27.10.15

Governo Figueiredo - resumo, ditadura militar, economia e política


Mandato, economia e política, resumo, ditadura militar, Diretas Já, Lei da Anistia, transição, realizações






Figueiredo: presidente do Brasil entre 1979 e 1985





Introdução





João Baptista de Oliveira Figueiredo foi presidente do Brasil entre os anos de 1979 e 1985. General do Exército Brasileiro, Figueiredo foi o último governante da ditadura militar no Brasil. Este governo foi caracterizado pela transição da ditadura para a democracia, processo iniciado no governo anterior (Ernesto Geisel).



Política no governo Figueiredo



- Transição do regime militar ditatorial para o democrático.



- Medidas voltadas para a abertura política no país.



- Aprovação da Lei da Anistia em 1979. Com a lei os exilados puderam retornar ao país e os presos políticos ganharam a liberdade.



- Reforma partidária com o fim do bipartidarismo (ARENA e MDB). Novos partidos políticos puderam ser criados.



- Retorno das eleições diretas para governadores de estados em 1982. O PMDB, maior partido de oposição, conseguiu eleger vários governadores, inclusive nos estados mais ricos da nação (São Paulo e Rio de Janeiro). O resultado nas urnas mostrou a queda de prestígio dos militares entre os eleitores brasileiros.



- Militares radicais e descontentes com a abertura política executaram atos terroristas com o objetivo de desestabilizar o governo. Bancas de revistas, editoras, órgãos de imprensa e partidos políticos foram alvos destas ações. O governo não cedeu e a população reagiu contrária aos atos, tirando a força destes militares radicais que tentavam a todo custo evitar o retorno da democracia ao país.



- O Movimento das Diretas Já, organizado por vários setores da sociedade, lutou pelo retorno das eleições diretas para presidente da República, pois. Várias manifestações populares ocorreram em todo país. Porém, em abril de 1984 a Emenda Dante de Oliveira, que previa eleições direitas, foi rejeitada no Congresso Nacional. Foi uma grande frustração nacional, sendo que o povo teve que esperar até 1989 para poder escolher novamente o presidente do país.



- Em 1985, foi escolhido pelo colégio eleitoral o mineiro Tancredo Neves para presidência da República. Porém, faleceu antes de assumir, sendo que a presidência ficou com seu vice, José Sarney. Era o fim de 21 anos de ditadura militar no Brasil.



Economia no governo Figueiredo




- Crise econômica em vários setores da economia.



- Aumento do índice de desemprego.



- Fraco desempenho do PIB (Produto Interno Bruto), gerando recessão econômica.



- Aumento da inflação nos últimos três anos do governo. Entre 1983 e 1985 a média da inflação ficou em torno de 200% ao ano.



- Adoção de política de estímulo às exportações. Com esta política o Brasil aumentou muito a exportações de produtos. A balança comercial ficou positiva nos últimos três anos do governo Figueiredo.



- Greves, principalmente na região do Grande ABC. O movimento reivindicava, principalmente, melhorais salariais. As greves foram reprimidas com violência pelo governo.


Fonte:http://www.historiadobrasil.net/brasil_republicano/governo_figueiredo.htm
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7 coincidências históricas que não estão nos livros



por Victor Bianchin

Ilustração: Leandro Lassmar

Confira 7 casos de coincidências históricas que provam que a vida sempre foi malandra.

7 x 3 = DEU AZAR OUTRA VEZ

Quando o rei da França Luís 16 era criança, foi advertido por um astrólogo a ficar sempre cauteloso nos dias 21 de cada mês. Ele seguiu o conselho tanto quanto pôde, mas o destino o alcançou: em 21 de junho de 1791, ele foi preso tentando escapar da Revolução Francesa. No dia 21 de setembro de 1792, a França aboliu a monarquia. Em 21 de janeiro de 1793, ele foi executado

CAIM E ABEL

Abraham Lincoln, o presidente norte-americano que guiou o país na Guerra Civil, foi assassinado por John Wilkes Booth em 1865. O que nem todos sabem é que, pouco antes do crime (a data é incerta), seu filho Robert Lincoln caiu nos trilhos de um trem e foi salvo por ninguém menos que... Edwin Booth, irmão do assassino de Abraham!

DISFARCES TROCADOS

Durante a 1ª Guerra Mundial, os britânicos transformaram o navio de passageiros RMS Carmania num navio de guerra e o disfarçaram como o navio de passageiros alemão SMS Cap Trafalgar. Adivinhe qual embarcação esse navio afundou em 14 de setembro de 1914? Isso mesmo, o verdadeiro SMS Cap Trafalgar. Que os alemães haviam disfarçado como o quê? O próprio RMS Carmania, para parecer um navio de passageiros

MENSAGEM VALIOSA

Na Guerra Fria, espiões da União Soviética usavam moedas ocas para passar mensagens. Sem querer, uma dessas foi parar nas mãos de um garoto nos EUA, que descobriu uma mensagem criptografada dentro e a entregou às autoridades em 1953. O código permaneceu indecifrado até que, em 1957, o espião russo Reino Hayhanen, que estava infiltrado havia cinco anos, se entregou às autoridades e recebeu a tarefa de decifrar o código. Aí veio a descoberta: tratava-se de uma mensagem de boas-vindas para o próprio Hayhanen, que havia extraviado e nunca chegado ao destinatário

MULHER AO MAR

Violet Jessop foi uma enfermeira argentina azarada... ou sortuda. Especializada em trabalhar em navios, em 1911 ela tripulava o RMS Olympic, que colidiu com o cruzeiro HMS Hawke e quase afundou. Em 1912, arranjou outro navio para trabalhar: o Titanic. Após sobreviver à tragédia do choque com o iceberg, ela arranjou emprego no Britannic... que afundou em 1916 após colidir com uma mina marinha. Conhecida como "Miss Inafundável", Violet só morreu em 1971, aos 83 anos

LEVA UM CINTINHO, FILHO!

Durante a 2ª Guerra, em 1942, o norte-americano Elgin Staples tirava um cochilo no navio USS Astoria, onde trabalhava, quando acordou e viu que a embarcação estava afundando. Ele se safou graças a um cinto salva-vidas. O barco que o resgatou também afundou - e ele foi salvo pelo mesmo cinto. Isso foi em Gualdacanal, próximo à Austrália, mas o cinto vinha dos EUA. Ao chegar em casa, ele descobriu, atônito, que o cinto havia sido feito na fábrica em que sua mãe trabalhava - e que ela própria o havia inspecionado e aprovado

CRUZADINHAS INIMIGAS

Leonard Dawes, um professor aposentado, produzia as palavras cruzadas do jornal britânico Daily Telegraph durante a época da 2ª Guerra. Em um intervalo de duas semanas em maio de 1944, seus passatempos incluíram palavras como Utah e Omaha (codinomes de duas operações dos EUA no Dia D), entre outros termos suspeitos. O serviço secreto britânico interrogou Dawes achando que ele era um espião alemão, mas tudo não passava de coincidência


Fonte:http://mundoestranho.abril.com.br/materia/7-coincidencias-historicas-que-nao-estao-nos-livros
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Quais são as piores torturas psicológicas?

por Tiago Cordeiro

ILUSTRAS Abacrombie Ink



A dor dos outros

Deixar o preso em celas próximas ao local de tortura pode devastar sua coragem. Se ele ouve gritos de sofrimento de colegas antes de sua própria sessão, já está a meio caminho de se render. Alguns carrascos vão ainda mais longe e fazem ameaças a parentes ou amigos do torturado

