13.9.17

Alexandre Magno e a Cultura Helenística

Por Regiane Aparecida






As guerras Médicas e do Peloponeso enfraqueceram as cidades-estado porque sua pequena população foi em grande parte morta durante a guerra; as cidades sofreram destruições e as atividades agrícolas e comerciais foram prejudicadas.

Filipe II, da Macedônia, aproveitou-se do declínio das cidades gregas para conquistá-las. A Macedônia, pequena faixa de terra, situava-se no Norte da Grécia e era habitada por povos descendentes dos primitivos gregos. Viviam da agricultura do pastoreio.

A modernização da Macedônia começou com Filipe II, que a governou a partir de 356 a.C. Após uma série de reformas internas, conhecendo as rivalidades existentes entre os Estados Gregos, iniciou a conquista da Grécia. Em 338 a.C., Filipe venceu os gregos na Batalha da Queronéia. Morreu dois anos mais tarde, em 336 a.C.

Alexandre Magno dominou a revolta grega iniciada após a morte de seu pai, Filipe II e colocou em prática o plano de conquistar o Oriente, aliado aos gregos. Este era um antigo projeto grego, a fim de tomar posse dos tesouros persas, para vingar os ataques de Dario e Xerxes e estender o seu domínio além do mar Egeu.

Alexandre Magno tornou-se imperador aos 20 anos de idade. Grande militar – considerado um dos maiores guerreiros da Antiguidade – aos 18 anos Alexandre se destacara como comandante de uma das alas do exército macedônico, na batalha de Queronéia.

Alem de excelente militar, Alexandre era dotado de um grande potencial intelectual, pois fora discípulo de Aristóteles, o maior filósofo do século IV e talvez de toda a Grécia Antiga.

Como imperador, ele superou a obra do seu pai e da maioria dos grandes imperadores orientais.

Devido a sua pouca idade, os gregos acreditavam que seria fácil se libertar da Macedônia. Enganaram-se. Tebas se rebelou com a ajuda de Atenas mas, em dois dias, foi derrotada e Alexandre mandou destruir a cidade. A única casa que ficou de pé foi a casa onde havia vivido Píndaro, um poeta grego que Alexandre admirava.

Alexandre expandiu o seu império em direção da Ásia e da África. Conquistou o império persa, a Fenícia, o Egito e a parte da Índia. Ele pretendia conquistar até a região do rio Ganges, na Índia, porém seus soldados, cansados de tantas guerras seguidas, se recusaram a segui-lo.

De qualquer maneira, a Macedônia já havia se tornado o centro de um dos maiores impérios do mundo antigo: O Império de Alexandre.

Uma das principais características de Alexandre Magno foi a maneira como ele tratou os povos vencidos:

- Respeitou suas religiões e instituições políticas;
- Incentivou o casamento entre vencidos e vencedores;
- Permitiu que jovens persas participassem dos exércitos greco-macedônicos;
- Tentou fundir os povos, buscando eliminar as diferenças e as desigualdades entre eles.

Agindo assim, Alexandre Magno criava condições para uma integração cultural no vasto império por ele conquistado. O resultado mais importante do seu trabalho foi a chamada cultura helenística, que se originou da fusão da cultura grega (helênica) com a cultura oriental.

Após a morte do grande imperador, em 323 a.C., e como conseqüência das lutas internas, o império foi dividido entre seus principais generais.

Formaram-se três grandes reinos:

- O da Síria: formado pela Síria, Ásia Menor, Mesopotâmia e Pérsia;
- O do Egito: abrangendo o Egito, a Fenícia e a Palestina; e
- O da Macedônia: que englobava a Macedônia e a Grécia.

Surgem, como características desse império:

– Sob o aspecto político, o império de Alexandre, dividido em vários reinos, cujos governantes, descendentes de gregos e macedônios, adotaram os costumes das monarquias orientais;

– Sob o aspecto econômico, abriram-se novas rotas de comércio, ampliou-se a circulação de produtos de luxo e especiarias, que se difundiram no Ocidente. Cidades como Alexandria, Pérgamo e Antioquia transformaram-se em centros produtores de tecidos, cerâmica, metalurgia e construção naval.

– Sob o aspecto cultural, as transformações foram importantes: a cultura grega fundiu-se com as orientais – egípcia, persa, babilônica, originando a cultura helenística.

A Cultura Helenística

A cultura helenística resultou da fusão da cultura grega com a cultura oriental, promovida pela expansão do império Macedônico com Alexandre Magno.

A Grécia não era mais o centro cultural do mundo. Os principais centros da cultura helenística foram Alexandria, no Egito, Antioquia, na Turquia, e Pérgamo, na Ásia Menor.

As principais contribuições para a formação do mundo ocidental ocorreram:

- Artes: se a arte grega caracteriza-se pelo equilíbrio, pela leveza e pelo humanismo, as artes helenísticas perderam aquelas características e passaram a ser dominadas pelo realismo exagerado e pelo sensacionalismo. Os artistas helenísticos não se preocupavam com o belo, mas sim com o grandioso e luxuoso.

Os maiores exemplos disso são o Farol de Alexandria, considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo, e o Grande Altar de Zeus, em Pérgamo, com suas estátuas gigantescas de deuses, animais ferozes e monstros empenhados em violentos combates.

