17 de agosto de 1945, dois dias após a capitulação japonesa diante dos aliados ocidentais, os líderes nacionalistas Sukarno e Hatta proclamaram a independência.

No começo de 1946, os holandeses tentaram restabelecer o domínio colonial, mas os indonésios estavam decididos a defender sua kemerdekaan (liberdade). Depois de quatro anos de guerrilhas e da ameaça de boicote econômico pelos Estados Unidos, a independência foi reconhecida em dezembro de 1949.

"Para Sukarno, a independência significava formar uma nação. Ele não se restringiu à luta armada e tentou fazer alianças com outros países colonizados. Lutou e teve sucesso em nível político; conseguiu unificar as visões políticas de muitas correntes divergentes, mas nunca aderiu ao militarismo. E esse foi seu grande problema. No final, foi deposto por um general." Assim a jornalista Hendra Pasuhuk descreve o líder da independência de seu país.

Divisão do movimento pela liberdade

Natural de Java, Sukarno sempre tentou integrar em vez de dividir. A 8 de junho de 1946, conclamou o povo a resistir contra os holandeses, com os quais ao mesmo tempo tentava negociar. Ele sabia que a unificação e libertação da Indonésia não poderiam ser alcançadas pela luta armada, visto que a Holanda detinha evidente superioridade militar. O apoio às negociações defendidas por Sukarno não era unânime, o que acabou dividindo o movimento pela liberdade.

Jovens revolucionários de diversas tendências políticas, os chamados pemudas, exigiam o reconhecimento da independência pela Holanda. Esses anarquistas, que em parte se opunham a Sukarno, promoviam manifestações radicais contra os colonialistas. Em julho de 1946, chegaram a sequestrar o vice-presidente Shahjir e forçaram Sukarno a interromper as negociações com os holandeses.

Sukarno, no entanto, permaneceu irredutível. Em outubro de 1946, seus esforços por uma solução pacífica desembocaram num acordo de cessar-fogo. Esse acordo, porém, não significava uma garantia definitiva contra agressões dos militares holandeses. Segundo Hendra Pasuhuk, independentemente do colonialismo ou não, era necessário estabelecer uma certa ordem no caos. Essa tarefa coube aos holandeses, encarregados pelos aliados de administrar os territórios indonésios.

Do domínio colonial à ditadura

A violência desproporcional usada pelos holandeses demonstrou que eles não queriam entregar a colônia de mão beijada, uma vez que estavam em jogo fortes interesses econômicos e políticos. Sob pressão das Nações Unidas, a Holanda somente entregou a soberania de seus territórios à República dos Estados Unidos da Indonésia a 22 de dezembro de 1949.

Livres do domínio colonial, os indonésios enfrentaram uma longa ditadura militar. Em março de 1966, Sukarno foi forçado a transferir o poder aos comandantes militares, liderados pelo general Suharto, que foi formalmente declarado presidente dois anos depois. Suharto governou o país por 32 anos, até maio de 1998. Segundo denúncias da imprensa, nesse período ele acumulou uma fortuna de U$ 40 bilhões.

Barbara Fischer (gh)

Fonte: http://www.dw.de/1946-indon%C3%A9sia-luta-pela-independ%C3%AAncia/a-318987

Como foi o impeachment de Collor?

por Danilo Rodrigues

O processo que culminou com a renúncia do presidente Fernando Collor de Mello, em 29 de dezembro de 1992, foi resultado de meses de investigação parlamentarprovocada por denúncias de corrupção divulgadas pela imprensa. Ainda candidato, em 1989, o ex-governador de Alagoas era bem diferente dos políticos da época: relativamente jovem (39 anos), fazia cooper, andava de jet-ski e estampava frases de impacto, como "Não fale em crise. Trabalhe", em suas camisetas.

Quando assumiu, em março de 1990, sua popularidade começou a ficar abalada ao confiscar o saldo das poupanças bancárias a fim de frear a inflação. Cada pessoa ficou com apenas 50 mil cruzeiros (hoje, cerca de R$ 6 mil) disponíveis e muita gente empobreceu da noite para o dia. Não deu certo: a inflação continuou crescendo e, em 1991, já passava dos 400% acumulados no ano, quando surgiram os primeiros escândalos de corrupção ligados a Collor.



QUEDA LIVRE

Fraudes financeiras provocaram a cassação do primeiro presidente eleito por voto direto após 30 anos de ditadura.


1. Pedro Collor, irmão do presidente, concedeu entrevista à revista VEJA, em maio de 1992, denunciando um esquema de lavagem de dinheiro no exterior comandado por Paulo César (PC) Farias, tesoureiro da campanha eleitoral de 1989. Fernando acusou o irmão de insanidade mental - desmentida por exames.

2. O Congresso Nacional criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias. Vieram à tona esquemas como a Operação Uruguai: empréstimos fraudulentos para financiar a campanha de 1989. Além disso, contas fantasma operadas por PC financiavam a reforma da Casa da Dinda, onde Collor morava.

3. As ligações do presidente com os golpes de PC ficaram evidentes. Um carro Fiat Elba para uso pessoal do presidente foi comprado com dinheiro vindo das contas fantasma do tesoureiro de campanha. Em agosto, o motorista Eriberto França contou à revista Istoé como levava contas de Collor para serem pagas por empresas de fachada de PC.

4. Em busca de apoio, o presidente fez um pronunciamento pedindo para que a população fosse às ruas, em 16 de agosto, vestida com as cores da bandeira nacional. O povo não atendeu e saiu vestido de preto, em protesto. Entre os manifestantes, destacaram-se grupos de estudantes batizados pela imprensa de "caras-pintadas".

5. Em 24 de agosto, um relatório da CPI atestou que US$ 6,5 milhões haviam sido transferidos irregularmente para financiar gastos do presidente. A insatisfação popular aumentou e, em 29 de setembro, o impeachment foi aprovado por 441 dos 509 deputados. Collor foi afastado e substituído por Itamar Franco, seu vice.

6. Collor foi, então, julgado pelo Senado Federal. Em 29 de dezembro, o presidente renunciou para tentar engavetar o processo e preservar seus direitos políticos. No entanto, por 76 votos a 3, os senadores condenaram o presidente, que não poderia concorrer em eleições pelos oito anos seguintes.

CURIOSIDADES:

- Também foram descobertas compras superfaturadas na Legião Brasileira de Assistência, entidade do governo presidida pela primeira-dama, Rosane Collor.

- Collor foi eleito pelo Partido da Reconstrução Nacional, criado só para abrigar sua candidatura. Em 2000, o PRN virou PTC (Partido Trabalhista Cristão).

- A renúncia foi ofuscada no noticiário pelo assassinato da atriz Daniela Perez por Guilherme de Pádua. A dupla contracenava na novela De Corpo e Alma, escrita por Glória Perez, mãe de Daniela.

- Em 17 de setembro, ocorreu a maior manifestação contra Collor, com 750 milpessoas lotando o vale do Anhangabaú, em São Paulo.


Que fim levaram?Mortes misteriosas e reviravoltas políticas marcam a trajetória dos principais personagens do impeachment

FERNANDO COLLOR

Absolvido criminalmente pelo Supremo Tribunal Federal em 1994. Em 2006, foi eleito senador - cargo que ocupa até hoje (dezembro de 2012) -, representando o estado de Alagoas.

PEDRO COLLOR

Morreu com 42 anos, em 1994, vítima de um câncer cerebral. A mãe, Leda, sofreu um AVC durante o auge da crise e ficou três anos em coma, até morrer, em 1995.

PC FARIAS

Condenado por sonegação fiscal, falsidade ideológica e outros crimes. Em 1996, em liberdade condicional, foi achado morto com a namorada - ambos baleados - em circunstâncias misteriosas.