USADA EM Mundo todo



Ligadão 24 horas

Se o objetivo é inutilizar a mente da vítima, poucas estratégias são mais eficientes do que a privação do sono. Para fazê-la perder a noção do tempo, são utilizadas celas brancas (as "geladeiras"), com sons altos e grandes variações de temperatura. "Espancamentos-surpresa" toda vez que tentar um cochilo também ajudam a intensificar o terror. Bastam cinco dias para vencer as resistências do preso

USADA EM Mundo todo



Inimigo íntimo

Em depoimento à Comissão da Verdade, a cineasta brasileira Lucia Murat relatou que seu captor desenvolveu uma técnica de "tortura sexual científica". Primeiro, ela era amarrada de forma a sentir a corda enforcá-la sempre que resistia ou se debatia. Aí, era obrigada a aceitar passivamente abusos sexuais. Grávidas são um alvo preferencial, principalmente quando presas com o marido

USADA EM Mundo todo



Fruto proibido

O formato rendeu a esse aparelho o nome de pera. Mas, quando suas quatro "pétalas" eram abertas graças a um intricado sistema de engrenagens, ela mais parecia uma flor. Inserida na boca, na vagina ou no ânus, ela podia ser expandida lentamente pelo algoz, causando terríveis lacerações. Mas funcionava muito mais como mera ameaça

Usada em - Europa Medieval



SELVAGERIA PURA

Animais são imprevisíveis, não têm empatia e exploram fobias profundas



Baratas e ratos:Colocados para passear sobre o rosto da vítima ou até inseridos na boca, nos ouvidos, no estômago ou no ânus

Cães de guarda:Os mais violentos, atiçados contra a vítima, são capazes de provocar mordidas feias, com ferimentos fáceis de infeccionar

Cobras e jacarés:Favoritos da Ditadura no Brasil. São extremamente agressivos, mas podem se mover lentamente, estendendo a tensão por vários minutos







Absolutamente inaceitável

Não há circunstância que justifique a tortura. E pesquisas provam que ela não gera dados confiáveis

Como se não bastasse ser desumana, cruel e indefensável, a tortura também não é uma forma eficiente de obter informações. Uma série de levantamentos estatísticos, com base na qualidade de confissões fornecidas sob coerção em países tão diferentes quanto os EUA e o Irã, já chegou a essa conclusão. Sob violência, a pessoa pode fazer falsas revelações, achando que vai ganhar tempo ou piedade. Mesmo quando contam algo concreto, pode ser inútil: os torturadores são meros especialistas em agressão, muitas vezes incapazes de reter (ou interpretar) dados complexos





FONTES Livros The History of Torture and Execution, de Jean Kellaway, The History of Torture Throughout the Ages, de George Ryley Scott, eTortura: A História da Repressão Política no Brasil, de Antonio Carlos Fon; sites Arquivos da Ditadura, cnv.gov.br eohchr.org

CONSULTORIA John Schiemann, professor de ciências políticas da Fairleigh Dickinson University e autor de Interrogational Torture: Or How Good Guys Get Bad Information with Ugly Methods, Alfred W. McCoy, professor de história da Universidade de Wisconsin e autor de A Question of Torture: CIA Interrogation, from the Cold War to the War on Terror, e Darius Rejali, professor de ciências políticas do Reed College e autor de Torture and Democracy

Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-sao-as-piores-torturas-psicologicas
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1936: Constituição do Eixo Berlim-Roma



No dia 25 de outubro de 1936, a Alemanha nazista e a Itália fascista assinaram um acordo de amizade que as isolou no cenário internacional.


Hitler e Mussolini precipitaram seus países na guerra


O eixo Berlim-Roma, a aliança da Alemanha nazista e da Itália fascista, foi constituído em Berlim no dia 25 de outubro de 1936, com a assinatura de um tratado de amizade entre os dois países. Na época, a Alemanha e a Itália estavam internacionalmente isoladas.

No caso alemão, esse isolamento decorria da atribuição de culpa pela Primeira Guerra Mundial, bem como da política externa agressiva de Hitler. Apesar disso, a Alemanha nazista conquistara algum prestígio internacional, poucos meses antes, através dos Jogos Olímpicos de Berlim.

Já a situação da Itália era inteiramente distinta. Com a invasão do norte da África e a tentativa de conquistar a Abissínia, Mussolini fez com que seu país caísse em completo isolamento internacional. A Liga das Nações condenou a invasão e decretou sanções econômicas contra a Itália. Um ano depois da assinatura do tratado de amizade, Benito Mussolini fez uma visita oficial a Berlim.

Nessa ocasião, ele dirigiu um discurso à população da Alemanha. Seu único tema foi a amizade entre italianos e alemães. A aproximação entre as duas ditaduras fascistas era vista internacionalmente com desconfiança. Mussolini acreditou, por isso, que deveria tranquilizar a opinião pública mundial. "A implementação do eixo Berlim-Roma não está voltada contra outros países. Nós, nazistas e fascistas, desejamos a paz."

"Necessidade de união"

Também a tomada do poder pelos movimentos fascistas nos dois países não seria motivo para inquietação, segundo o ditador italiano: "Mesmo que o transcurso das duas revoluções tenha sido distinto, o objetivo que buscávamos e que alcançamos é o mesmo – a união do povo".

Mussolini citou ainda um motivo concreto para a amizade entre os dois países. "Esse foi o momento em que surgiu pela primeira vez a necessidade de uma união entre a Alemanha nazista e a Itália fascista: o que hoje é conhecido em todo o mundo como o eixo Berlim-Roma surgiu em março de 1935!"

Desta maneira, ele se referiu à condenação do ataque italiano à Abissínia: "Quando 52 países reunidos em Genebra decidiram sanções econômicas criminosas contra a Itália, sanções que foram executadas com todo rigor, mas que não lograram seu objetivo, a Alemanha não aderiu a tais sanções. Jamais nos esqueceremos disso".

Na Segunda Guerra Mundial, o eixo Berlim-Roma tornou-se também uma aliança militar e estratégica entre os dois países. Regimentos italianos lutaram na frente oriental alemã, enquanto tropas alemãs foram enviadas para apoiar a política expansionista de Mussolini nos Bálcãs e no norte da África.

Com a capitulação da Itália, após a invasão da Sicília pelos aliados, acabou também para os italianos a amizade de Hitler, supostamente inabalável. As tropas alemãs invadiram a Itália e criaram uma nova frente de batalha contra o avanço aliado.

Fonte: DW
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1934: Grande Marcha na China



Em 27 de outubro de 1934, 100 mil combatentes do Exército Vermelho da China iniciaram marcha de mais de 10 mil quilômetros em apoio a Mao. Conflitos e fadiga causaram a morte de 80% dos participantes da caminhada.


General Chiang Kai-shek e esposa


Era difícil a situação na China naquele outubro de 1934. O Japão já ocupava o país há três anos. Em vez de unirem seus esforços contra o ocupante, Chiang Kai-shek e seu Partido Nacionalista (Kuomintang) preferiram combater os comunistas. Depois de um grande massacre em 1927, estes haviam se refugiado no interior. Nem a União Soviética prestou apoio. Pelo contrário, não confiava mais no poder de Mao Tsé-tung.

O líder comunista mudou, então, sua tática. Desistiu do proletariado urbano e começou a cativar os trabalhadores rurais. Na cidade de Jui-chin, na província de Kiangsi, fundou o primeiro "Estado dentro do Estado", com um sistema de sovietes (a exemplo da União Soviética) dentro da China. Mao iniciou sua administração com reformas agrárias e conseguiu cada vez mais adeptos ao seu exército comunista.

Caminhada mortal

O governo de Chiang Kai-shek não aceitou a rivalidade e liderou cinco campanhas contra Kiangsi. Apoiado por peritos militares alemães e dispondo de armas modernas, ele venceu os comunistas e fechou um cerco em torno dos 180 mil homens do "Exército Vermelho". Cem mil deles conseguiram furar o bloqueio para seguir com Mao até o norte do país e fundar uma nova república.