Houve, no entanto, pequenas exceções. Alguns escultores helenísticos criaram obras de singular beleza, tão singelas quanto as esculturas da época anterior, como as estátuas de Vênus de Milo e Vitória de Samotrácia.

A arquitetura caracterizou-se pela construção de luxuosos palácios e templos e pela origem de um novo estilo de colunas: o estilo coríntio.

- Filosofia: as mais importantes doutrinas filosóficas helenísticas foram o estoicismo, criado por Zenon, e o epicurismo, criado por Epicuro.

Os estócios afirmavam que o homem não é senhor do seu destino, só encontrando a felicidade na aceitação do destino que lhe está reservado. Negavam a existência de diferenças sociais e pregavam que todos os homens são irmãos, pois são filhos do mesmo deus.

Os epicuristas, afirmavam que a alma é matéria, que o universo age por si só e que as questões humanas não sofrem intervenção dos deuses.

Além disso, os epicuristas faziam a apologia dos prazeres. Não apenas dos prazeres gastronômicos e sexuais, mas também dos prazeres intelectuais. Diziam que o mais alto prazer consiste na serenidade da alma, na ausência completa da dor física e moral.

- Literatura: o destaque especial cabe ao teatro, com Menandro, autor de várias comédias sem cunho social e político, onde o tema dominante era o amor romântico que culminava com um casamento feliz.

Na poesia bucólica, autores como Teócrito celebravam a vida simples e os prazeres do povo do campo.

- Ciências: os conhecimentos científicos alcançaram tal nível de desenvolvimento, principalmente no campo da astronomia e da matemática, que fizeram com que as ciências helenísticas fossem as mais desenvolvidas da História, durante várias séculos.

Os grandes nomes deste período foram:

Euclides: que desenvolveu de maneira extraordinária os conhecimentos de geometria;

– Arquimedes: descobridor da lei da alavanca e da hidrostática. Inventou o parafuso tubular para bombear água, a hélice, as lentes convexas e criou um planetário. Para defender sua cidade, cercada pelos romanos, construiu máquinas poderosas como catapultas, que atiravam pedras enormes sobre os inimigos; com um sistema de espelhos, que concentrava os raios solares, conseguiu incendiar vários navios romanos;

– Hiparco: estabeleceu os fundamentos da trigonometria, inventou o astrolábio e a representação do globo terrestre;

– Eratótenes: calculou a circunferência da Terra com uma margem de erro extremamente pequena;

– Aristarco: criador da teoria heliocêntrica, isto é, a teoria de que a Terra e os outros planetas giram em torno do Sol, que não foi aceita na época.

Foi o resultado da fusão da cultura oriental e helenística realizada por meio das conquistas de Alexandre Magno, difundindo a cultura em Alexandria, Pérgamo, Rodes, Antioquia e Siracusa, e findando-se com a conquista do mundo antigo, realizado por Roma.

Conclusão
Alexandre, o vencedor de heróis

Com doze anos, Alexandre domou o arisco Bucéfalo. Aos vinte e dois anos, partiu para a conquista da Ásia. Com trinta e três anos, morreu, vítima da malária. Foi senhor de um império nunca igualado.

Seu pai era Filipe II da Macedônia, monarca descendente de Hércules. Sua mãe era Olímpia, princesa de Épiro.

Durante toda a vida, Alexandre tinha em Aquiles o seu verdadeiro modelo.

Em 340 a.C, com 16 anos, ele substituía temporariamente o pai, então em combate, sendo depositário do selo e do poder real. Em 338 a.C, combateu com glória e coragem no comando da ala esquerda do exército em Queronéia, contra Tebas e Atenas. A partir dessa batalha, a Macedônia passou a dominar a Grécia.

Filipe II, casou-se com Cleópatra e Olímpia para vingar-se, no verão de 336 a.C, ordenou a um macedônio, Pausânias, que o assassinasse. Alexandre assumiu o trono.

Em 327 a.C, desposou Roxane, sua primeira mulher, para selar a união entre a Grécia e a Ásia. Morreu na noite de 13 de junho de 323, sucumbindo à malária.

Enterrado em Alexandria num magnífico monumento, é lembrado até hoje, pois o alexandrismo e sua expansão contribuíram para soldar as regiões e passar aos gregos, divididos e individualistas, a idéia de um helenismo federativo, de Pátria e democracia.

Enviando amostras, de tudo o que coletava, a Aristóteles conseguiu dar novos impulsos ao conhecimento grego, especialmente à Geografia, Astronomia e às Ciências Naturais.

Alexandre não somente destruiu um império, mas fez recuar os limites do mundo conhecido de seu tempo.

Após sua morte surge a cultura helenística que durou até a conquista do mundo antigo, efetuado por Roma. Essa cultura trouxe muitos benefícios como a Geometria, a alavanca, a catapulta, a trigonometria, a circunferência da terra, entre muitas outras que foram descobertas pelos grandes cientistas e pensadores da época; contribuições valorosas para a formação do mundo ocidental.

Bibliografia

1-Burns, Edward Menall, História da Civilização Ocidental

2-Arruda, José Jobson de A, História Antiga e Moderna

3-Toledo, Francisco Sodéro, História Antiga e Medieval

4-Revista História Viva, O grande Alexandre.

Fonte:http://www.infoescola.com/historia/alexandre-magno-e-a-cultura-helenistica/