OPOSITORES

"Estrelas" da CPI do impeachment acabaram passando de juízes a julgados, caso dos então deputados José Dirceu e José Genoíno, condenados no escândalo do Mensalão.



FONTES: Revistas VEJA e Istoé e jornais Folha de S. Paulo, o Estado de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil; Livros Notícias do Planalto, de Mário Sérgio Conti e Morcegos Negros, de Lucas Figueiredo.

Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-foi-o-impeachment-de-collor

Quantas versões do Hino Nacional já existiram?

por Texto Katia Abreu

Desde que foi composto até chegar ao que conhecemos atualmente, o Hino Nacionalteve cinco fases. As mudanças ficaram mais centradas na letra, porque a música não sofreu nenhuma grande alteração. Composta por Francisco Manuel da Silva em 1822, no fervor da declaração de independência, a música original (só instrumental, sem letra) - que é a primeira versão - foi batizada de Marcha Triunfal. Mas, para não disputar a atenção com a composição de dom Pedro I (que é hoje nosso Hino da Independência), Francisco achou melhor apresentar sua criação à nação em outra oportunidade.



Curiosidade: Uma lei de determina que o tom do Hino Nacional seja si bemol para execuções instrumentais e fá maior quando acompanhado por voz!


VIRUNDUNS

Melodia e letra variaram segundo marcos históricos

Diga ao povo que vou

Em 1831, a música foi executada publicamente pela primeira vez, na despedida de dom Pedro I. Ele voltava para Portugal, deixando o trono para o filho. A letra celebrava a liberdade do Brasil. Foi rebatizada como Hino ao Sete de Abril - data da abdicação do imperador

- A cerimônia aconteceu no dia 13 de abril, considerado o Dia do Hino Nacional

Só no embromation

Em 1841, quando Dom Pedro II foi coroado, outra letra veio a público, exaltando o novo imperador. Essa versão foi chamada de Hino da Coroação de dom Pedro II. Durante o restante do período imperial, o hino existiu sem letra, carinhosamente conhecida como "Ta-ra-ta-ta-tchin"

Deixa pra lá...

Com a Proclamação da República, em 1889, era preciso readequar o hino. Em 1890, foi realizado um concurso, mas a canção vencedora não agradou nem ao marechal Deodoro da Fonseca. Então, ele manteve o antigo hino, ainda sem letra, por sua popularidade

- Por alguns meses, a Marselhesa foi tocada em eventos oficiais por simbolizar os ideais republicanos

Finalmente

Em 1909, um novo concurso para escolher a letra consagrou o poema de Joaquim Osório Duque Estrada. Ele ainda fez 11 modificações em sua ideia original até que, em 6 de setembro de 1922, o presidente Epitácio Pessoa oficializou o Hino Nacional que conhecemos hoje

- No concurso, Joaquim Osório Duque Estrada ganhou 5 contos de réis (equivalente à metade de um carro, na época) e entrou para a Academia Brasileira de Letras



FONTE: Tiago José Berg, doutorando em geografia pela Unesp e autor do livro Hinos de Todos os Países do Mundo.

Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quantas-versoes-do-hino-nacional-ja-existiram

Lamartine Babo o homem do tra-la-lá e dos hinos dos clubes do Rio de Janeiro

Lamartine Babo torceu até morrer. Um dos maiores torcedores do América levou ao pé da letra o hino do clube, que ele compôs em 1945.
Hei de torcer, torcer, torcer
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer
Pois a torcida americana é todo assim
A começar por mim
Lalá, como era carinhosamente conhecido, nasceu no Rio de Janeiro em 1904. Décimo primeiro filho e penúltimo filho de Leopoldo de Azeredo Babo e Bernarda Preciosa Gonçalves de Azeredo Babo o compositor carioca foi um dos três filhos do a atingir a idade adulta, já que quase todos morreram na primeira infância.
Lamartine venceu a barreira familiar e cresceu, mas sempre teve que ser acompanhado de perto pelos médicos a vida toda. Conhecido no Brasil por ser autor de famosas marchinhas de carnaval Lalá também era fera no futebol, não dentro de campo onde era um verdadeiro perna de pau mas sim nas arquibancadas do Rio de Janeiro que consagram até hoje Lamartine toda vez que cantam os hinos de seus times de coração.
Sucesso desde 1942, o programa Trem da Alegria da Rádio Mayrink Veiga era comandado pelo Trio de Osso, como eram conhecidos Héber de Bôscoli, Yara Sales e Lalá. Muito magros os três se intitulavam de Trio de Osso em alusão ao Trio de Ouro, famoso grupo constituído por Herivelto Martins, Dalva de Oliveira e Nilo Chagas.
Foi exatamente no Trem da Alegria que certa vez Héber de Bôscoli desafio Lamartine Babo a fazer um hino para casa clube de futebol do Rio de Janeiro. Assim, Lalá passou a apresentar uma vez por sema, todas as terças, o hino dos times cariocas que ia compondo.
De fato Lamartine apresentou 11 hinos em 11 semanas seguidas, mas seu sobrinho Sargentelli tem uma outra versão para como ele compôs todos os hinos.
- Colocaram ele em um apartamento com dois seguranças e disseram para ele: “ Seu Lamartine a ordem é a seguinte o senhor tem uma geladeira cheia de comida, comida para seis dias. Na escrivaninha tem papel, lápis e um telefone. O senhor só sai daqui quando escrever o hino de todos os clubes” – conta Sargentelli.
Lamartine Babo compôs os hinos de 11 clubes. Além de Vasco, Botafogo, Flamengo e Fluminense o compositor também escreveu os hinos do São Cristóvão, Bangu, Madureira, Olaria, Bonsucesso e Canto do Rio. No entanto o mais especial e o que os críticos de música consideram o mais animado é o do América, time de coração de Lamartine.
Com sete para oito anos Lalá foi levado por Augusto Albuquerque, amigo da família, a um jogo entra Fluminense e América, vencido pelos americanos. E embora aliciado o tempo inteiro para torcer pelo Tricolor das Laranjeiras – Augusto chegou a prometer um anel de ouro para o garoto – o pequeno Lamartine voltou para casa encantado com o vermelho da camisa americana, uma paixão que o acompanharia até o fim da vida.
A paixão era tanta que Lamartine prometeu que se o América fosse campeão Carioca de 1960, em cima do Fluminense, ele sairia na rua fantasiado de Diabo, o mascote americano. E assim foi, com a vitória por 2 a 1 o América o compositor pegou uma fantasia de Diabo vermelha e saiu pelas ruas do Rio de Janeiro.
O hino do América foi adaptado de uma marcha norte-americana de remadores – Row, row, row de William Jerome e James V. Monaco. Perguntado por que introduzira o tra-la-lá na música ele respondia que não cabia nos compassos musicais a paixão que tinha ao clube.
Lamartine arrebatou as torcidas que abandonaram os hinos oficiais dos seus clubes e adotaram as composições de Lalá. Apenas a diretoria do Botafogo arrumou confusão com Lamartine. O Fogão protestou pois entendeu que o “de 1910” do trecho “Botafogo, Botafogo, campeão de 1910”, fazia as pessoas pensarem que o clube foi campeão apenas aquele ano.
Muito diplomático Lalá explicou que de maneira alguma aquela foi sua intensão. Se só citava o ano de 1910 era porque foi naquele ano o campeonato mais expressivo do time da estrela solitária, inclusive tendo o Botafogo ganho na ocasião o título de O Glorioso. Anos depois Lamartine contou outra versão para a polêmica. Segundo ele a letra original está escrito “desde 1910”, no entanto o cantor que gravou o hino alterou a letra, lhe causando uma tremenda dor de cabeça.
Apesar de toda a explicação e o vice-presidente do clube Ademar Bebiano proibiu que o hino fosse tocado no Maracanã em dia de jogo do Botafogo, o único hino que podia ser tocado era o de composição de Otacílio Gomes e Eduardo Souto, que era o hino oficial. Porém apesar da intransigência da diretoria alvinegra a torcida gostava mesmo era do hino feito por Lalá.
Em 1963 recuperado de um forte infarto, Lamartine deixou o hospital Prontocor e recebeu a notícia que o homem de espetáculos Carlos Machado, conhecido como o Rei da Noite, preparava um grande show baseado na vida e obra de Lalá e a ser montado no hotel Copacabana Palace. Muito emocionado Lamartine o disse várias vezes que sua vida não dava assunto para um show de tamanha envergadura. No entanto no dia 13 de junho no Golden Room do famoso hotel carioca no momento que o compositor entrou na sala foi recebido pela orquestra do show tocando o hino do América. Lamartine não se conteve e entrou no coro cantando o famoso ”Hei de torcer”.
Três dias depois da emocionante visita ao show em sua homenagem nos primeiros minutos da madrugada o coração de Lalá não resistiu a mais um infarto. Na tarde daquele dia envolto na bandeira do América, conforte desejo expresso, Lamartine de Azeredo Babo foi enterrado no Cemitério do Caju, na zona sul do Rio de Janeiro. Na sepultura 13 614, quadrado 66, descansa o homem dos hinos, o rei do carnaval, o torcedor que prometeu torcer até morrer, e cumpriu sua promessa.
Confira a baixo o hino do América
Se quiser conferir as outras composições feitas por Lamartine é só clicar no nome do time na lista abaixo:

Quadrilha




A quadrilha é dançada em homenagem aos santos juninos (Santo Antônio, São João e São Pedro) e para agradecer as boas colheitas na roça. Tal festejo é importante pois o homem do campo é muito religioso, devoto e respeitoso a Deus. Em quase todo o Brasil, a quadrilha é dançada por um número par de casais e a quantidade de participantes da dança é determinada pelo tamanho do espaço que se tem para dançar. A quadrilha é comandada por um marcador, que orienta os casais, usando palavras ?afrancesadas? e portuguesas.





O enredo é simples: a noiva quase sempre está grávida; os pais da noiva obrigam o noivo a casar; este se recusa; é necessária a intervenção da polícia; depois o casamento se realiza com o padre fazendo a parte religiosa e o juiz fazendo o casamento civil, sob as garantias do delegado e seus soldados. A quadrilha é o baile de comemoração do casamento. O enredo é desenvolvido em linguagem alegórica, satirizando a situação, às vezes, em palavreado chulo.

Conheça alguns passos

Para acontecer a dança é preciso seguir os seguintes passos:

Forma-se uma fileira de damas e outra de cavalheiros. Uma diante da outra, separadas por uma distância de 2,5m. Cada cavalheiro fica exatamente em frente à sua dama. Começa a música. Os comandos mais utilizados são:

BALANCÊ - Balançar o corpo no ritmo da música, marcando o passo, sem sair do lugar. Este comando é o mais comum e repetido sempre que termina outro passo. Quando um comando é dado só para os cavalheiros, as damas permanecem no BALANCÊ e vice-versa.

TUR - Dar uma volta: Com a mão direita, o cavalheiro abraça a cintura da dama. Ela coloca o braço esquerdo no ombro dele e dão um giro completo para a direita.

CUMPRIMENTO ÀS DAMAS - Os cavalheiros, balançando o corpo, caminham até as damas e cada um cumprimenta a sua parceira, com mesura, quase se ajoelhando em frente a ela.

RETURNÊ - Voltar aos seus lugares.

CUMPRIMENTO AOS CAVALHEIROS - As damas, balançando o corpo, caminham até os cavalheiros e cada uma cumprimenta o seu parceiro, com mesura, levantando levemente a barra da saia.

GRANDE PASSEIO - As filas giram pela direita, se emendam em um grande círculo. Cada cavalheiro dá a mão direita à sua parceira. Os casais passeiam em um grande círculo, balançando os braços soltos para baixo, no ritmo da música.

DAMAS AO CENTRO - Damas formam uma roda e os cavalheiros formam outra por fora. Rodam todos no mesmo sentido, para a esquerda.

OLHA O TÚNEL - Os casais, de mãos dadas, vão andando em fila. Pára o casal da frente, levanta os braços, voltados para dentro, formando um arco. O segundo casal passa por baixo e levanta os braços em arco. O terceiro casal passa pelos dois e faz o mesmo. O procedimento se repete até que todos tenham passado pelo túnel.

ANAVAN TUR - A dama e o cavalheiro dançam como no TUR. Após uma volta, a dama passa a dançar com o cavalheiro da frente. O comando é repetido até que cada dama tenha dançado com todos os cavalheiros e alcançado o seu parceiro.

CAMINHO DA ROÇA - Damas e cavalheiros formam uma só fila. Cada dama à frente do seu parceiro. Seguem na caminhada, braços livres, balançando.

OLHA A COBRA - Damas e cavalheiros, que estavam andando para a direita, voltam-se e caminham em sentido contrário, evitando o perigo. Vários comandos são usados para este passo: "Olha a chuva , Olha a inflação, A Ponte Caiu" etc.

É MENTIRA - Damas e cavalheiros voltam a caminhar para a direita. Já passou o perigo. Era alarme falso.

CARACOL - Damas e cavalheiros estão em uma única fileira. Ao ouvir o comando, o primeiro da fila começa a enrolar a fileira, como um caracol.

COROAR DAMAS - Os cavalheiros, de mãos dadas, erguem os braços sobre as cabeças das damas. Abaixam os braços, enlaçando as damas pela cintura. Nesta posição, se deslocam para o lado que o marcador pedir.

DESPEDIDA - De um ponto escolhido da roda os pares se formam novamente, em fila, saem no GALOPE, acenando para o público. A quadrilha está terminada.

Fonte: Colégio Claretiano

Império Mexicano


Por Emerson Santiago

O termo “império mexicano” pode ser aplicado a dois momentos distintos da história do México. Há o Primeiro Império Mexicano, que foi o regime onde Agustín de Iturbide foi declarado monarca, governando entre 1821 e 1823, e há também o Segundo Império Mexicano, regime comandado pelo arquiduque Maximiliano da Áustria entre 1864 e 1867. Desse modo, o México foi, brevemente, por duas vezes, o único país do continente americano ao lado do Brasil a adotar o regime monárquico e a organização de império.



O primeiro império surge onze anos após a guerra de independência mexicana. Na época, grupos de diferentes posições políticas disputavam, muitas vezes por meio das armas, a liderança do movimento separatista, que formaria o governo do México livre. Ironicamente, foram os monarquistas, compostos de mexicanos de ascendência espanhola e outros conservadores, que finalmente se destacaram. Era a solução mais cômoda para a classe conservadora, que assim podia assegurar seus privilégios posição na sociedade.

No começo de 1821, o líder das forças monárquicas, Agustín de Iturbide, negociou o chamado Plano de Iguala, no qual o México seria uma monarquia constitucional independente, a posição privilegiada da Igreja Católica seria mantida e os mexicanos de ascendência espanhola seriam tratados como iguais aos espanhóis puros. Aos mexicanos indígenas ou caboclos os direitos eram limitados.

A 24 de agosto de 1821 o vice-rei espanhol, Juan de O’Donojú assina o Tratado de Córdoba, que aprova um plano para transformar o México em uma monarquia constitucional independente. Como não havia um monarca da dinastia Bourbon disponível para governar o México, Iturbide foi proclamado imperador. Todavia, seu império teve pouca duração, pois em 1823, os líderes republicanos Santa Anna e Guadalupe Victoria depuseram Iturbide, fundando uma república, com Guadalupe Victoria como primeiro presidente.