Iniciava-se, assim, a legendária longa marcha de mais de 10 mil quilômetros, através de 11 províncias, que concedeu uma dimensão quase mítica aos comunistas. Dos 100 mil que partiram, apenas 20 mil chegaram. Sobreviveram à fome, ao tempo, ao cansaço, a doenças e também aos combates, que sempre voltavam a ser travados com os nacionalistas ao longo do caminho.

Depois de dois anos, Mao e sua tropa conseguiram reorganizar um governo com o sistema soviete no norte. Entretanto, ainda transcorreriam 15 anos até que fosse proclamada a República Popular da China, em 1º de outubro de 1949.

Fonte:DW
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Você sabe o que foi a Segunda Internacional Socialista?


Você gosta de História? Então, entenda como foi a atuação do partido organizado por socialistas durante as guerras.


Todas as promessas se esvaíram, os planos de uma enérgica e generalizada ação para evitar a guerra entre as potências mundiais, o sonho de uma greve geral que impedisse os exércitos europeus de guerrearem, dissolveram-se no ar. A Segunda Internacional Socialista, refundada no ano de 1889 em Paris, por insistência de Friedrich Engels (companheiro de anos de Karl Marx, falecido em 1883), deixou-se levar pelo nacional-patriotismo que tomou conta das massas naquele verão de 1914. Tratou-se de um tufão com face humana, de uma histeria coletiva que desbaratou qualquer apelo de bom senso. O resultado foi a dispersão dos ativistas. Aqueles mais extremados que individualmente se expunham publicamente contra a catástrofe que viria a seguir foram sumariamente submetidos aos tribunais e presos como traidores da pátria em guerra.




A Segunda Internacional, uma organização de partidos socialistas, foi refundada em 1889Foto: Reprodução

Bastou correr a noticia de que seus países estavam em guerra para em poucos dias os europeus: franceses, alemães, austríacos, húngaros, russos, cada qual a sua maneira, exultarem.

Operários e burgueses, plebeus e nobres, ricos e pobres, sentiram-se irmanados em torno da mãe-pátria pronta para o combate. Em São Petersburgo, Berlim, Viena, Paris, e em tantas outras cidades, os jornais mais populares eram disputados pelas multidões que, aos empurrões e gritos, insistiam a força saber o estado em que encontrava a mobilização. As manchetes quase que não variava: Guerra! Guerra! Freud ficou espantado com aquele comportamento, visto que guerra significa morte e não vida, era o momento em que Eros, o principio do amor e do prazer, é brutalmente atingido por Tânatos, o princípio da morte. O manto sagrado do patriotismo havia encoberto as generosas ideias de fraternidade e amizade entre os povos.

Os socialistas dos mais variados quadrantes que em todos os congressos e assembleias fizeram profissão de fé na rejeição ao militarismo e ao belicismo, anunciando-se como o ‘partido da paz’, ficaram perplexos. As massas para quem eles lutaram por tanto tempo em mantê-las afastadas do chauvinismo e dos apelos ultra-patrióticos, se deixaram arrastar voluntariamente e inconscientemente para a carnificina de 1914. Desculpavam-se os que aderiram ao conflito dizendo que a ‘guerra será curta e que no ‘Natal todos estariam de volta’.

O famoso dito de Marx de que ‘o proletariado não tem pátria’ porque é explorado em todas as partes foi entendido com uma aberta traição aos eternos valores da mãe-pátria.


Mobilização pela paz

Até então era lugar comum entre os lideres esquerdistas assegurar que se houvesse uma declaração de guerra na Europa, os sindicatos, as agremiações e associações operárias deviam sustentar uma paralisação total das atividades. Sem mobilização não haveria conflito; se os trens parassem nenhum soldado dispararia seu fuzil contra o outro. Nem viam necessidade de impedir que seus associados se negassem a responder ao chamado militar para alçar armas porque não seria preciso: a Greve Geral seria suficiente. Quanto às guerras em si a Segunda Internacional só as concebia em caso de agressão, de invasão do território nacional.

Dois acontecimentos muito próximos um do outro anunciaram o fim das esperanças socialistas. Em Paris, em 31 de junho de 1914, o líder Jean Jaures, o maior nome da esquerda e fundador do jornal l´Humanité, grande orador, foi assassinado a tiros no Café Croissant por um francês católico que o matou por considerá-lo um pacifista que prejudicava os interesses maiores da França. O impacto da morte dele teve um efeito paralisante junto às outras lideranças (este episódio da morte do grande homem foi narrado pelo romancista Roger Martin Du Gard “Os Thibault”, 1922-1940).

Os socialistas franceses perderam seu farol, seu guia, seu mestre, pois pouco antes da tragédia que o abateu, Jaures completara um cansativo roteiro pelas principais cidades do país alertando para o perigo da guerra. (*)

As demais entidades socialistas voltaram então seus olhos esperançosos para o SPD (Sozialdemokratische Partei Deutschlands). Qual atitude os seus camaradas do outro lado do Reno iriam tomar? O partido socialista alemão (fundado em 1863) era o maior da Europa, senão o maior do mundo. Extremamente bem organizado, tinha imprensa (jornais, revistas e editora próprios), escolas, uma Universidade (a Universidade do Trabalho) e quadros muito preparados. Quase que a maioria dos sindicatos estava filiada a ele e teoricamente o SPD era amparado por uma plêiade respeitável de intelectuais combativos (August Bebel, Wilhelm Liebknecht, Karl Kausty, Franz Mehring, Rosa Luxemburgo, Eduard Bernstein, etc.). O SPD era praticamente um estado dentro do estado alemão.

Quando correu a notícia que o maior partido da esquerda europeia – desde 1912 tinha 1/3 da bancada no Reichtag, parlamento alemão - havia aprovado as verbas de guerra propostas pelo kaiser Guilherme II o desencanto se alastrou entre os militantes socialistas.

O tão enaltecido e alardeado companheirismo da classe operária, enfatizado por Marx desde a fundação da Primeira Internacional Socialista, em 1864, havia pateticamente capitulado frente ao nacional-patriotismo do II Reich e de todos os outros governos (como vinte anos depois, em 1933, se rendeu sem luta ao nacional-socialismo de Hitler).

Nenhum cruzar de braços significativo fora liderado pelos socialistas, se bem que manifestações antibelicistas se deram num ou outro canto da Europa. Em Berlim, apenas os operários do bairro Moabit fizeram uma passeata em protesto. No geral, os partidos operários tiveram uma atuação pífia perto das pretensões em não permitir que a máquina de guerra entrasse em ação. Somente nos dois anos finais da guerra quando desastre humano e material havia atingido proporções gigantescas é que os esquerdistas em geral começaram a ativar protestos, paralisações e greves.

(*) Enquanto Jaures arengava pela paz, um tanto tempo depois Gabriele d’Annunzio, o poeta e aventureiro italiano, um proto-fascista, atuava nos comícios italianos (o Reino da Itália ainda estava em posição neutra) incendiando as multidões para que a Itália pegasse em armas ao lado da Tríplice Aliança (GB-Fr-Rússia).

Entre a guerra e a revolução

A tradição herdada pelos socialistas europeus em geral inclinava-se pelo pacifismo. Entendiam que as guerras jogavam um trabalhador contra outro, nada trazendo de substantivo para a classe em geral senão que sofrimentos. Os proletários eram os que mais padeciam com elas. Se vitoriosos no máximo traziam uma pequena medalha para casa, se mortos deixavam a família numa pobreza maior, coberta pela tristeza do luto. As guerras, para eles, só satisfaziam o desejo de lucros dos capitalistas e outros aproveitadores enquanto os pobres sofriam ainda mais.

Marx, porém, desconsiderava os pacifistas. A mensagem deles esvaziava o espírito de luta do proletariado que jamais chegaria ao poder soltando pombas-da-paz em suas manifestações de rua.


J.Jaures pregando pela pazFoto: Reprodução

A luta de classes era uma espécie de guerra civil mundial permanente na qual os empregados enfrentavam os patrões e cujo resultado final devia ser a vitória do Trabalho sobre o Capital. Nada disto se alcançaria com slogans antibelicistas. Além disto, para ele, a ‘violência era a parteira da história’, o novo mundo da igualdade plena surgiria dos punhos e braços do proletariado e não de acenos com lenços brancos.

Certamente, se ainda fosse vivo, Marx (faleceu em1883) condenaria com todas as suas forças as posições acovardadas dos lideres da Segunda Internacional Socialista que não apresentaram nenhuma ‘palavra de ordem’ consistente que servisse como um freio àquele desatino dos governantes e das multidões embriagadas pelo patriotismo marchando para abrir um dos maiores matadouros da História. Mas não, aceitaram mansos e subservientes as propostas de ‘paz social’ ou de ‘união sagrada’ que os governos republicanos ou dinásticos lhes ofereceram.

O famoso historiador do socialismo G.D. Cole (Historia del pensamiento socialista: comunismo y socaldemocracia: 1914-1931, I parte, vol V.) chamou a atenção para o fato de que os líderes da Segunda Internacional estavam mais temerosos da eclosão de uma guerra, que todos tinham certeza que envolveria a Europa inteira, do que gastar sua energia em favor de uma revolução social.

Tanto assim é que um dos artigos do Manifesto de 1889 prega ‘a abolição dos Exércitos e dar armas ao povo’. Pensavam deste modo eliminar o ‘militarismo’ das castas fardadas assim como sua influência sobre os governos.

Esta marcada posição de Marx, inspirou os mais radicais, como o líder bolchevique Lênin, a buscar outro caminho. Para ele as classes dominantes ao declararem guerra umas as outras, inconscientemente forjaram sua própria tumba. Desde 1914 mais de 60 milhões de trabalhadores rurais e urbanos das mais diversas nacionalidades estavam com armas na mão. Era o momento de dar um basta ao Imperialismo. O que o líder dos bolcheviques insistia era clamar para que os soldados voltassem suas armas contra seus próprios governos.

As oligarquias, sem terem a noção do que lhes poderia aguardar estavam com as horas contadas. A guerra mundial iria gerar a tão esperada revolução social sempre presente nos programas dos partidos socialistas. Para Lênin, e também para Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo, no horizonte pairava uma violenta batalha de classes seguida da vitória dos oprimidos. ‘Frente à guerra, a greve e a revolução’ era a palavra de ordem deles. Primeiro ela eclodiria na Rússia czarista depois se espalharia pelo mundo.

Estas posições díspares, uma lamentando o desastre geral e desejando o retorno imediato da paz e a outra querendo aproveitar-se da guerra para fazer a revolução, separou ainda mais os socialistas entre moderados (social-democratas em geral) e radicais (bolcheviques). A via Parlamentarista foi adotada pela maioria dos partidos socialistas ocidental, enquanto a eclosão da revolução e a proclamação da Ditadura do Proletariado vingaram entre os leninistas.

O Congresso de Zimmerwald

A solução para o ‘que fazer’ das agremiações socialistas, por sugestão de italianos e suíços, foi procurar um local em campo neutro onde as principais lideranças pudessem se reunir. O escolhido foi a bucólica aldeia de Zimmerwald na Suíça. Conseguiam estarem presentes 38 delegados vindos de diversas partes e reuniam-se especificamente para firmar uma posição sobre a guerra. Naquelas alturas a matança já completara seu primeiro ano e ninguém podia negar que se tratava de um desastre humano de proporções gigantescas. Mais de um milhão de soldados da Entente e da Tríplice Aliança haviam perecido ou sido recolhidos dos campos e trincheiras com mutilações e ferimentos atrozes.

Não fora fácil para muitos delegados chegar à Suíça. As guardas fronteiriças tinham a descrição física da maioria deles impedindo-os de alcançar Zimmerwald.


Manifesto de ZimmerwaldFoto: Reprodução

O congresso, dadas as cisões entre os socialistas ‘pacifistas’ e os ‘revolucionários’, ainda que pregando uma ‘ paz sem vencidos nem vencedores, sem anexações ou indenizações’, não conseguiu ir um pouco mais longe do que redigir um manifesto: o Manifesto de Zimmerwald, escrito por Leon Trotski que naquela época ainda não havia aderido aos bolcheviques.

Lênin, então pouco conhecido, permaneceu isolado na sua insistência em transformar a conflagração mundial numa revolução universal, mas o texto de Zimmerwald aprontado em 15 de setembro de 1915, ao circular clandestinamente em diversas línguas por todas as partes em luta, calou fundo. Pode-se dizer que foi a primeira chispa que lançou junto às populações e aos soldados em luta a desconfiança sobre a honorabilidade da guerra. (*)

Manifesto de Zimmerwald

“Proletários da Europa!

Há mais de um ano que dura a guerra! Milhares de cadáveres cobrem os campos de batalha. Milhares de homens ficaram mutilados para o resto de seus dias. A Europa se converteu num gigantesco matadouro de homens. Toda a civilização, criada pelo trabalho de muitas gerações, está condenada à destruição. A barbárie mais selvagem triunfou sobre tudo aquilo que até esta data, constituía orgulho da humanidade.

Quaisquer que sejam os responsáveis diretos pelo desencadeamento desta guerra, uma coisa é certa: a guerra que tem provocado este caos é produto do imperialismo. Esta guerra surgiu da vontade das classes capitalistas de cada nação, de viver da exploração do trabalho humano e das riquezas naturais do planeta. De tal maneira, que as nações economicamente atrasadas ou politicamente fracas, sob o jugo das grandes potências que, com esta guerra, tentam refazer o mapa do mundo, a sangue e fogo, de acordo com seus interesses de exploradores. Assim, nações e países inteiros como Bélgica, Polônia, os países dos Bálcãs e Armênia correm o risco de serem anexados, no todo ou em parte, em virtude das compensações.


Os objetivos da guerra aparecem com toda sua nudez, à medida que os acontecimentos se desenvolvem. Um a um caem por terra os véus que procuram ocultar das consciências dos povos, o significado desta catástrofe mundial.

Seguem-se assinaturas dos representantes da Alemanha, França, Rússia, Polônia, Itália, Romênia, Bulgária, Noruega, Holanda e Suíça.

Para muitos historiadores Zimmerwald não foi nada mais do que a frustrada tentativa de aliviar a culpa dos dirigentes da organização que nada tinham feito na Crise de Junho de 1914 para impedir a catástrofe, ou ainda o encontro apenas serviu de sinal da ruptura definitiva do socialismo em duas tendências definitivas, a dos reformistas e a dos revolucionários, dos sociais-democratas e dos comunistas.