Nos próximos quarenta anos, o México terá 36 presidentes. O último destes é Benito Juárez, que encontra as finanças num completo caos. De linha radical, Juárez congela os pagamentos às potências europeias, que em resposta, rompem relações diplomáticas.

Inspirado por ideias da ala conservadora mexicana, surge na França o projeto de criação de uma grande monarquia católica no México, tão poderosa quanto a república protestante dos Estados Unidos. Napoleão III, monarca francês, propõe à Áustria que o arquiduque Maximiliano, irmão do imperador do país, fosse levado ao trono no México. O que se seguiu foi a ocupação pela França e a restauração do império mexicano.

Maximiliano procurou governar baseado em apoio popular e preceitos europeus, mas, ao negar vantagens aos que o colocaram no poder, acabou por ficar isolado. Ao mesmo tempo, o exército francês ia perdendo força ante a guerrilha liderada pelo ex-presidente Juárez.

Desprezando os conselhos de Napoleão III, Maximiliano recusou-se a abdicar. Acabou preso e executado no dia 19 de junho de 1867, ato que pôs fim ao segundo e último período do Império Mexicano.

Bibliografia:
Hoje na História: 1821 – México torna-se uma monarquia constitucional independente. Disponível em: < http://operamundi.uol.com.br/conteudo/historia/23884/hoje+na+historia+1821+-+mexico+torna-se+uma+monarquia+constitucional+independente+.shtml >.

FIUZA, Bruno. Maximiliano do México – Um fantoche francês. Disponível em: < http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/maximiliano_do_mexico_-_um_fantoche_frances.html >.

Fonte:http://www.infoescola.com/historia/imperio-mexicano/

A verdadeira história do Samba do Arnesto

Júlia Matravolgyi


O compositor brasileiro Adoniran Barbosa passou anos espalhando por ai que o Arnesto o convidou para um samba no Brás – mas, quando ele chegou lá, não encontrou ninguém e ficou com uma baita de uma “réiva”. Essa é a história narrada no clássico Samba do Arnesto (1953).
Para quem quiser refrescar a memória, é só apertar o play!
Pois é, acontece que o “causo” não foi bem assim – e o pobre do Arnesto ainda levou a fama por dar um bolo no compositor. Pedimos licença para recontar essa história, mesmo que a versão de Adoniran seja, de longe, muito mais emocionante. Solta o som!

O Arnesto nos convidou
Pra começo de conversa, o Arnesto na verdade se chama Ernesto Paulelli. Mas não adiantou repetir “meu nome é Ernesto!”, já que Adoniran preferia chamá-lo por um nome que “desse samba”.
Aliás, o Sr. Paulelli não convidou ninguém para samba nenhum: ele e Adoniran se conheceram em 1938, quando se encontraram na Rádio Record, onde Ernesto ia se apresentar ao lado da cantora Nhá Zefa. Trocaram cartões, o que fez o sambista exclamar “Arnesto… esse nome dá samba! Vou fazer um samba para você. Duvida?”.
Ernesto só ouviu a canção quase vinte anos depois, em 1955.
Ele mora no Brás
Na verdade, ele mora na Mooca, bairro da zona leste paulistana, há mais de cinquenta anos. Mas até os anos 1940, época em que conheceu Adoniran, o Ernesto morava mesmo no Brás.
O fato é: se não tinha samba no Brás, nem na Mooca, já que o Arnesto não tinha convidado ninguém.
Da outra vez, nóis não vai mais
Esse fardo o Sr. Ernesto teve que carregar a vida toda. Hoje ele tem 98 anos e ainda leva a fama de “furão”. O compositor se justificou, uma vez, quando encontrou Arnesto, depois que a música já fazia sucesso “é que sem mancada não tem samba!”. O Sr. Paulelli ganhou de presente as partituras originais de quando seu amigo compôs o samba que o “rebatizou”.
Arnesto mostra sua “nova” certidão de batismo.
 Foto: Luiza Sigulem/Reprodução.

Para a nossa sorte – e do Arnesto também – o nome realmente deu um samba. Em todo caso, da próxima vez, pra evitar a “réiva” é melhor “ponhar” um recado na porta “assinado em cruz, porque não sei escrever”.
Os sambas brasileiros são cheios de causos interessantes – não conhece nenhum? Não faz mar! Clique aqui pra conhecer o nosso Trem do Samba.

Circo Máximo de Roma



Circos

Edificios destinados aos jogos publicos

Tinham os povos antigos tres especies de edificios destinados aos jogos publicos: o circo, o theatro, e o amphitheatro. Muitas vezes teem confundido os três sob a mesma denominação, de circos; porém a forma, as dimensões, e o destino estabelecem entre elles diferenças notaveis.

Os circos eram mais bem considerados que os amphitheatros e os theatros; a forma d'aquelles edificios era de um parallelogrammo prolongado, circular em um dos topos, e quadrado ou levemente convexo do lado opposto. Os dois lados maiores apresentavam exteriormente duas ordens de architectura sobrepostas, limitadas por uma attica e cobertas com terraço. Lojas e passagens cobertas conduziam ao interior do circo, e occupavam o primeiro renque das arcadas. Seis torres quadradas, quatro d'estas nos pontos de juncção dos grandes e pequenos lados do circo, e duas nas extremidades, sobresaiam aos terraços; as quaes torres eram ornadas de quadrigos, ou grupos de andarilhos.


Circo Maximo de Roma


A entrada para os carros destinados ás corridas era pela extremidade convexa do circo; doze arcadas, não comprehendida a que se achava debaixo da torre, fechadas por grades de ferro, serviam de cocheiras, carceres, onde os cavallos eram guardados antes do começo das corridas.

É fácil comprehender a disposição dos assentos postos no interior de um circo: sobre os dois grandes lados e no hemiscyclo opposto aos carceres, levantavam-se os palanques, tendo acima a galeria ornada de columnas correspondentes ás paredes que separavam as arcadas exteriores da segunda ordem, e por meio das quaes podiam circular os espectadores.

Havia tambem, por cima dos carceres, outros palanques, e era ahi, superior á entrada principal na torre collocada ao centro das cocheiras, que estava a tribuna reservada para o imperador ou para o magistrado que presidia aos jogos.


Figura 56: Tribuna de um circo

Entre os assentos dos espectadores e o espaço destinado para os jogos (area), havia, em alguns circos, um canal, de largura de 10 pés, cheio de agua (euripus), resguardado por engradamento do lado da area. Porém os circos não eram rodeados de tal fosso: ainda não se encontrou nenhum vestigio no de Caracalla em Roma, embora fosse um dos principaes, assim como em outros explorados depois.

O euripus não se abria nunca do lado dos carceres, para não interromper a entrada para o circo.

No centro da area dos circos levantavam uma parede de 4 pés de altura e 12 de largura, prolongando-se em quasi todo o comprimento do recinto. A esta construcção, que dividia o circo longitudinalmente, davam o nome de spina. O imperador Augusto foi o primeiro que fez levantar sobre a spina um obelisco dedicado ao Sol.

Havia também sobre a spina dos circos pequenos templos, altares, estatuas e sete bolas, ova, sustentadas em eixos, que serviam para indicar o numero de voltas executadas pelos carros, ova ad metas curriculis numerandis, e sete delphins postos em pedestaes, ou em architrave sustentada por columnas. Os delphins tinham sido escolhidos em veneração de Neptuno, porque se suppunha serem estes os animaes mais ageis do mar. Nas duas extremidades, e na parte exterior da spina, havia sempre tres pyramides firmadas na mesma base, e servindo de ponto de limite. Era junto d'estes marcos (metœ) que os carros deviam voltar para as extremidades do circo, evitando tocar no marco. O ponto de partida era collocado de modo que os concorrentes tinham sempre á esquerda a spina e os marcos.