Fonte: Voltaire Schilling

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2.9.15

A importância da cerâmica no Estudo da Antigüidade





A cerâmica mais antiga conhecida até hoje procede do Japão e data do IV milênio a.e.c. No Oriente Médio, cerâmica apareceu três mil anos depois e pode afirmar-se que se tratou de uma invenção independente. Em todo o mundo, a cerâmica associa-se à vida urbana sedentária, dado que o seu volume e a sua fragililade não a tornam adequada ao estilo de vida nômade dos povos caçadores e coletores.
A cerâmica é um dos instrumentos mais úteis com que contam os arqueólogos do Oriente Médio, dado que em toda a região se encontra uma grande quantidade de fragmentos. Os recipientes de cerâmica são de difícil confecção e muito frágeis. As peças quebradas não podiam ser utilizadas novamente e eram jogadas fora. Felizmente, a argila cozida é quase indestrutível. conserva-se sob quase todas as condições. Muitas povoações estão cobertas por uma camada de cacos depois de o vento e a chuva terem erodido a superfície do terreno.
O estudo da cerâmica proporciona muita informação. A procedência da argila pode ser determinada por análises científicas, dado que a composição química das argilas utilizadas pelos recipientes varia. Até sem a ajuda da análise é fácil distinguir entre diversos tipos de cerâmica. A mistura que se acrescenta à argila pode ser de vários tipos: areia, resíduos, cabelos etc. Cada uma deixa a sua marca na fabricação do recipiente. A confecção deste varia segundo as condições nas quais é feito. Especialmente a presença ou a ausência de oxigênio nas câmaras de cozimento modifica a cor da argila, que varia de vermelho (com oxidação) a cinzento ou preto (reduzida). Existe uma grande disparidade em formas e tamanhos, de pratinhos planos a enormes talhas. Algumas eram modeladas à mão e completadas com a junção de peças de argila em forma de bolinhas, de lâminas ou de anéis. Outras eram prensadas em móveis, ou ainda aquelas a que se dava forma em um torno lento (a partir de 4500 a.e.c.) ou em um torno rápido (a partir de 2000 a.e.c.). O tratamento dado à superfície também variava: alisava-se, esmaltando-a com uma fina camada de argila líquida, ou pintava-se com pigmentos de argila; podia-se polir, gravar, cinzelar, estampar ou fazer incrustações e, depois de 1500 a.e.c. vitrificar.
As técnicas de fabricação e de decoração diferem segundo as regiões e as épocas, de modo que a cerâmica presta um grande serviço no momento de datar um período. É muito útil para os tempos pré-históricos ou para outras épocas nas quais as fontes escritas não são abundantes. Além disso, os fragmentos recolhidos na superfície de um povoado podem ser utilizados para datar o momento de ocupação do lugar e para determinar as alterações nas características de uma região através do tempo. A cerâmica é também um indicador da atividade comercial e das influências culturais.
Apesar de os grandes traços do desenvolvimento dos estilos cerâmicos nas diferentes regiões do Oriente Médio serem bem conhecidos, é necessário prosseguir os estudos para aperfeiçoar a cronologia e compreender melhor os pormenores da fabricação e da distribuição da cerâmica na Antigüidade.




Fonte:http://www.historia.templodeapolo.net/textos_ver.asp?Cod_textos=220&value=A%20import%C3%A2ncia%20da%20cer%C3%A2mica%20no%20Estudo%20da%20Antig%C3%BCidade%20&liv=&civ=Civiliza%C3%A7%C3%A3o%20Sum%C3%A9ria#topo

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Batalha do Riachuelo - o que foi, resumo, história


O que foi, data, Guerra do Paraguai, quem venceu, resumo, 1865, história, quando aconteceu





Batalha do Riachuelo (obra de Victor Meireles)





O que foi



A Batalha do Riachuelo foi um dos principais eventos militares ocorridos durante a Guerra do Paraguai. Aconteceu no dia 11 de junho de 1865, nas margens do rio Riachuelo, um afluente do rio Paraguai (situado na província de Corrientes, Argentina).



História



Esta batalha naval colocou de um lado os paraguaios e de outro os brasileiros. O Paraguai, sem conexão com o mar, queria muito controlar os rios da bacia do Prata, pois significava uma saída para o Oceano Atlântico, ou seja, uma via de transporte de pessoas e mercadorias.



Na fase inicial da guerra, o Paraguai já havia feito importantes conquistas militares, ocupando regiões da Argentina, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Se saíssem vencedores da Batalha do Riachuelo, iriam controlar os rios Paraná e Paraguai e dar um importante passo na conquista do Rio Grande do Sul e do Uruguai. Desta forma, poderiam fazer comércio com outros países e até receber armas da Europa.



Vitória brasileira na Batalha do Riachuelo



A estratégia paraguaia era boa. Aproveitariam o nevoeiro intenso da madrugada para atacar os navios de guerra brasileiros. Porém, um dos navios paraguaios apresentou um problema e fez com que todos outros chegassem atrasados (9h da manhã) para o ataque, num momento que o nevoeiro já havia passado. Com boas condições climáticas e visuais, as forças navais brasileiras, lideradas pelo Almirante Barroso venceram o Paraguai nesta importante e estratégica batalha.



Alguns dados da Batalha do Riachuelo:



- A frota brasileira era composta por nove navios de guerra. Já a frota paraguaia possuía 8 navios de guerra.

- Cerca de 2.500 militares brasileiros combateram na Batalha do Rioachuelo.

Fonte:http://www.historiadobrasil.net/brasil_monarquia/batalha_riachuelo.htm
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Dente humano de 560 mil anos é encontrado na França

AFP / Raymond Roig


Descoberta aconteceu em Tautavel, próximo a Perpignan, um dos sítios pré-históricos mais importantes do mundo.
Da AFP

Uma arqueóloga voluntária francesa de 16 anos e um colega de 20 encontraram na semana passada no sudoeste da França o dente de um adulto que viveu há 560.000 anos, uma descoberta importante, segundo os pesquisadores.

"Um dente grande de adulto - de homem ou mulher, não se sabe - foi encontrado durante as escavações em um nível do solo que sabemos que remonta de 580.000 a 550.000 anos, porque utilizamos diversos métodos de datação diferentes", explicou nesta terça-feira à AFP a paleoantropóloga Amélie Viallet, de 39 anos.

"É uma descoberta importante porque temos poucos fósseis humanos deste período na Europa", acrescentou.





"É uma peça do quebra-cabeças que nos faltava para contribuir na resolução da pergunta crucial: o homem de Neandertal, de 120.000 anos, é proveniente de uma única linhagem?", acrescentou a paleoantropóloga.

Tautavel, um povoado próximo a Perpignan, é um dos sítios pré-históricos mais importantes do mundo.

Neste mesmo lugar, onde milhares de voluntários fazem escavações há 50 anos, já haviam sido encontrados mais de 140 restos de esqueleto do "homem de Tautavel", que viveu há 450.000 anos.

Na tarde de quinta-feira, Camille, de 16 anos, e Valentin, de 20, trabalhavam com um pincel quando encontraram o dente, contou Viallet.

Fonte:http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/dente-humano-de-560-mil-anos-e-encontrado-na-franca
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Como era o sexo na Idade Média?



por Marina Motomura

Na era medieval, a vida entre quatro paredes ficou mais recatada por causa da influência da Igreja Católica. No mundo ocidental, tudo que era relacionado ao sexo - exceto a procriação - passou a ser pecado. Até pensar no assunto era proibido! O único que se dava bem era o senhor feudal: além de colocar cinto de castidade em sua esposa, ele tinha o direito de manter relações sexuais com qualquer noiva em seu feudo na primeira noite do casamento dela. A datação tradicional da Idade Média vai de 476, queda do Império Romano do Ocidente, a 1453, queda de Constantinopla. Já no Oriente, em países asiáticos, a liberdade sexual era maior. Os homens orientais podiam, por exemplo, ter quantas mulheres quisessem, desde que conseguissem sustentar todas. "Mas o segundo casamento tem de ter autorização da primeira esposa. Isso foi feito para a mulher não ficar sozinha e desamparada", diz o historiador Claudio Umpierre Carlan, professor da Universidade Federal de Alfenas (MG) e pesquisador da Unicamp.