Os conductores de carros (aurigæ) traziam um vestuario como especie de librés de côres differentes e formavam partidos ou facções. Primeiramente houve quatro librés: a branca, alba; a encarnada, russea; a azul, veneta, e a verde, prasina. O imperador Domiciano juntou a estas mais duas: a purpura, purpurala; e dourada, aurata.

Quando os espectadores se enthusiasmavam faziam apostas para que alcançasse triumpho outra facção, ou côr. Tempos depois, as côres usadas nos circos deram logar a formarem-se verdadeiras facções politicas, a que pertenciam milhares de cidadãos.[15]

Naumachia.—Suppõem-se que os circos serviam ás vezes de naumachia. A naumachia era para a simulação de combates navaes, que se davam em grandes caldeiras cheias de agua, rodeadas de construcções análogas ás dos circos; todavia, concebe-se difficilmente como um circo podia estar apropriado para este genero de divertimentos sem grandes inconvenientes e sem obras preparatorias. A transformação da area dos circos em lagos devia acontecer raras vezes, porque em algumas cidades mandavam abrir lagos apropriados para os combates navaes.

Fonte: Project Gutemberg

Festas Juninas



Festas Juninas


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Introdução:

O mês de junho, época de Solstício de Verão na Europa, ensejou inúmeros rituais de invocação de fertilidade, necessários para garantir o crescimento da vegetação, fartura na colheita e clamar por mais chuvas.

Estes rituais, eram expressões que foram praticadas pelas mais diferentes culturas, em todos os tempos e em todas as partes do planeta.O alcance destas crenças eram tão grandes, que a Igreja, acabou por achar melhor seguir uma política de acomodação, dando a estes ritos um nome cristão. Atualmente, os rituais de fertilidade estão representados no casamento caipira e, as antigas oferendas, deram lugar às simpatias, adivinhações e pedidos de graças aos santos. O santo mais requisitado é o Santo Antonio, conhecido como casamenteiro, que segundo reza uma lenda, levou três irmãs solteiras ao altar.



Brasil - Tradição que conquistou os índios





Quando os portugueses chegaram com seus jesuítas ao Brasil, em torno 1500, trouxeram em sua bagagem todas as suas crenças e costumes. Alguns cronistas contam que os jesuítas foram os primeiros a acender fogueiras e tochas para comemorar a festa de São João.Ela foi muito bem aceita pelo nosso indígena, pois se identificava com suas danças sagradas realizadas também, em torno do fogo.



Os jesuítas, muito astutos, se utilizaram do interesse do índio pelas festas religiosas para atraí-los e estabelecerem contatos com objetivos de catequese.

Os santos

As festas juninas somam hoje, contribuições culturais de vários povos que aqui se estabeleceram como o passar do tempo. E, pode-se dizer, por que não, que este verdadeiro "coquetel de culturas" foi um arranjo perfeito e mobiliza romaria de turistas para apreciarem suas alegres e descontraídas festas. Desde do século XIII, a festa de São João portuguesa chama-se "joanina" e incluía os santos: Santo Antônio ( 13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).

As Festas Juninas têm inicio em 13 de junho, Dia de Santo Antônio. Esse santo português, viveu em 1195 e faz parte da ordem dos franciscanos, falecendo em Pádua, na Itália, com 36 anos. Bastante reverenciado no Brasil no início do século XX, chegou a ser condecorado patrono do exército brasileiro. Na cultura popular ele é conhecido como santo casamenteiro, dividindo com São Gonçalo, as promessas e as rezas das moças solteiras interessadas em casar. As festividades em seu louvor incluem levantamentos de mastro, cantorias, romarias e procissões por todo o País, além de inúmeras crendices e superstições. No imaginário popular, Santo Antônio também ajuda na busca de coisas perdidas.

Já São João está relacionado com o fogo lendário das fogueiras. Sua adoração era tradicional na Península Ibérica e foi, portanto, trazida ao Brasil pelos jesuítas. O santo é o mesmo João, filho de Isabel, prima de Maria, que anunciou a vinda do Messias e foi chamado de precursor do povo judeu. Ao contrário da imagem descrita pela Bíblia de um homem ríspido e severo, tem-se nas festas a sua imagem associada a uma criança meiga e alegre, que adora foguetes e barulho.



São Pedro é o último a ser comemorado, no dia 29 de junho. Um dos maiores festejos do Brasil dedicados ao santo ocorre na cidade de Teresina, no Piauí, cuja festa termina com procissão fluvial pelo rio Parnaíba. É conhecido como santo chaveiro, pois a ele foram confiadas as chaves do Reino dos Céus. É o padroeiro dos pescadores, que realizam procissões marítimas em sua homenagem, e também o protetor das viúvas.



Quadrilha



Quadrilha é uma contradança de origem inglesa em compasso de 6 / 8, na qual quatro pares se situam frente a frente. Teve o seu apogeu no séc. XVIII, em França, onde recebeu o nome de anglaise. Tornou-se muito popular nos salões aristocráticos e burgueses do séc. XIX em todo o mundo ocidental.
No Brasil, a quadrilha é parte das comemorações chamadas de festas juninas. Um animador vai pronunciando frases enquanto os demais participantes, geralmente em casais, se movimentam de acordo com as mesmas. Para alguns cientistas sociais, especialmente antropólogos, tal forma de entretenimento representa uma permanência do pensamento evolucionista muito em voga principalmente no século XIX, onde pessoas que residem em meios urbanos agem de forma estereotipada, zombando dos moradores de áreas rurais mesmo sem se darem conta.

Ela também é chamada de quadrilha caipira ou de quadrilha matuta. Consta de diversas evoluções em pares e é aberta pelo noivo e pela noiva, pois a quadrilha representa o grande baile do casamento que hipoteticamente se realizou. Conheça um pouco mais sobre a quadrilha.









A Festa

As festas juninas em centenas de cidades e principalmente no Nordeste, movimentam mais gente que o nosso famoso Carnaval. Os arraiais em municípios do interior são confraternizações pequenas, mas em outros já se transformaram em megaeventos que fazem moda, chegando a reunir até 1 milhão de turistas ao longo do mês. O circuito junino do Nordeste é hoje uma atração muito procurada e já atrai brasileiros de todas as outras regiões.



Caruaru, em Pernambuco e Campina Grande, na Paraíba, disputam o título da melhor festa do país. A primeira é conhecida como "capital do forró" e a outra como "o maior São João do mundo". Na década de 80 surgiram em Caruaru as drilhas, quadrilhas que desfilavam atrás do trio elétrico ao som de um som modernizado.

As festas juninas têm o poder mágico de reavivar velhas tradições, reforçar nossos laços de origem e recriar no presente, a caminhada de nossos antepassados. Aliadas ao magnífico espetáculo que nos oferece a natureza, elas têm se tornado um produto turístico cada vez mais atraente, geradoras de empregos, que propiciam um rápido crescimento da região onde elas ocorrem.



O Brasil é um país muito rico em acervo cultural, mas é de fundamental importância conhecê-lo, para que possamos compor a identidade de nosso povo. É através destas manifestações folclóricas, que mantêm vivas as tradições e costumes de um povo, preservando deste modo, sua identidade para futuras gerações.


O texto acima é parte da pesquisa efetuada por Rosane Volpatto (Veja texto completo)





Fogueira Junina


De origem européia, as fogueiras juninas fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde" em árvore de natal, a fogueira do dia de "Midsummer" (24 de Junho) tornou-se, pouco a pouco na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia. Ainda hoje, a fogueira de São João é o traço comum que une todas as festas de São João européias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à França). Estas celebrações estão ligadas às fogueiras da Páscoa e às fogueiras de Natal.

Uma lenda católica cristianizando a fogueira pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte.


Os fogos de artifício eram utilizados na celebração para "despertar" São João e chamá-lo para a comemoração de seu aniversário e o barulho de bombas e rojões podia espantar os maus espíritos. O costume de soltar balões surgiu da idéia de que eles levariam os pedidos dos devotos aos céus e a São João. Essa prática foi proibida devido ao alto risco de os balões provocarem incêndios.

A cerimônia de levantamento do mastro de São João é chamada de "Puxada do mastro". Além da bandeira de São João, o mastro pode ter as de Santo Antonio e São Pedro.

O levantamento do mastro de São João se dá no anoitecer da véspera do dia 24. O mastro carrega uma bandeira que pode ter dois formatos, em triângulo com a imagem dos três santos, São João, Santo Antônio e São Pedro; ou em forma de caixa, com a figura de São João do carneirinho. Ela deve ser colocada por uma criança. A cerimônia é acompanhada pelos devotos e por um padre que realiza as orações e benze o mastro.


Comidas típicas

BOLO DE FUBÁ

INGREDIENTES:
3 Ovos
3 colheres de sopa de manteiga
3 xícaras de chá de açúcar
1 xícara de chá de farinha de trigo
2 xícaras de chá de fubá
1 xícara de chá de leite
1 colher de sopa de fermento em pó
3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
MODO DE PREPARO:
Bata as claras em neve. Reserve. Bata bem o açúcar, a manteiga, as gemas e a erva doce. Junte a farinha e o fubá. Acrescente o leite aos poucos e o queijo ralado. Bata bastante. Adicione as claras em neve mexa delicadamente. Coloque o fermento. Leve para assar em forno pré-aquecido em uma assadeira untada com manteiga e farinha.


Arroz Doce (Arroz-de-leite)

Cozinhar:
1 xícara de arroz
em 1 1/2 litro de leite
1 pitada de sal

Acrescentar:
1 lata de leite condensado
½ litro de leite quente

Deixar ferver um pouco e, se precisar, colocar mais leite.
O arroz tem que ficar bem solto no leite.
Quando tiver bem cozido, retire do fogo e acrescente 4 gemas passadas na peneira
Volte ao fogo para engrossar.
Retire novamente, deixe resfriar e coloque1 lata de creme de leite
Sirva em taças e polvilhe canela em pó.

Dá pra diversificar o sabor, colocando canela em rama ou raspas de casca de limão enquanto cozinha o arroz.
Um filho, gosta de colocar calda de açúcar queimado em vez de polvilhar canela em pó.


BOLO DE MILHO

Este bolo é a cara de uma boa Festa Junina. Fofinho, com gosto de comida brasileira. O melhor de tudo é que, além de gostoso, é muito fácil de se fazer. É só juntar todos os ingredientes e colocar no liquidificador. Sua festa está garantida!

Ingredientes:
- 1 xícara (chá) de manteiga
- 1 lata de leite condensado
- 7 ovos
- 1 lata de milho verde escorrido
- 1 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo
- 1 colher (sopa) de fermento em pó.
Modo de Preparo:
Bata a manteiga até ficar bem cremosa. Depois, sem parar de bater, acrescente o leite condensado em fio e os ovos, um a um. Em seguida, junte o milho verde e, por último, a farinha de trigo, peneirada junto com o fermento. Misture levemente até que fique uma massa homogênea.
Despeje numa fôrma redonda untada, com buraco no meio. Asse em forno médio por 35 minutos. Espere esfriar e desenforme.





Fonte: http://www.miniweb.com.br/Cidadania/Dicas/festa_junina/festa_junina.html

Se existe a Nova Zelândia, onde fica a "velha"?

por Diego Meneghetti

Na região dos Países Baixos, na Europa. Na verdade, esta ilha dinamarquesa, datada de 1300, não leva o "velha" na frente, mas chama-se Zelândia. Junto com a Holanda, eram as duas maiores províncias marítimas dos Países Baixos.



De lá, por volta de 1640, partiram os colonizadores da Oceania. Quando os exploradores aportaram no novo continente, denominaram as duas maiores ilhas como "Nieuw Holland" e "Nieuw Zeeland" (em holandês), em homenagem à terra natal. O nome deNova Zelândia perdura até hoje, mas, em 1824, a "Nova Holanda" foi renomeada comoAustrália.


NOVA DE VERDADE

O prenome do município de Nova Timboteua (PA) não é à toa. Durante as primeiras décadas de 1900, a cidadela paraense de Timboteua se extinguiu devido à estrada de ferro que fora construída lá perto. Anos depois, um novo povoado tomou forma na mesma região e os habitantes decidiram rememorar o nome da cidade fantasma.


HOMENAGENS DISTANTES

Outros exemplos de "novas" cidades e a origem de seu nome.

COLONIZAÇÃO

Os nomes de muitos lugares do continente americano são referência às cidades do Velho Mundo, de onde vieram seus colonizadores.

Cidade - Veio de...

Nova York (EUA) - Yorkshire (Inglaterra)

Nova Orleans (EUA) - Orleans (França)

Nova Friburgo (RJ, Brasil) - Friburgo (Suíça)

Novo Hamburgo (RS, Brasil) - Hamburgo (Alemanha)



SEMELHANÇA

Alguns municípios brasileiros fundados por movimentos migratórios foram nomeados por se parecerem com outras cidades.

Cidade - Veio de...

Nova Maringá (MT) - Maringá (PR)

Novo Progresso (PA) - Progresso (RS)

Novo Horizonte (SP) - Belo Horizonte (MG)

Curiosidade: A cidade brasileira de Nova Iorque (MA) é um aportuguesamento da gringa.



FONTES: Te Ara - The Encyclopedia of New Zealand, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sites das prefeituras municipais.
Fonte:http://mundoestranho.abril.com.br/materia/se-existe-a-nova-zelandia-onde-fica-a-velha

Já houve um dia 30 de fevereiro?

por Vinícius Giba

Sim, três vezes! Uma delas rolou na Suécia, graças a uma ideia que deu errado, e as outras duas foram na União Soviética, devido a uma reforma desastrada do calendário. Fora esses casos específicos, que só valeram para esses países, a data nunca mais se repetiu.



Desde a criação dos 12 meses do ano, na época do Império Romano, fevereiro sempre teve menos dias. Isso ocorreu porque, durante alguns anos, ele foi o último mês do calendário e, como os outros tinham uma quantidade já definida de dias, sua duração era limitada ao tempo que faltava para terminar o ano. Quando migrou para o começo do calendário, manteve a curta duração.


UM DIA PARA FICAR NA HISTÓRIA

Suecos usaram o 30 de fevereiro para compensar confusão.

1. O ano tropical (período de um ano baseado no ciclo das estações) tem 365,2422 dias. Sabendo disso, os romanos criaram um calendário em que, a cada três anos de 365 dias, temos um bissexto, de 366, resultando na média de 365,25 dias por ano. Esse calendário foi chamado de Juliano.

2. A diferença entre a média do calendário e a duração do ano tropical parece insignificante, mas, 1,5 mil anos depois, o mundo já estava dez dias atrasado. Em 1578, o papa Gregório XIII reajustou o sistema, mudando a regra dos bissextos. Em 1582, ele tirou o atraso ao pular do dia 4 para o dia 15 de outubro.

3. O novo calendário foi logo adotado pelos países católicos. Já os protestantes só se adaptaram no século 18. A também protestante Suécia foi a exceção: em vez de pular os dias de uma vez, o país decidiu deixar de lado os dias extras dos anos bissextos de 1700 a 1740, tirando a diferença de dez dias gradativamente.

4. Como planejado, a Suécia pulou o dia extra de 1700. Mas, após entrar em guerra, deixou de pulá-lo em 1704 e 1708, fazendo seu calendário ficar sem nenhuma lógica. Para arrumar a bagunça, em 1712 eles voltaram ao calendário juliano e adicionaram um dia (o 30 de fevereiro) para compensar o perdido em 1700.