PROIBIDÃO

Sexo era pecado e deveria ser evitado a todo custo

Paquera

Por volta do século 12, surgiu o chamado amor cortês. Na corte, o cavaleiro levava o lenço da mulher amada. Mas era uma amor platônico e infeliz - como os casamentos eram arranjados por interesses econômicos, o cavaleiro e a dama quase nunca ficavam juntos. Os noivos arranjados muitas vezes só se conheciam por meio de retratos pintados a óleo

Posições

Só uma posição era consentida pela Igreja: a missionária (atual papai-e-mamãe). Ela tem esse nome porque os missionários cristãos queriam difundir seu uso em sociedades onde predominavam outras práticas. Para os cristãos, ela é a única posição apropriada porque, segundo são Paulo, a mulher deve sujeitar-se ao marido. O recato entre quatro paredes era tamanho que, em alguns lares mais tradicionais, o casal transava com um lençol com um furo no meio!

Masturbação

Para desincentivar o prazer sexual solitário, surgiram nessa época os mitos de que os meninos ficavam com espinhas ou calos nas mãos caso se masturbassem. Se uma menina se tocasse, ou estava tendo um encontro com Satã ou havia sido enfeitiçada por bruxas. A paranoia era tão grande que muitos tomavam banho vestidos - até o banho era considerado um ato libidinoso

Casamento

A família da noiva, que podia casar logo após a segunda menstruação, pagava um dote (dinheiro ou bens) ao noivo, que tinha, geralmente, entre 16 e 18 anos. Mas havia proibições, claro: o papa Gregório I proibiu o casório entre primos de terceiro grau, e Gregório III proibiu a união de parentes de até sexto grau!

Ciência

A anatomia não evoluiu muito na era medieval, mas os conhecimentos técnicos para evitar o sexo, sim! Não há consenso entre os historiadores sobre a invenção do cinto de castidade, mas acredita-se que o modelo mais antigo seja o de Bellifortis, de 1405. Feito de metal, ele tinha aberturas farpadas que permitiam urinar, mas não copular. Também foi inventada a infibulação, técnica de costura da vagina para garantir a fidelidade da mulher ao senhor feudal quando ele viajava

Homossexualidade

A relação homossexual era chamada sodomia e era crime com pena de morte, além de ser considerada heresia pela Igreja - os homossexuais poderiam até ser queimados em fogueiras. No Oriente, era aceito - mas na surdina. Por exemplo, em exércitos em guerra, era preferível a relação entre soldados do que recorrer a prostitutas

Prostituição

Como os homens não podiam ter prazer com as esposas, com quem só transavam para procriação, a procura por prostituas era grande. Ao mesmo tempo em que eram malvistas pela sociedade e pela Igreja, as profissionais do sexo tinham que doar metade de seus lucros ao clero - foi o que instituiu o papa Clemente II (1046-1047)

Pecados

Segundo a suma teológica de são Tomás de Aquino, documento escrito de 1265 a 1273, havia dois tipos de pecado pela luxúria:

- Pecado contra a razão

Fornicação e adultério, por exemplo

- Pecado contra a natureza

São os pecados que contrariam a ordem natural do ato sexual. Aí se incluem masturbação, sexo com animais, homossexualidade e a prática antinatural do coito. Leia-se: não podia ser feito sexo em orifícios não naturais (boca e ânus), mesmo que fosse entre marido e mulher!

Fonte:http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-era-o-sexo-na-idade-media
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O que foi o Experimento Filadélfia?



por Bruna Estevanin



1. Em 28 de outubro de 1943, a Marinha dos EUA supostamente teria conseguido deixar o destroier USS Eldridge invisível. E mais: a embarcação teria sido teleportada da Filadélfia para a base naval de Norfolk. O marinheiro Carl Allen estava em Norfolk, a bordo do Liberty USS Andrew Furuseth, e teria visto quando o navio militar surgiu, envolto numa névoa verde

2. Allen alegou ter sido a única testemunha, porque o fenômeno durou poucos instantes e vários tripulantes do Eldridge morreram ao se fundir com o navio no teleporte de retorno. Segundo conspirólogos, os sobreviventes foram enviados a centros psiquiátricos militares, onde sofreram lavagem cerebral para esquecer tudo, e declarados como "perdidos em missão"

3. A façanha seria uma aplicação da Teoria do Campo Unificado, de Albert Einstein. O físico realmente trabalhava para a Marinha. Em uma carta de junho de 1943, dizia ao tenente Stephen Bruneauer: "Tenho uma ideia de um aparato eletromagnético para esse propósito que gostaria de apresentar a vocês". Em outra, afirmava que "o experimento me parece ser o único modo de confirmação"

4. Anos depois, Allen passou a mandar cartas para o astrônomo Morris K. Jessup, autor da ficção científica The Expanding Case for the UFO (1955). Allen enviou anonimamente às autoridades uma cópia desse livro, com anotações sobre a "experiência". Essa versão "comentada" chegou a ser lançada por membros da Marinha e ficou conhecida como "Edição da Varo"

5. Interrogado pela Marinha, Jessup começou a investigar a história. Em 19 de abril de 1959, marcou um encontro com o dr. Manson Valentine para revelar uma importante descoberta. Mas, no dia seguinte, foi encontrado morto em seu carro, num estranhosuicídio com monóxido de carbono. Teria sido uma queima de arquivo?

6. Em 1969, Allen finalmente veio a público. Apareceu no Escritório de Pesquisa de Fenômenos Aéreos, no Arizona, e confessou que a história tinha sido inventada. Dez anos depois, porém, voltou atrás e colaborou com os autores Moore & Berlitz em The Philadelphia Experiment: Project Invisibility, o livro que cristalizou essa teoria da conspiração na cultura pop

7. Em 1984, a história inspirou o filme Projeto Filadélfia, com Nancy Allen (estrela da trilogia RoboCop). A película fez surgir uma nova testemunha. Alfred Bielek, suposto responsável pelo setor eletrônico do USS Eldridge, alegou que havia sofrido lavagem cerebral e só relembrou tudo o que havia acontecido ao assistir ao longa-metragem

8. Segundo Bielek, a experiência teria acontecido em 12 de agosto, e não em outubro. E havia sido muito mais que um teletransporte: ele havia viajado pelo tempo, de 1943 a 1983 (assim como havia sido descrito no filme). Além disso, a fenda temporal criada pelo campo magnético atraiu óvnis para a Terra e um deles tinha sido capturado pela Marinha dos EUA

Curiosidade

Allen realmente existiu: segundo registros da Previdência Social, morreu em 1994, no Colorado



Por outro lado...

Diversos registros não indicam nada de incomum na trajetória do USS Eldridge

- O diário de bordo do Eldridge não relata nenhuma atividade anormal ao longo de 1943 e a Marinha nega ter realizado qualquer projeto

- O Eldridge continuou navegando normalmente até 1951, quando foi entregue à Grécia. Suas viagens estão disponíveis para consulta no site da Marinha dos EUA

- Os registros do USS Andrew Feruseth indicam que ele já não estava em Norfolk na data da suposta experiência

- Einstein era consultor em outro projeto, que nada tinha a ver com invisibilidade ou teleporte. Ele desenvolvia um mecanismo magnético para repelir as minas submarinas alemãs, que só em 1942 afundaram mais de mil embarcações dos Aliados

- Hoje existem várias pesquisas de sucesso envolvendo invisibilidade, mas todas funcionariam apenas para certos comprimentos de onda. Por exemplo, aviões podem ficar "invisíveis" para radares, mas não para a luz

- Tudo o que se conhece sobre invisibilidade atualmente não tem relação com a Teoria do Campo Unificado de Einstein

- A filha de Jessup acredita que o suicídio foi verídico, já que, segundo ela, o pai estava deprimido após passar por um divórcio recente e ter recebido críticas hostis a seu livro



LEIA MAIS

Como se cria uma teoria da conspiração?

8 teorias da conspiração malucas demais para serem verdade



FONTES US Navy, Naval History and Heritage Command, filme ProjetoFiladélfia(1984), documentário The Philadelphia Project Experience, do History Channel, e sites UFO, Universia, The Philadelphia Experiment from A-Z, E-Telescope e USS Venture

Fonte:http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-foi-o-experimento-filadelfia
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1945: Capitulação do Japão na Segunda Guerra Mundial



Em 2 de setembro de 1945, o Japão assinou a declaração de capitulação da Segunda Guerra Mundial. Pouco antes, a Força Aérea dos Estados Unidos havia arrasado as cidades de Hiroshima e Nagasaki com bombas nucleares.


Delegação japonesa a bordo do USS Missouri


"(...) O inimigo começou a empregar uma nova e especialmente cruel bomba, capaz de matar muitas pessoas inocentes e cujo poder de destruição é incalculável. Se continuássemos a lutar, isto significaria não apenas o colapso e a destruição da nação japonesa, como também levaria ao extermínio completo da civilização humana (...)"

Estas foram as palavras do imperador Hirohito, pronunciadas alguns dias após o lançamento das bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. No dia 2 de setembro de 1945, o império japonês capitulou.

"Nós ganhamos o jogo", afirmou Harry S. Truman, então presidente americano, logo após a assinatura da rendição japonesa, efetuada no navio de guerra USS Missouri.

Até então, o império japonês se impunha com uma estratégia agressiva: em 1937, tomou a China. Num ataque-surpresa, em 7 de dezembro de 1941, destruiu a esquadra americana ancorada na base naval de Pearl Harbor, no Havaí.

Meio ano depois, o Japão ocupou o Sudeste da Ásia e a maior parte do Pacífico Ocidental, um enorme território que chegava até a fronteira da Índia e à Austrália. Tais façanhas foram possíveis graças ao acordo de 1939, que criou o "Eixo" Alemanha-Itália-Japão, e ao pacto de não-agressão com a União Soviética.

Fanatismo, apesar da derrota

A virada militar em favor dos Aliados ocorreu quando os americanos venceram as batalhas navais de Midway e do Mar de Coral, em 1942. O resultado foi a perda da supremacia aérea e marítima do Japão na região. Apesar da evidente derrota, os mais fanáticos continuavam resistindo, à medida que os aliados se aproximavam da ilha.


Foto de Hiroshima, de abril de 1946, mostra a dimensão dos estragos provocados pela bomba atômica lançada sobre a cidade em 6 de agosto de 1945

O lançamento das bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945, e a declaração de guerra da União Soviética contra o Japão levaram o imperador Hirohito a exigir de seu governo o fim incondicional da guerra, apesar da resistência de outros dirigentes políticos e militares.

Até hoje se questiona a real necessidade de empregar bombas atômicas já no final da guerra. Muitos americanos acreditam que seu lançamento obrigou a rendição japonesa e evitou a morte de milhares de soldados de seu país.

Entretanto, o historiador e ex-funcionário do Departamento de Estado Americano Gar Alperovitz discorda: "Acho que o presidente conhecia outras possibilidades de acabar com a guerra até mais rapidamente. Na verdade, é preciso dizer: quando lançou a bomba, o presidente muito provavelmente sacrificou também a vida de americanos". Apesar da rendição, ainda levou um bom tempo até os japoneses se distanciarem de sua política expansionista.


Autoria Michael Marek (ms)

Fonte: DW
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Escravidão, ilustração e abolicionismo



passar séculos em estranho silêncio sobre a permanência da servidão e da escravidão, a intelectualidade ocidental, destacando-se os integrantes do Iluminismo anglo-francês, passaram a denunciar o horror e a desumanidade da instituição servil. O século XVIII, justamente quando o tráfico negreiro foi mais intenso e lucrativo para os mercadores, conheceu ao revés uma crescente indignação moral contra a utilização da mão de obra cativa na vida produtiva das sociedades. A conseqüência direta disso foi o surgimento de sociedades filantrópicas e abolicionistas, tanto em Londres como em Paris, que fizeram intensa agitação em favor da abolição do tráfico e do fim dos grilhões que prendiam seres humanos, criando desde então um cenário favorável para que, especialmente após a Revolução francesa de 1789, a instituição servil se visse condenada para sempre.


Charles de Secondat, barão de Montesquieu ironizou os escravagistasFoto: Reprodução

Origem do tráfico
"Um dia os homens brancos chegaram em barcos com asas, que brilhavam no sol como se fossem facas. Eles travaram duras batalhas com os Nogla e cuspiram fogo sobre eles."
Tradição oral Pende.

Ainda que a escravidão não fosse desconhecida na África, sendo que a compra venda de aprisionados era praticada há muito tempo entre os traficantes árabes e os sobas, régulos e outros chefes tribais africanos, foi com a descoberta da América no final do século XV que o tráfico negreiro atingiu dimensões de um grande negócio, vindo a se tornar um dos maiores do mundo de então, em sua primeira fase da globalização.

Nos decênios seguintes à viagem de Colombo, centenas de feitorias portuguesas, holandesas e inglesas, foram instaladas nas saliências da África Ocidental – na Costa dos Escravos e no Golfo de Benin - para dedicarem-se exclusivamente ao translado da mão de obra africana apresada, transportando-a a ferros para as grandes plantações de açúcar, de tabaco, e para minas situadas no Novo Mundo.

Os atraentes produtos coloniais, somados às incontáveis riquezas encontradas a toda hora no subsolo da América, produziram uma fome insaciável por braços africanos, absorvidos no Novo Mundo como se fora carvão humano para energizar a revolução econômica do mercantilismo europeu.

Grande parte do intercambio mercantil entre a Europa, África e Américas (especialmente entre 1650 e 1850), o tristemente famoso “Comércio Triangular”, foi tomado pelas naus dos negreiros que nada mais eram senão que masmorras flutuantes cruzando o oceano empurradas por grandes velas, em cujos porões agrilhoados iam os africanos aterrorizados pelo estalar das chibatas e pelos gritos dos capatazes.

Os padecimentos do tráfico
No período que vai de 1450 a 1850, calcula-se que de 12 a 15 milhões de negros teriam sido conduzidos ferreteados em navios pelos modos mais desumanos possíveis até serem descarregados nos portos do Brasil, da América do Norte e das Índias Ocidentais (estima-se que 20% deles morreram nas viagens devido às péssimas condições existentes a bordo).

Como testemunhou Alexander Falcolnbridge ( An Account of the Slave Trade on the Coast of África, 1788 ), antes de embarcarem num negreiro e serem marcados com ferro-em-brasa, eles eram submetidos a um detalhado exame feito pelos compradores europeus que, por primeiro, avaliavam a idade do escravo, verificando em seguida o seu estado de saúde.

Alertavam-se em perceber se ele estava afligido por qualquer enfermidade, deformado ou com os olhos ruins e os dentes estragados, mancando, mal dos joelhos, ou com as costas muito encurvadas. Se o pobre se apresentava sem condições para trabalhar, era rejeitado. Nada diferente, pois, do que o ritual que envolvia a compra de gado ou de cavalos. Eram, pois, as regras da zoologia as que imperavam no tráfico.