É RUSSO!

Calendário soviético não deu certo.

No início da URSS, foi estabelecido que todas as semanas teriam cinco dias, todos os meses teriam 30 (inclusive fevereiro) e mais cinco feriados seriam distribuídos pelo ano, totalizando 365 datas. Esse sistema foi iniciado em outubro de 1929 e logo cancelado, em 1932. Portanto, houve dois 30 de fevereiro nesse intervalo: em 1931 e 1932.


Fonte:http://mundoestranho.abril.com.br/materia/ja-houve-um-dia-30-de-fevereiro

Guerra do Vietnã


Introdução

A Guerra do Vietnã foi o mais longo conflito militar que ocorreu depois da II Guerra Mundial. Estendeu-se essa guerra em dois períodos distintos. No primeiro deles, as forças nacionalistas vietnamitas, sob orientação do Viet-minh (a liga vietnamita), lutaram contra os colonialistas franceses, entre 1946 a 1954. No segundo, uma frente de nacionalistas e comunistas - o Vietcong - enfrentaram as tropas de intervenção norte-americanas, entre 1964 e 1975. Com um pequeno intervalo entre os finais dos anos 50 e início dos 60, a guerra durou quase 20 anos.

Na verdade, devido a sua irradiação, seria melhor dizer Guerra da Indochina, do qual o Vietnã é uma das partes. A Indochina, região assim chamada por ser uma zona intermediária entre a Índia e a China, ocupa uma península do sudoeste asiático e está dividida entre o Vietnã (subdividido em Tonquim e Conchinchina), o Laos e o reino do Camboja. Toda essa região caiu sob domínio do colonialismo francês entre 1883-5 e assim ficou até a ocupação japonesa, entre 1941-45. Com a queda da França em 1940, formou-se o governo colaboracionista de Vichy, aliado dos nazistas. Em vista disso os japoneses permitiram uma certa autonomia administrativa feita por franceses. Mas em 1945, com a derrota do Japão, os franceses tentaram recolonizar toda a Indochina.

Ho Chi Minh

Ho Chi Minh ("aquele que ilumina"), nasceu em 1890 numa pequena aldeia vietnamita, filho de um professor rural. Tornou-se um dos mais importantes e lendários líderes nacionalistas e revolucionários do mundo do após-guerra. Viajou muito jovem como marinheiro e tornou-se socialista quando viveu em Paris, entre 1917 e 1923. Quando ocorreu as Conferências de Versalhes, em 1919, para fixar um novo mapa mundial, o jovem Ho Chi Minh (então chamado de Nguyen Ai quoc, o "patriota"), solicitou aos negociadores europeus que fosse dado ao Vietnã um estatuto autônomo. Ninguém lhe deu resposta, mas Ho Chi Minh tornou-se um herói para o seu povo.

Em 1930 ele fundou o Partido Comunista Indochinês e seu sucessor, o Viet-mihn (Liga da Independência do Vietnã), em 1941, para resistir à ocupação japonesa. Foi preso na China por atividade subversiva e escreveu na prisão os "Diários da Prisão", em chinês clássico, uma série de poemas curtos, onde enalteceu a luta pela independência.

Com seus companheiros mais próximos, Pahm Van Dong e Vo Nguyen Giap, lançou-se numa guerra de guerrilhas contra os japoneses, obedecendo à estratégia de Mao Tse Tung de uma "guerra de longa duração". Finalmente, em 2 de setembro de 1945, eles ocupam Hanói (a capital do norte) e Ho Chi Minh proclamou a independência do Vietnã. Mas os franceses não aceitaram. O Gen. Leclerc, a mando do Gen. De Gaulle, recebeu ordens de reconquistar todo o norte do país, nas mãos dos comunistas de Ho Chi Minh. Isso irá jogar a França na sua primeira guerra colonial depois de 1945, levando-a a derrota na batalha de Diem Biem Phu, em 1954, quando as forças do Viet-minh, comandadas por Giap, cercam e levam os franceses à rendição. Depois de 8 anos, encerrou-se assim a primeira Guerra da Indochina.

A Conferência de Genebra

Em Genebra, na Suíça, os franceses acertaram com os vietnamitas um acordo que previa:

1. o Vietnã seria momentaneamente dividido em duas partes, a partir do paralelo 17, no Norte, sob o controle de Ho Chi Minh e no Sul sob o domínio do imperador Bao Dai, um títere dos franceses;

2. haveria entre eles uma Zona Desmilitarizada (ZDM);

3. seriam realizadas em 1956, sob supervisão internacional, eleições livres para unificar o país. Os Estados Unidos presentes no encontro não assinaram o acordo.

A ditadura de Diem

Entrementes no Sul, assumia a administração em nome do imperador, Ngo Dinh Diem, um líder católico, que em pouco tempo tornou-se o ditador do Vietnã do Sul. Ao invés de realizar as eleições em 1956, como previa o acordo de Genebra, Diem proclamou a independência do Sul e cancelou a votação. Os americanos apoiaram Diem porque sabiam que as eleições seriam vencidas pelos nacionalistas e pelos comunistas de Ho Chi Minh. Em 1954, o Gen. Eisenhower, presidente dos Estados Unidos, explicou a posição americana na região pela defesa da Teoria de Dominó: "Se vocês porem uma série de peças de dominó em fila e empurrarem a primeira, logo acabará caindo até a última... se permitirmos que os comunistas conquistem o Vietnã corre-se o risco de se provocar uma reação em cadeia e todo os estados da Ásia Oriental tornar-se-ão comunistas um após o outro."

A partir de então Diem conquistou a colaboração aberta dos EUA, primeiro em armas e dinheiro e depois em instrutores militares. Diem reprimiu as seitas sul-vietnamitas, indispôs-se com os budistas e perseguiu violentamente os nacionalistas e comunistas, além de conviver, como bom déspota oriental, com uma administração extremamente nepótica e corrupta. Em 1956, para solidificar ainda mais o projeto de contenção ao comunismo, especialmente contra a China, o secretário John Foster Dulles criou, em Manilla, a OTASE (Organização do Tratado do Sudeste Asiático), para servir de suporte ao Vietnã do Sul.
A segunda guerra da Indochina

A Guerra Civil e a intervenção americana

Com as perseguições desencadeadas pela ditadura Diem, comunistas e nacionalista formaram, em 1960, uma Frente de Libertação Nacional (FLN), mais conhecida como Vietcong, e lançaram-se numa guerra de guerrilhas contra o governo sul-vietnamita. Em pouco tempo o ditador Diem mostrou-se incapaz de por si só vencer seus adversários. O presidente Kennedy envia então os primeiros "conselheiros militares" que, depois de sua morte em 1963, serão substituídos por combatentes. Seu sucessor, o presidente L.Johnson aumenta a escalada de guerra, depois do incidente do Golfo de Tonquim, em setembro de 1964. Esse incidente provou-se posteriormente ter sido forjado pelo Pentágono para justificar a intervenção. Um navio americano teria sido atacado por lanchas vietnamitas em águas internacionais (na verdade era o mar territorial norte-vietnamita), quando patrulhava no Golfo de Tonquim. Assim os norte-americanos consideraram esse episódio como um ato de guerra contra eles, fazendo com que o Congresso aprovasse a Resolução do Golfo de Tonquim, que autorizou o presidente a ampliar o envolvimento americano na região.

Aumento da escalada americana no Vietnã (em soldados)


1960

900


1962

11.000


1963

50.000


1965

180.000


1967

389.000


1969

540.000


Em represália a um ataque norte-vietnamita e vietcong a base de Pleiku e Qui Nhon o presidente Johnson ordena o bombardeios intenso do Vietnã do Norte. Mas as tentativas de separar o Vietcong das suas bases rurais fracasssa, mesmo com a adoção das chamadas "aldeias estratégicas" que na verdade eram pequenas prisões onde os camponeses deveriam ficar confinados.