Mercadejando escravosFoto: Reprodução

A bordo, a situação deles era ainda pior. Espremidos em porões superlotados, insalubres e fétidos, sem as mínimas condições de higiene, eles viajam acorrentados uns aos outros pelas mãos e pelos pés até o seu destino final. A maioria das mortes durante a longa travessia atlântica era provocada pela varíola e a disenteria, outros conseguiam de algum modo praticar o suicídio negando-se a comer fosse o que fosse e alguns simplesmente, acometidos pela nostalgia, se deixavam apagar de tristeza, era o chamado banzo.

Ainda assim, mesmo com um número significativo de perdas, os lucros eram extremamente atraentes: uma peça adquirida na costa da África por mais ou menos US$ 25 era revendida na América, um tanto depois, por US$ 150, e às vezes bem mais. Por conseguinte, um magote de 500 ou 700 cativos levado por um veloz “negreiro” rendia algo como US$ 7,5 mil a US$ 10,5 mil de uma só vez, o que fez com que o tráfico de escravos fosse um dos mais atrativos empreendimentos aos olhos dos homens de negócio europeus.

Não só deles, como de reis, bispos e outros grandes senhores também, que, apesar de seus rogos de fidelidade aos céus de Jesus e às santas igrejas, não refugaram em meter-se naquele “negócio do diabo”, sujo mas muito bem recompensado. (*)

(*) Antes de alcançarem os pontos de embarque, eles eram trazidos pelos caçadores de escravos dos confins da África em longas caravanas a pé sob o olhar vigilante do chicoteador e a mira dos arcabuzes. Segundo um dos tantos testemunhos disso: “Os escravos estão comumente presos pelo mesmo par de correntes, a perna direita de um na perna esquerda do outro. Devido a elas eles só podem caminhar muito devagar. Cada grupo de quatro escravos encontra-se preso pelo pescoço[um aparelho denominado libambo]. Eles são libertados das suas correntes a cada manhã na sombra de uma árvore quando eles são encorajados a cantarem algumas canções para levantarem o ânimo: ainda que alguns deles sustentem sua situação com estupenda coragem, a maioria encontra-se abatida e passa o dia numa espécie de sombria melancolia com os olhos presos ao chão.” (observação do aventureiro escocês Mungo Park – Travels to the interiors of África, 1799)
Tráfico transatlântico (1650-1900) (exportações de escravos por região)REGIÕES DA ÁFRICA Nº DE ESCRAVOS PERCENTUAL
Senegâmbia 479.900 4,7
Guine superior 411.200 4,0
Guiné 183.200 1,8
Costa do Ouro 1.035.600 10,1
Golfo de Benin 2.016.200 19,7
Golfo de Biafra 1.463.700 14,3
Angola 4.179.500 40,8
Moçambique 470.900 4,6
Total 10.240.200 100,0


Fonte: Paul E. Lovejoy – Transformation in Slavery, Cambridge University Press,2000.
Tráfico transatlântico (1450-1900) (importação por região)REGIÃO Nº DE ESCRAVOS PERCENTUAL
Brasil 4.000.000 35,4
Império Espanhol 2.500.000 22,1
Índias Ocidentais britânicas 2.000.000 17,7
Índias Ocidentais francesas 1.600.000 14,1
América do Norte britânica 500.000 4,4
Índias Ocidentais Holandesas 500.000 4,4
Índias Ocidentais Dinamarca 28.000 0,2
Europa (e ilhas) 200.000 1,8
Total 11.328.000 100,0


Fonte: Hugh Thomas – The Slave Trade. Nova York: Simon & Schuster,1997.

Iluminismo e Escravidão
O ponto de partida intelectual deflagrador do Movimento Abolicionista na época das Luzes deu-se por meio de um capítulo de Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755), intitulado da Escravidão dos Negros ( L´Esprit de Lois, Livre XV, cap.6, 1748 ), no qual o renomado pensador ironiza, “com o pincel de Molière”, como disse dele Voltaire, o fato do cristianismo dizer-se uma religião igualitária ao tempo em a sociedade de um modo geral convivia com o vergonhoso fato de que católicos e protestantes tivessem escravos ou auferissem lucros comandando o tráfico transatlântico.

Havia uma enorme contradição, por igual, em muitos europeus estarem deslumbrados por viverem no século do Iluminismo, marcado por notáveis avanços tecnológicos (a máquina-a-vapor, o para-raio, o tear mecânico, etc) ao tempo em que, a maioria deles, aceitava pacifica e acriticamente a exploração brutal dos negros nas colônias do ultramar.


Os Iluministas ao vislumbrarem a possibilidade da instalação do Reino da Felicidade aqui na terra e não mais no Céu, como a teologia cristã exaltava, entenderam a escravidão como uma excrescência inadmissível nos tempos do progresso e do avanço cientifico, além de ser uma instituição totalmente desumana.

Não poderia haver aperfeiçoamento ético dos homens e das mulheres, - uma das bandeiras da Ilustração – com eles presos por correntes e flagelados pelo açoite. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), no seu Discours sur l´origine et les fondements de l´inegalité parmi lês hommes (Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de 1754), considerou a sua simples existência como prova evidente da decadência da sociedade civilizada.

Louis de Jaucourt (1704-1779), homem sábio, de múltiplos conhecimentos, encarregado do verbete “Tráfico de Negros” daEncyclopedie , edição de 1776, condenou-a com veemência, denunciando-a como uma aberta violação “da religião, das leis naturais, e de todos os direitos da natureza humana”.

Voltaire (1696-1778), por sua vez, no verbete “Escravidão” do Dictionnaire Philosophique , de 1764, afirmou ironicamente que bastava perguntar-se mesmo ao mais miserável dos reduzidos ao cativeiro, ao mais carcomido deles, se preferiam a liberdade ou não, para ter-se uma posição definitiva sobre o problema. A Razão, portanto, repudiou a continuidade da Escravidão, sendo que coube a ele aclarar para o mundo, como se fora um potente farolete, as condições bárbaras que imperavam nos porões dos negreiros e nas senzalas das lavouras americanas.

Nas vésperas da Revolução, Jacques Brissot, futuro deputado girondino, funda a “Société des amis des Noirs”, a Sociedade dos Amigos dos Negros, em 1788 (que contava entre os seus quadros personalidades como Mirabeau, Condorcet, La Fayette, Étienne-Charles de Loménie de Brienne, o abade Henri Grégoire, o duque Dominique de La Rochefoucauld, Louis Monneron, Léger-Félicité Sonthonax e Jérôme Pétion de Villeneuve). A abolição da escravidão, todavia, apesar do emprenho parlamentar do abade Gregoire e do empenho do filósofo Condorcet, somente foi aprovada em 4 de fevereiro de 1794, na época da Convenção, e não quando se deu a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em agosto de 1789. (*)

(*) O principal porto atlântico francês com “vocação negreira” foi o de Nantes, no país do Loire: de 1703 a 1831, armou 756 “negreiros”, e entre 1703 a 1793 foram 1.336 que transportaram 450 mil escravos embarcados da costa da África (7.5% de um total de 6 milhões traficados no século XVIII). Napoleão, quando cônsul-geral, atendendo ao pedido dos colonos franceses das Antilhas, especialmente os da Martinica e de São Domingo (Haiti), centros produtores de açúcar, resolveu reinstituí-la pela lei de 20 de maio de 1802, o que provocou uma grande rebelião de ex-escravos, liderada por Toussaint-Loverture.


Bibliografia


Condorcet - Réflexions sur l’esclavage des nègres. Neufchatel : Société Typographique, 1781.
Davis, David Brion, - Slavery and Human Progress. Nova York: Oxford University Press,1986.
“ - The Problem of Slavery in Western Culture. Nova York: Oxford University Press, 1966.
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Fonte:http://noticias.terra.com.br/educacao/historia/escravidao-ilustracao-e-abolicionismo,842d714ec9246410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html
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