A reação contra a guerra e a contra-cultura

A participação crescente dos EUA na Guerra e a brutalidade e inutilidade dos bombardeios aéreos - inclusive com bombas napalm - fez com que surgisse na América um forte movimento contra a guerra. Começou num bairro de São Francisco, na Califórnia, o Haight - Aschbury, com "as crianças das flores" (flower children), quando gente jovem lançou o movimento "paz e amor" (peace and love), rejeitando o projeto da Grande Sociedade do pres. Johnson.

A partir de então tomou forma a movimento da contra-cultura - chamado de movimento hippy - que teve enorme influência nos costumes da geração dos anos 60, irradiando-se pelo mundo todo. Se a sociedade americana era capaz de cometer um crime daquele vulto, atacando uma pobre sociedade camponesa no sudeste asiático, ela deveria ser rejeitada. Se o americano médio cortava o cabelo rente como um militar, a contracultura estimulou o cabelo despenteado, cumprido, e de cara com barba. Se o americano médio tomava banho, opunham-se a ele andando sujos. Se aqueles andavam de terno e gravata, aboliram-na pelo brim e pela sandália. Repudiaram também a sociedade urbana e industrial, propondo o comunitarismo rural e a atividade artesanal, vivendo da fabricação de pequenas peças, de anéis e colares. Se o tabaco e o álcool era a marca registrada da sociedade tradicional, aderiram à maconha e aos ácidos e as anfetaminas. Foram os grandes responsáveis pela prática do amor livre e pela abolição do casamento convencional e pela cultura do rock. Seu apogeu deu-se com o festival de Woodstock realizado no Estado de N.York, em 1969.

A revolta instalou-se nos Campi Universitários, particularmente em Berkeley e em Kent onde vários jovens morrem num conflito com a Guarda Nacional. Praticamente toda a grande imprensa também se opôs ao envolvimento. Surgiu entre os negros os Panteras Negras (The Black Panthers) um expressivo grupo revolucionário que pregava a guerra contra o mundo branco americano da mesma forma que os vietcongs. Passeatas e manifestações ocorriam em toda a América. Milhares de jovens negaram-se, pela primeira vez na história do país, a servir no exército, desertando ou fugindo para o exterior.

Esse clima espalhou-se para outros continentes e, em 1968, em março, eclodiu a grande rebelião estudantil no Brasil contra o regime militar, implantado em 1964, e em maio, na França, a revolta universitária contra o governo do Gen. de Gaulle. Outras ainda ocorreram no México e na Alemanha e Itália. O filósofo marxista Herbert Marcuse afirmou que a revolução seria feita doravante pelos estudantes e outros grupos não assimilados pela sociedade de consumo conservadora.
A ofensiva do Ano Tet e o desengajamento

Em 30 de janeiro de 1968, os vietcongs fizeram uma surpreendente ofensiva - a ofensiva do Ano Tet (o ano lunar chinês) - sobre 36 cidades sul-vietnamitas, ocupando inclusive a embaixada americana em Saigon. Morreram 33 mil vietcongs nessa operação arriscada, pois expôs quase todos os quadros revolucionários, mas foi uma tremenda vitória política. O gen. Wetsmoreland, que havia dito que "já podia ver a luz no fim do túnel", predizendo uma vitória americana para breve, foi destituído, e o presidente Johnson foi obrigado a aceitar negociações, a serem realizadas em Paris, além de anunciar sua desistência de tentar a reeleição. Para a opinião pública americana tratava-se agora de sair daquela guerra de qualquer maneira. O novo presidente eleito, Richard Nixon, assumiu o compromisso de "trazer nossos rapazes de volta", fazendo com que lentamente as tropas americanas se desengajassem do conflito. O problema passou a ser de que maneira os Estados Unidos poderiam obter uma "retirada honrosa" e manter ainda o seu aliado, o governo sul-vietnamita.

Desde 1963, quando os militares sul-vietnamitas, apoiados pelos americanos, derrubaram e mataram o ditador Diem (aquela altura extremamente impopular), os sul-vietnamitas não conseguiram mais preencher o vácuo de sua liderança. Uma série de outros militares assumiram a chefia do governo transitoriamente enquanto os combates mais e mais eram tarefa dos americanos. Nixon passou a reverter isso, fazendo com que os sul-vietnamitas voltassem a ser encarregados das operações. Chamou-se isso de "vietnamização" da guerra. Imaginou que abastecendo-os o suficiente de dinheiro e armas eles poderiam lutar sozinhos contra o vietcong. Transformou o presidente Van Thieu num simples títere desse projeto. Enquanto isso as negociações em Paris marcavam passo. Em 1970, Nixon ordenou o ataque a célebre trilha Ho Chi Minh que passava pelo Laos e Camboja e que servia como estrada de abastecimento do vietcong. Estimulou também um golpe militar contra o neutralista príncipe N.Sianouk do Camboja, o que provocou uma guerra civil naquele país entre os militares direitistas e os guerrilheiros do Khmer Vermelho (Khmer Rouge) liderados por Pol Pot.

A derrota e a unificação

Depois de imobilizarem militarmente as forças americanas em várias situações, levando-as a serem retiradas do conflito, os norte-vietnamitas de Giap, juntamente com os vietcongs, prepararam-se para a ofensiva final. Deixaram de lado a guerra de guerrilhas e passaram a concentrar suas forças para um ataque em massa. Desmoralizado, o exército sul-vietnamita começou a dissolver-se. Haviam chegado a 600 mil soldados, mas reduziu-se apenas a um punhado de combatentes. Em dezembro de 1974, os nortistas ocupam Phuoc Binh, a 100 quilômetros de Saigon. Em janeiro de 1975 começou o ataque final. O pânico alcança os sul-vietnamitas que fogem para as cercanias da capital. O presidente Thieu embarca para o exílio e os americanos retiram o resto do seu pessoal e grupos de colaboradores nativos. Finalmente, no dia 30 de abril, as tropas nortistas ocupam Saigon e a rebatizam como Ho Chi Minh, em homenagem ao líder falecido em 1969. A unificação nacional foi formalizada em 2 de julho de 1976 com o nome de República Socialista do Vietnã, 31 anos depois de ter sido anunciada. Mais de um milhão de vietnamitas perecem enquanto que 47 mil mortos e 313 mil feridos ocorreram pelo lado americano, a um custo de US$ 200 bilhões.

Consequências da guerra

O Vietnã foi o país mais vitimado por bombardeios aéreos no século XX. Caíram sobre suas cidades, terras e florestas, mais toneladas de bombas do que as que foram lançadas na II Guerra Mundial. Para tentar desalojar os guerrilheiros das matas foram utilizados violentos herbicidas - o agente laranja - que dizimou milhões de árvores e envenenou os rios e lagos do país. Milhares de pessoas ficaram mutiladas pelas queimaduras provocadas pelas bombas de napalm e suas terras ficaram imprestáveis para a lavoura. Por outro lado, aqueles que não aceitaram viver no regime comunista fugiram em precárias condições, tornaram-se boat people, navegando pelo Mar da China em busca de um abrigo ou vivendo em campos de refugiados em países vizinhos. O Vietnã regrediu economicamente a um nível de antes da II Guerra Mundial. Os Estados Unidos por sua vez saíram moralmente dilacerados, tendo que amargar a primeira derrota militar da sua história. Suas instituições - a CIA e o Pentágono - foram duramente criticadas e um de seus presidentes, Richard Nixon, foi obrigado a renunciar em 1974, depois do escândalo de Watergate. Nunca mais o establishment americano voltou a ganhar a integral confiança dos cidadãos.


Fonte: http://www.algosobre.com.br/historia/guerra-do-vietna.html